Queda de Cabelo (Alopecia)
O que é alopecia?
Alopecia é o nome científico dado à queda de cabelo.
Trata-se de uma condição relativamente frequente na população geral (especialmente nos homens), em que recebe o nome de alopecia androgênica, estando associada a fatores genéticos. Já nos pacientes oncológicos, a queda de cabelo ocorre por um mecanismo diferente, sendo um dos principais efeitos adversos do tratamento, atingindo pacientes de qualquer idade e sexo. Comumente, ocorre de forma mais frequente em pacientes tratados com quimioterapia; mas também pode ocorrer (em menor grau/intensidade) em outros tratamentos (como radioterapia e terapia-alvo).
No entanto, nem todo tipo de quimioterapia faz o cabelo cair, e a frequência deste efeito colateral, assim como a intensidade, dependem da classe de medicamento utilizado. Além disso, pode variar para cada indivíduo (alguns perdem todo o cabelo, e outros apenas algumas áreas). Juntamente com as náuseas e vômitos, este é um dos efeitos colaterais mais temidos pelos pacientes e representa um desafio em termos de aparência física, com impacto emocional relevante.
Por que a quimioterapia faz o cabelo cair?
A quimioterapia tem o objetivo principal de atingir e eliminar as células tumorais que, comumente, apresentam crescimento acelerado e desordenado (aqui, vale lembrar que o câncer é caracterizado, de forma geral, pela proliferação acelerada e desordenada de um grupo de células anormais, determinando a formação de tumores/nódulos em diversos órgãos do corpo humano).
Os medicamentos utilizados no tratamento do câncer (especialmente na quimioterapia tradicional), muitas vezes, não diferenciam as células normais das células tumorais. Os folículos pilosos, responsáveis pelo crescimento do cabelo e pelos que recobrem o corpo humano, também possuem crescimento rápido e acelerado, tornando-se, portanto, um alvo indesejado desses medicamentos (e, por isso, a alopecia é um efeito colateral comum neste cenário).
Como é a alopecia no paciente com câncer?
No paciente com câncer, a alopecia pode variar de indivíduo para indivíduo. No entanto, comumente se inicia entre 14 e 21 dias após a primeira sessão de quimioterapia (obviamente, naqueles pacientes que utilizam medicamentos que tradicionalmente cursam com queda capilar).
Por vezes, a queda se inicia na forma da alopecia areata (quando o cabelo cai em grandes tufos, deixando toda uma região descoberta por vez). Além do cabelo, alguns pacientes perdem ainda outros pelos, como os pelos pubianos e as sobrancelhas, por exemplo. Muitos pacientes, mesmo que não apresentem queda total do cabelo, podem apresentar alterações na textura capilar (com fios mais finos e fracos).
Outros medicamentos utilizados no tratamento do câncer, conhecidos como terapia-alvo (geralmente administrados por via oral), mesmo que tipicamente não causem alopecia, podem ocasionar alterações na textura capilar e crescimento ou coloração dos fios (por vezes, tornando-os mais finos, ondulados ou mais secos que o habitual).
Vale lembrar que em pacientes que não estão sob tratamento oncológico que habitualmente cause alopecia, também pode ocorrer queda de cabelo por outros motivos (como disfunção da tireoide; deficiência de ferro; dentre outros). Nestes casos, uma avaliação por um especialista em Dermatologia é importante.
A alopecia tem cura?
A alopecia causada pelo tratamento quimioterápico é temporária e reversível. De forma geral, o cabelo começa a crescer dentro de 1 a 3 meses após o término da quimioterapia. Geralmente, pode levar até 6-12 meses para crescer completamente (especialmente, em mulheres com cabelo mais longo).
Em alguns pacientes, o cabelo pode voltar com textura diferente do habitual (mais fino ou grosso, mais ondulado ou até mesmo com coloração um pouco diferente).
Certas regiões com menos pelos, como as sobrancelhas, podem demorar um pouco mais para retornar à normalidade.
O que fazer se sofrer com a perda de cabelo no tratamento quimioterápico?
A perda do cabelo pode ocasionar mais do que uma mudança na aparência física, representando, para muitos pacientes (independentemente do sexo), um desafio emocional que altera a autoimagem e pode acarretar prejuízo na qualidade de vida.
Antes de mais nada, vale lembrar que, durante a fase do tratamento contra o câncer, é importante focar nos objetivos principais: em muitos casos, atingir a cura; e, em outros, garantir o controle da doença e melhorar a qualidade de vida. Os efeitos colaterais (incluindo a alopecia) geralmente são reversíveis e temporários – e existem diversas formas de atenuá-los.
O acolhimento por familiares e amigos é de fundamental importância. Para os pacientes em que a perda de cabelo ocasione muita ansiedade e estresse, suporte psicológico por um profissional especializado, ou até mesmo grupos de apoio, podem auxiliar nessa fase (temporária) de mudança importante da imagem corporal.
Muitos pacientes se antecipam à alopecia total (quanto esta é esperada, de acordo com o tratamento utilizado) e optam por adaptar o corte de cabelo; muitas vezes, com um penteado mais curto, ou até mesmo decidindo raspar por completo (permitindo que acessórios como perucas ou outros revestimentos, como lenços, se ajustem melhor ao couro cabeludo). Vale lembrar que essas são decisões individualizadas, que variam com a preferência de cada paciente e o modo como cada um lida com sua auto-imagem.
Grande parte de nossas unidades dispõem de máquinas que reduzem a temperatura do couro cabeludo e podem atenuar a queda de cabelo, durante a quimioterapia. São empregadas toucas de resfriamento do couro cabeludo, que tornam os vasos sanguíneos dessa região mais estreitos, dificultando que o medicamento quimioterápico utilizado penetre e danifique a raiz do cabelo. É sempre importante conversar com o oncologista responsável se este tratamento está disponível e se pode ser eficaz no seu caso.
Por fim, é sempre importante manter a auto-estima elevada e manter os cuidados locais com os fios que estão voltando a crescer (utilizar produtos específicos mais neutros; evitar excesso de lavagem, altas temperaturas ou produtos químicos alisadores ou onduladores nos primeiros meses).
A Oncologia D’Or possui uma rede completa de profissionais qualificados para trabalhar no atendimento médico de excelência aos pacientes oncológicos. São médicos, enfermeiros, radio-oncologistas, oncologistas e psicólogos capacitados para oferecer ao paciente toda uma rede de suporte e apoio, ajudando-o a superar esse momento da vida com firmeza e serenidade.
Por mês, a Oncologia D’Or realiza mais de 20.000 atendimentos médicos, de cerca de 5.000 pacientes oncológicos.