Mesmo assim, as crianças devem ser sempre avaliadas pelo pediatra e seguir os mesmos cuidados que os adultos, usando máscaras, lavando as mãos frequentemente e mantendo o distanciamento social. Isso porque, mesmo não sendo pacientes graves, as crianças podem levar o vírus para casa e contaminar pessoas com maiores riscos, como pais ou avós.
A principal diferença da contaminação por covid-19 em adultos e crianças é que, nas crianças as manifestações são variadas e sintomas como tosse, febre, diarreia e dor de garganta podem aparecer. “É importante ressaltar que a maioria das crianças não apresentam qualquer tipo de sintoma”, explica Thiago Caetano, pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco. Geralmente, para crianças, não há complicações graves.
A covid-19, segundo Thiago, costuma se manifestar nas crianças de forma leve, branda e com melhora em pouco tempo. “No entanto, é importante ressaltar que algumas crianças sofrem , após o quadro inicial, uma síndrome inflamatória que requer investigação mais ampla, principalmente da parte cardiológica”, pontua Thiago.
A respeito dos cuidados, Thiago explica que as crianças que estão estudando presencialmente devem trocar de máscaras regularmente, lavar as mãos com frequência, utilizar álcool em gel e, principalmente, evitar compartilhar alimentos e material escolar com os demais colegas.
Desde o início da pandemia, existe a questão de que os mais jovens teriam um potencial muito maior de transmissão, por serem assintomáticos e serem um grupo com forte tendência a não cumprir medidas de distanciamento social. Um trabalho de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Universidade da Califórnia e a London School of Hygiene and Tropical Medicine, indica que as crianças têm mais risco de serem infectadas do que de transmitirem o vírus aos adultos.
Thiago, no entanto, afirma que cerca de 30% dos pacientes procuram o pronto-socorro para covid-19, mas não consegue afirmar se as crianças pegam mais que os adultos. “Em relação ao desenvolvimento da doença vemos que as crianças têm mesmo menor número de infecções e menor índice de transmissão.”, conclui Thiago Caetano.