O estresse pode influenciar na fertilidade? Como se dá esse processo?
Sim. Interfere aumentando o hormônio cortisol, acarretando mudanças nos hormônios sexuais e promovendo a liberação de radicais livres, responsáveis pelo aumento da oxidação das células em geral e, consequentemente, seu envelhecimento. Também pode impactar a receptividade do útero ao embrião, podendo levar a falhas de implantação e aborto.
Na mulher, os óvulos não se regeneram, nem são produzidas novas células. Nascemos com nosso estoque de gametas, os quais são eliminados em grande quantidade mensalmente pelo recrutamento folicular. Folículos são estruturas que abrigam os óvulos e que atuam no seu desenvolvimento mensal.
No homem, existe a produção de novas células a cada 60 ou até 90 dias. Portanto, os espermatozoides recebem influência do estresse por menos tempo que o óvulo. Isso explica por que os homens podem engravidar uma mulher mesmo sendo mais velhos. Diante desse fato, sabemos que o estresse pode interferir na produção e qualidade dos espermatozoides por influência de maus hábitos como tabagismo, alcoolismo, má alimentação e sedentarismo, fatores também ligados ao estresse. O mesmo ocorre nas mulheres, com pior efeito, devido ao maior tempo de exposição dos óvulos a esses fatores.
Além disso, homens podem ter dificuldades na ereção, assim como mulheres podem apresentar diminuição da libido, situações que diminuem a frequência de relações sexuais.
O que pode ser feito para reduzir o impacto do estresse a fim de que a mulher tenha mais chances de engravidar?
É importante empreender medidas para melhoria de qualidade de vida, como alimentação regrada e saudável, atividade física, eliminar cigarro e diminuir drasticamente bebidas alcoólicas, suplementação vitamínica, introduzir terapias alternativas para controle do estresse como acupuntura, meditação, sessões de terapia com psicólogo, prática de hobbies e viagens para lazer.
Como o casal pode lidar junto e contribuir para amenizar o efeito do estresse na fertilidade?
Inicialmente, mudando aspectos deletérios da vida de ambos. Mudanças na alimentação e estilo de vida, programa de exercícios juntos, sessões de terapia individual ou em casal. Conversas francas (muitos casais não conversam entre si), suporte emocional mútuo, entenderem que ambos participam do processo e podem se apoiar, facilitando a passagem pelas etapas que se desenrolam durante o tratamento.