A ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide) é uma técnica avançada de reprodução assistida utilizada especialmente para tratar a infertilidade masculina. Nela, um único espermatozoide é injetado diretamente no óvulo, facilitando a fecundação em condições nas quais o gameta masculino tem dificuldade de alcançar e penetrar o óvulo de maneira natural. A ICSI oferece uma solução para casais que enfrentam a infertilidade masculina, aumentando significativamente as chances de fertilização mesmo em casos graves.
Conheça as etapas da ICSI
1- Estimulação ovariana: a mulher passa por um tratamento hormonal para estimular o crescimento de múltiplos folículos ovarianos. Esse estímulo aumenta o número de óvulos disponíveis para a fertilização, o que pode melhorar as chances de sucesso. O desenvolvimento dos folículos é acompanhado por ultrassonografias. Quando atingem o tamanho ideal, a ovulação é induzida com uma injeção de hCG cerca de 35 horas antes da coleta dos óvulos.
2- Coleta de óvulos e espermatozoides: a coleta dos óvulos ocorre na clínica, onde são aspirados os folículos ovarianos por meio de uma agulha fina, sob sedação. O parceiro masculino também fornece uma amostra de esperma ou, em casos específicos, pode ser usada uma amostra congelada ou proveniente de bancos de sêmen.
3- Injeção do gameta masculino no óvulo: um único espermatozoide é injetado diretamente dentro do óvulo, com uma microagulha. Esse é o ponto crucial da ICSI, realizado com extremo cuidado e precisão.
4- Cultivo dos embriões: os óvulos fertilizados são mantidos em uma incubadora e cultivados por cerca de 5 a 7 dias e, quando chegam ao estágio de blastocisto, são selecionados para transferência ao útero ou congelados para uso futuro.
5- Transferência de embriões: um ou mais embriões são selecionados e transferidos por um cateter, inseridos no útero com auxílio de ultrassom. Cerca de 10 a 14 dias após a transferência, é feito um exame de sangue para comprovar a gestação.
Quando a ICSI é indicada?
A ICSI é recomendada para casais que apresentam dificuldade na fecundação:
-Infertilidade masculina: baixa contagem de espermatozoides, problemas na morfologia dos espermatozoides, baixa motilidade e/ou azoospermia (ausência de espermatozoides na ejaculação);
-Tentativas prévias de Fertilização in Vitro (FIV) sem sucesso.
ICSI ou Fertilização in Vitro (FIV) tradicional?
Os dois procedimentos cumprem as mesmas etapas, da estimulação ovariana à transferência embrionária. A diferença entre a Fertilização in Vitro (FIV) e a Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI) está na forma de fecundação.
Enquanto na FIV tradicional os óvulos e os espermatozoides são colocados juntos em uma placa de cultivo para que a fecundação ocorra de forma natural, na ICSI os espermatozoides são selecionados e inseridos, um a um, dentro de cada um dos óvulos, aumentando as chances de sucesso da fertilização. A escolha entre os dois métodos será indicada pelo médico, de acordo com as causas da infertilidade e as características do casal.
Quais são as taxas de sucesso da ICSI?
O sucesso do procedimento tem taxas acima de 65%, porém dependerá de alguns fatores, como a idade da mulher, a causa da infertilidade e a qualidade dos óvulos e dos espermatozoides. Mulheres abaixo dos 35 anos, por exemplo, tendem a apresentar maiores chances de sucesso.
Por ser uma intervenção mais direta e controlada, a ICSI é uma técnica de reprodução assistida segura e eficaz para casais heteroafetivos com problemas de fertilidade, casais homoafetivos que sonham em formar uma família e pessoas que optam pela produção independente.
Casais que tentam engravidar há mais de um ano, com relações sexuais frequentes e sem o uso de contracepção, devem considerar a consulta com um especialista em Reprodução Humana para avaliar possíveis problemas de fertilidade e um planejamento personalizado do tratamento.