A incontinência urinária é a perda frequente e involuntária de urina e necessidade de urinar várias vezes ao dia. Essa condição pode acometer pessoas de todas as idades e de ambos os sexos. Em alguns casos, a pessoa não consegue segurar a urina ao fazer esforços como tossir, espirrar ou dar risada e, algumas vezes, a vontade de fazer xixi é tão grande que não dá tempo de chegar ao banheiro. A incontinência urinária afeta diretamente a qualidade de vida e compromete o bem-estar físico, psicológico, social e emocional do paciente.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, essa condição é mais comum nas mulheres. As grávidas sofrem bastante com isso, pois durante a gestação, o crescimento do bebê faz com que o útero pressione a bexiga, diminuindo o espaço para ela encher e aumentar de tamanho. Na maioria das vezes, a condição desaparece após o parto, mas há casos em que o bebê pesa mais de 4 kg, os músculos do períneo esticam demais e ficam mais flácidos após o parto, o que provoca a perda de urina.
Quais são as causas da incontinência urinária?
Giovana Giglio, ginecologista e obstetra do Hospital São Luiz Osasco da Rede D’Or São Luiz, explica que as principais causas são:
- Frouxidão dos músculos do assoalho pélvico;
- Infecções urinárias ou vaginais;
- Efeitos colaterais de medicamentos;
- Constipação intestinal;
- Obstrução da uretra pelo aumento da próstata;
- Doenças neurológicas ou musculares (Ex: esclerose múltipla, doença de Parkinson, AVC, tumor cerebral ou uma lesão da coluna vertebral)
A incontinência urinária também pode ser uma condição persistente causada por problemas físicos subjacentes ou alterações, como o envelhecimento, o parto, a gravidez, a menopausa e a histerectomia.
A ginecologista e obstetra Giovana Giglio esclarece algumas dúvidas frequentes e aborda novas formas de tratamento da condição.
Quais são os tipos de incontinência urinária?
Incontinência urinária de esforço: Ocorre quando a pessoa não tem força muscular pélvica suficiente para reter a urina. Ou seja, qualquer atividade que força o abdômen, como tossir, espirrar, dar risada, carregar peso e, em alguns casos, até andar, pode provocar a perda de urina.
Incontinência urinária de urgência: Neste caso, a bexiga se contrai involuntariamente, e o paciente tem a sensação de que precisa correr para o banheiro, muitas vezes não chegando a tempo. Às vezes há perda de urina sem nenhum sinal prévio.
Incontinência urinária mista: Isto acontece quando sintomas das duas anteriores se misturam.
Além disso, existem dois outros tipos que são menos relacionados com a gravidez: a incontinência urinária por transbordamento, que acontece quando a bexiga está sempre cheia e por isso ocorre o gotejamento; e a incontinência urinária funcional, que a pessoa reconhece a necessidade de urinar, mas está impossibilitada de chegar ao banheiro a tempo, devido a alguma doença ou complicação.
Quais são os tratamentos mais comuns e quais as novas formas de tratamento?
A ginecologista explica que nos casos de incontinência transitória, quando a causa é tratada, geralmente o sintoma desaparece. “Já nos quadros persistentes, o tratamento varia dependendo do caso”, explica.
Existem procedimentos cirúrgicos, como colocação de faixas sintéticas, que podem tratar alguns casos de incontinência de esforço e medicamentos para controlar a bexiga hiperativa (responsável pela incontinência de urgência). Além disso, existe o laser vaginal, que, segundo Giovana, tem a propriedade de estimular a produção de colágeno local, promovendo mais sustentação à parede vaginal, o que permite melhorar alguns casos de incontinência leve e moderada.
Uma nova forma de tratamento é a utilização da cadeira Emsella, que provocou uma verdadeira revolução nos tratamentos para incontinência urinária. Essa cadeira utiliza a tecnologia HIFEM (Tecnologia Eletromagnética Focada em Alta Intensidade) para criar um campo magnético direcionado ao assoalho pélvico. “Durante as sessões, que são indolores e duram cerca de 28 minutos cada, ocorre a contração da musculatura e a restauração neuromuscular de toda a região trabalhada”, explica Giovana. Em 3 semanas é possível completar o tratamento.
Existe prevenção?
Para a prevenção, é extremamente importante que o paciente adote medidas preventivas, como urinar a cada 3-4h, manter um bom funcionamento intestinal, controlar o peso e praticar atividade física. “No caso das gestantes, evitar exercícios de alto impacto e garantir uma boa assistência pré-natal e no parto ajudam na preservação da musculatura da região pélvica”, conclui a Dra. Giovana Giglio.