Desde o nascimento de Louise Brown, em 1978, essa técnica tem evoluído constantemente. Hoje, já são mais de oito milhões de crianças nascidas por esse tipo de procedimento. A maior parte das gestações evolui de forma tranquila e bastante semelhante à gestação espontânea.
“O acompanhamento pré-natal é essencial para vigiar e tomar as devidas medidas de prevenção a possíveis complicações”, segundo o Ginecologista e Obstetra do Hospital e Maternidade Anália Franco, da Rede D’Or São Luiz, Marcelo Giacobe.
De acordo com o Dr. Marcelo Giacobe, desde que a FIV passou a ser parte do tratamento da infertilidade, surgiu a preocupação com os riscos dessa gestação. Nem sempre é fácil separar corretamente a influência dos fatores externos.
“Todos os estudos apontam para a direção de que a infertilidade é o fator de risco mais importante para a gestação. Mesmo assim, não podemos desconsiderar que algumas consequências da FIV, como a gemelaridade, também são preocupantes”, afirma Dr. Marcelo Giacobe.
O médico conta que casais com infertilidade tendem a ter gestações mais curtas e bebês com menor peso ao nascer. Conforme comentado anteriormente, é essencial ter um bom acompanhamento médico para que os riscos sejam minimizados.
Mulheres com idade mais avançada também podem recorrer à reprodução assistida. Uma saída é congelar os óvulos para ter mais tempo de vida fértil. Essa técnica é consagrada e pode resolver parte das preocupações relacionadas à perda de fertilidade e ao risco de doenças cromossômicas da gravidez após os 38 anos de idade.
Entretanto, não podemos esquecer que o aumento da idade da mulher no momento da concepção está associada à maior chance de doenças crônicas, hipertensão arterial e diabetes. “As modificações hormonais decorrentes do tratamento da FIV também podem contribuir para risco de pré-eclâmpsia (hipertensão arterial da gestação) e anormalidades placentárias”, completa Dr. Marcelo.
FIV é sinônimo de gestações com gêmeos?
Já vivemos um passado em que era preciso transferir mais embriões para aumentar as chances de gravidez. Nos dias atuais, a tendência é diminuir o número de embriões transferidos, sendo prática comum transferir no máximo dois embriões. Em casos selecionados, realiza-se a transferência de um único embrião e ainda assim mantêm-se boas taxas de gravidez. As gestações de gêmeos têm por si só alto risco de parto prematuro, baixo peso do bebê ao nascer e maior chance de diabetes gestacional, hipertensão arterial e complicações no parto.