Quanto tempo a radioterapia age no organismo? Entenda os efeitos do tratamento
A radioterapia é uma das principais terapias para tratar o câncer. Utilizando radiações ionizantes, este tratamento tem como objetivo eliminar ou danificar células cancerígenas, impedindo sua proliferação. Muitas vezes, pacientes questionam sobre o tempo em que a radioterapia “permanece” no organismo e sobre o período necessário para que seus efeitos façam diferença. Neste artigo, exploraremos o funcionamento da radioterapia, sua ação no corpo, e os avanços recentes no Brasil.
Como funciona a radioterapia?
A radioterapia atua diretamente nas células tumorais, promovendo danos em seu DNA para que elas parem de se multiplicar ou sejam destruídas. É um tratamento localizado, ou seja, direcionado especificamente para a área afetada pelo câncer, o que ajuda a preservar os tecidos saudáveis ao redor. A terapia pode ser dividida em dois tipos principais:
- Radioterapia externa: A radiação é emitida por um aparelho externo, direcionada precisamente à área do tumor.
- Braquiterapia (radioterapia interna): Pequenas fontes de radiação são implantadas próximas ou dentro do tumor, proporcionando uma dose concentrada de radiação diretamente no alvo.
Quanto tempo a radioterapia fica no corpo?
A radioterapia age no corpo através dos danos que causa no DNA das células-alvo, o que interrompe o ciclo de crescimento e leva essas células ao estado de apoptose (morte celular programada). Esse efeito, no entanto, não é imediato. O impacto inicial ocorre durante cada sessão de radioterapia, mas o efeito terapêutico — a destruição ou inibição do crescimento das células cancerígenas — pode continuar por várias semanas a meses após o término do tratamento. Após a aplicação de cada dose, as células cancerígenas iniciam um processo de dano e morte celular que persiste devido à incapacidade das células de repararem completamente as quebras de DNA induzidas pela radiação. No entanto, após a aplicação, não há resíduo ou substância radioativa que permaneça no corpo e seja prejudicial, especialmente no caso da radioterapia externa.
Na braquiterapia, que utiliza implantes radioativos temporários ou permanentes, pode restar uma pequena quantidade de radiação no corpo durante o período em que os implantes estão ativos. Mas mesmo nesses casos, a radiação afeta apenas a área-alvo, sem representar riscos para o paciente e as pessoas ao seu redor.
Quanto tempo demora para a radioterapia fazer efeito?
Os resultados da radioterapia variam conforme o tipo de câncer, localização do tumor e características de saúde do paciente. A resposta ao tratamento pode ser observada em algumas semanas ou meses após o término das sessões. A destruição das células cancerígenas continua mesmo após o fim das sessões, pois a radiação danifica o DNA das células malignas, que aos poucos perdem sua capacidade de regeneração.
Para monitorar a eficácia, são realizados exames periódicos que permitem aos médicos avaliar a resposta do tumor ao tratamento e verificar se ele está regredindo.
Este processo pode levar de semanas a meses para se completar, dependendo de fatores como:
- Tipo de Câncer: Alguns tumores respondem mais rapidamente à radiação, enquanto outros, como os de crescimento mais lento (por exemplo, certos tipos de câncer de próstata), podem mostrar resposta completa apenas após um período prolongado.
- Taxa de Proliferação Celular: Células que se dividem rapidamente, como as de muitos tipos de câncer, tendem a ser mais suscetíveis ao efeito da radiação e podem exibir os efeitos do tratamento mais cedo, enquanto células de tumores mais lentos podem levar mais tempo para mostrar o efeito desejado.
- Mecanismos de Reparo Celular: Embora a radioterapia cause danos que teoricamente não podem ser completamente revertidos, as células cancerígenas que sobrevivem podem tentar reparar esse dano. Este processo de reparo e subsequente morte celular também contribui para que o efeito do tratamento dure semanas ou meses após o fim das sessões.
- Fatores do Sistema Imunológico: O sistema imunológico do corpo, ao reconhecer células danificadas e células tumorais mortas, também contribui para a limpeza do tecido, o que reforça os efeitos de longo prazo do tratamento.
Efeitos colaterais: quando aparecem e quanto tempo duram?
A radioterapia, embora eficaz, pode causar efeitos colaterais variáveis, tanto imediatos quanto tardios, dependendo da área tratada e da dose de radiação:
- Cansaço (fadiga): Surge com o avanço das sessões e pode durar semanas após o término, pois o corpo está em recuperação.
- Alterações na pele: A pele na área irradiada pode apresentar vermelhidão, sensibilidade e descamação, semelhantes a queimaduras solares, geralmente resolvendo-se em até um mês.
- Problemas digestivos e urinários: Irradiação na região abdominal ou pélvica pode causar diarreia, náuseas e dificuldade para urinar, que tendem a diminuir após o tratamento.
- Efeitos pulmonares: Em tratamentos na região torácica, pode ocorrer inflamação pulmonar (pneumonite por radiação), causando tosse, dificuldade respiratória e sensação de aperto no peito, geralmente surgindo entre 1 e 3 meses após o término da radioterapia.
- Reações tardias: Alguns efeitos, como fibrose (endurecimento dos tecidos) e danos aos pequenos vasos sanguíneos, podem aparecer meses ou anos após o tratamento, levando à rigidez, redução na mobilidade da área tratada ou alterações crônicas em órgãos próximos.
Esses efeitos colaterais são geralmente temporários ou tratáveis, mas o acompanhamento médico é fundamental para monitorar e gerenciar possíveis reações.
O que esperar após o tratamento?
Após a última sessão, o corpo ainda está em processo de resposta ao tratamento, e é comum que o acompanhamento médico seja mantido para avaliar a evolução. Embora a radiação não permaneça no organismo, seus efeitos podem continuar agindo nas células tumorais por um período, prolongando o processo de recuperação e eliminação do câncer. Consultas regulares e exames de imagem ajudam a verificar se o tumor está sendo controlado ou eliminado
Oncologia D’Or e os avanços na radioterapia
A Oncologia D’Or é referência nacional em tratamentos oncológicos e utiliza tecnologias de ponta para tornar a radioterapia cada vez mais eficaz e segura. Entre os equipamentos utilizados, destacam-se:
Aceleradores lineares de alta precisão: Esses aparelhos emitem radiação de maneira altamente focalizada, maximizando o impacto sobre o tumor e reduzindo os danos aos tecidos saudáveis.
Radioterapia guiada por imagem (IGRT): Com essa técnica, imagens de alta resolução são capturadas antes de cada sessão, garantindo que o paciente esteja posicionado corretamente e que a radiação alcance a área exata do tumor.
Radiocirurgia: Esta forma de radioterapia permite aplicar altas doses de radiação em uma única sessão ou poucas sessões, sendo indicada para tumores em locais de difícil acesso, como o cérebro.
Essas tecnologias permitem que a radioterapia seja aplicada de forma cada vez mais precisa, reduzindo o impacto no organismo e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.