Ao lidar com doenças graves, como o câncer, os termos “cura” e “remissão” são frequentemente utilizados, mas geram muita confusão. Embora ambos indiquem ausência de sinais ou sintomas da doença, possuem significados distintos no contexto médico. Aqui, vamos explorar essas diferenças e entender o que significa estar em remissão e quando uma doença é considerada curada
O que é remissão da doença?
A remissão é a fase em que há uma redução significativa ou até o desaparecimento completo dos sinais e sintomas da doença. Contudo, a remissão não é sinônimo de cura e pode ser dividida em duas categorias:
1. Remissão parcial da doença:
Nesta fase, a doença ainda está presente, mas em níveis baixos o suficiente para não causar sintomas graves. Um exemplo seria um câncer que diminui consideravelmente de tamanho após o tratamento, mas ainda possui células tumorais no organismo. Pacientes em remissão parcial precisam de acompanhamento constante e, muitas vezes, de tratamentos contínuos para evitar o avanço da doença.
2. Remissão completa:
Aqui, todos os sinais e sintomas da doença desaparecem. Contudo, isso não significa cura, pois pode haver células doentes remanescentes que não são detectáveis nos exames atuais. O monitoramento médico contínuo é essencial, pois existe a possibilidade de recidiva, que é o retorno da doença após um período de remissão completa.
Quando ocorre a remissão da doença?
A remissão ocorre após o tratamento, como quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou imunoterapia, que reduzem ou eliminam os sinais da doença. A duração da remissão é variável: para alguns pacientes, ela dura anos; para outros, pode ser temporária, com a doença retornando em um período. O retorno da doença após a remissão é conhecido como recidiva, e a intensidade do acompanhamento médico pode ser ajustada conforme o risco individual de recidiva e o tipo de doença.
O que é remissão espontânea?
A remissão espontânea é um fenômeno raro, no qual uma doença grave, como o câncer, regride ou desaparece sem tratamento médico convencional. Casos de remissão espontânea estão associados a uma resposta imunológica incomum ou a outros fatores biológicos ainda não compreendidos. Embora esses casos sejam extremamente raros, eles têm valor científico, pois ajudam os pesquisadores a explorar possíveis mecanismos naturais do corpo na regressão de doenças graves, contribuindo para futuros tratamentos.
O que é cura?
A cura ocorre quando a doença desaparece completamente, sem risco significativo de retorno. Em termos práticos, a cura significa que, após um período de acompanhamento, a chance de a doença voltar é tão baixa que o paciente é considerado livre dela. Para doenças infecciosas simples, como infecções bacterianas tratadas com antibióticos, a cura é comum. Mas para condições complexas, como o câncer, o conceito de cura é menos claro e frequentemente condicionado ao tempo em remissão completa.
Mesmo após alcançar a remissão completa do câncer, médicos esperam um período, geralmente cinco anos, antes de considerar um paciente curado, embora o tempo possa variar de acordo com o tipo de câncer e o histórico do paciente.
Diferença entre remissão e cura
A diferença crucial entre remissão e cura está na segurança quanto ao retorno da doença. A remissão, seja parcial ou completa, indica que a patologia está controlada ou sem sinais visíveis, mas não elimina o risco de retorno. A cura, por outro lado, implica que a doença foi erradicada e o risco de recidiva é muito baixo. Para alguns tipos de câncer, como leucemias e linfomas, os critérios de cura envolvem até 10 anos de acompanhamento sem sinais de recidiva.
Remissão como um marco importante
Apesar de a remissão não representar cura, ela é um marco crucial no tratamento de doenças graves. A remissão, especialmente a completa, permite uma melhora significativa na qualidade de vida do paciente, pois os sintomas reduzem ou desaparecem, possibilitando mais bem-estar e menor dependência de tratamentos intensivos. Pacientes em remissão, especialmente completa, podem retomar muitas atividades normais, embora a vigilância médica seja essencial.
O papel do acompanhamento médico
Para pacientes em remissão, o acompanhamento médico é fundamental. Consultas regulares, exames de imagem e testes laboratoriais são essenciais para monitorar a situação e detectar precocemente qualquer sinal de recidiva. No caso de doenças como o câncer, onde o risco de retorno pode ser significativo, o acompanhamento permite intervenções rápidas, aumentando a chance de resposta a novos tratamentos.