O pseudomixoma peritoneal (PMP) é uma condição oncológica rara, caracterizada pelo acúmulo progressivo de mucina na cavidade peritoneal. Essa substância gelatinosa é produzida principalmente por tumores mucinosos do apêndice, embora também possa ter origem em neoplasias primárias dos ovários ou, em casos ainda menos frequentes, de outros órgãos abdominais.
A progressão da doença pode levar a complicações graves, comprometendo a função dos órgãos abdominais e reduzindo significativamente a qualidade de vida do paciente.
Sintomas do pseudomixoma peritoneal
Os sintomas do PMP são frequentemente inespecíficos nos estágios iniciais, o que pode retardar o diagnóstico. Os sinais mais comuns incluem:
- Aumento do volume abdominal: a distensão abdominal progressiva é o sintoma mais característico do PMP. Ela resulta do acúmulo de mucina na cavidade peritoneal, podendo ser erroneamente atribuída a ganho de peso ou ascite de outra etiologia.
- Dor abdominal: o crescimento progressivo da mucina pode causar desconforto ou dor abdominal, geralmente de intensidade moderada, devido à compressão de órgãos internos.
- Alterações no trânsito intestinal: os pacientes podem apresentar episódios de constipação ou diarreia devido à pressão exercida pela mucina sobre o trato gastrointestinal.
- Perda de apetite e peso: a sensação de plenitude abdominal e o desconforto digestivo podem levar à redução da ingesta alimentar e consequente perda de peso involuntária.
Devido à natureza insidiosa e inespecífica dos sintomas, o diagnóstico frequentemente ocorre em estágios avançados.
Diagnóstico do pseudomixoma peritoneal
O tratamento padrão para o PMP é a combinação de cirurgia citorredutora (CRS) e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC), visando a remoção máxima da mucina e das células tumorais.
O diagnóstico do pseudomixoma peritoneal envolve uma combinação de avaliação clínica e exames de imagem. A tomografia computadorizada (TC) do abdome e da pelve é essencial, pois permite visualizar a extensão do acúmulo de mucina e identificar possíveis tumores primários.
Em alguns casos, pode ser necessária uma laparoscopia diagnóstica, que consiste na inserção de uma câmera na cavidade abdominal para inspeção direta e coleta de amostras para biópsia.
Métodos mais comuns de diagnóstico:
- Tomografia Computadorizada (TC)
- Ressonância Magnética (RM)
- Ultrassonografia
- Citologia por aspiração
Tratamento do pseudomixoma peritoneal
O tratamento padrão para o PMP é a combinação de cirurgia citorredutora (CRS) e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC), visando a remoção máxima da mucina e das células tumorais.
Cirurgia Citorredutora (CRS)
A CRS é um procedimento extenso que envolve a remoção de todos os tecidos acometidos pelo tumor e pelo acúmulo de mucina. Dependendo do estágio da doença, pode incluir peritonectomia, ressecção de órgãos afetados e exérese de implantes tumorais.
Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica (HIPEC)
A HIPEC é administrada imediatamente após a CRS, envolvendo a infusão de quimioterápicos aquecidos diretamente na cavidade abdominal para destruir células tumorais remanescentes. Esse procedimento melhora o prognóstico e reduz a taxa de recorrência.
Devido à complexidade do tratamento, os pacientes devem ser tratados em centros especializados com experiência na abordagem multidisciplinar do PMP. Equipes compostas por cirurgiões oncológicos, oncologistas clínicos, radiologistas e patologistas são fundamentais para otimizar os resultados terapêuticos.
Importância do Diagnóstico Precoce
O prognóstico do PMP depende do estágio da doença no momento do diagnóstico e da possibilidade de ressecção completa da mucina e do tumor primário. Pacientes com sintomas persistentes, como distensão abdominal progressiva e alterações gastrointestinais, devem procurar avaliação médica especializada para uma abordagem diagnóstica e terapêutica precoce.