A frequência da mamografia é um tema essencial para a saúde das mulheres, especialmente na detecção precoce do câncer de mama. Esse exame desempenha um papel fundamental ao identificar alterações nas mamas antes mesmo do surgimento de sintomas. No entanto, as recomendações sobre a periodicidade ideal variam entre diferentes entidades médicas, o que pode gerar dúvidas entre as pacientes.
Frequência ideal da mamografia
A resposta para a pergunta “Devo fazer mamografia todo ano?” depende de diversos fatores, como idade, histórico familiar e fatores de risco individuais. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) recomenda que mulheres entre 50 e 69 anos, sem histórico familiar da doença, realizem mamografias a cada dois anos. Essa diretriz se baseia em estudos que apontam um equilíbrio entre os benefícios do rastreamento e os possíveis riscos, como resultados falso-positivos e procedimentos desnecessários.
Por outro lado, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) orientam que mulheres realizem mamografias anualmente a partir dos 40 anos. Essa recomendação é sustentada por pesquisas que indicam que exames anuais aumentam a chance de detecção precoce, reduzindo a mortalidade.
Um estudo conduzido pela Universidade de Pittsburgh revelou que apenas 9% das mulheres que realizaram mamografias anuais foram diagnosticadas com câncer de mama em estágio avançado, enquanto esse percentual subiu para 14% entre aquelas que faziam o exame a cada dois anos. Esses dados sugerem que o rastreamento a cada dois anos não compromete a eficácia da detecção precoce e pode aumentar a adesão ao exame, garantindo maior probabilidade de diagnóstico sem prejuízo à detecção de casos avançados.
O câncer de mama é o segundo mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. No Brasil, o INCA estima quase 74 mil novos casos da doença por ano entre 2023 e 2025, ressaltando a relevância da mamografia na detecção precoce.
Fatores de risco que exigem atenção
Para mulheres com maior risco de desenvolver câncer de mama, recomenda-se um rastreamento mais intensivo. Isso inclui:
- histórico familiar da doença em parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha);
- presença de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2;
- diagnóstico prévio de câncer de mama ou lesões pré-cancerígenas;
- exposição prolongada a hormônios, como terapia de reposição hormonal combinada;
- tecido mamário denso, que pode dificultar a detecção de tumores na mamografia convencional.
Nesses casos, a mamografia pode ser iniciada ainda mais cedo, geralmente a partir dos 30 anos, além da possibilidade de exames complementares, como a ressonância magnética das mamas.
Importância do diagnóstico precoce
A detecção precoce do câncer de mama é um dos principais fatores para aumentar as taxas de cura. Quando identificado em estágios iniciais, o câncer pode ser tratado com menor necessidade de cirurgias extensas, quimioterapia agressiva ou outros procedimentos invasivos. Estudos indicam que a taxa de sobrevida em cinco anos para casos detectados precocemente pode ultrapassar 90%.
A decisão sobre a frequência ideal da mamografia deve ser tomada em conjunto com um médico, considerando fatores como idade, histórico familiar e condições individuais. O mais importante é garantir que todas as mulheres estejam informadas sobre suas opções e a relevância do rastreamento regular para a saúde mamária.
Mamografia para detecção precoce do câncer de mama
A frequência ideal da mamografia depende do perfil de risco de cada mulher. Para aquelas entre 50 e 69 anos sem fatores adicionais de risco, o rastreamento bienal pode ser suficiente, conforme as diretrizes do INCA. Já mulheres mais jovens, especialmente aquelas com histórico familiar ou predisposição genética, podem se beneficiar do exame anual.
Independentemente da periodicidade recomendada, o fundamental é que a mamografia seja realizada regularmente, conforme orientação médica, garantindo a detecção precoce e aumentando as chances de tratamento eficaz. A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as melhores estratégias para a saúde mamária.