O que é tocofobia?
É um distúrbio que afeta as mulheres e causa um medo intenso da gravidez ou, ainda, da dor do parto. As mulheres que sofrem de tocofobia desenvolvem crises de ansiedade e aversão ao ato sexual (devido ao medo de engravidar), além de pesadelos frequentes e dificuldades para dormir e se alimentar.
É consenso na comunidade médica que a principal causa da tocofobia – e aumento de sua incidência – é a desinformação a respeito dos métodos contraceptivos nas redes sociais. Pílula do dia seguinte, comprimido anticoncepcional e outros métodos para evitar a gravidez, como implantes (DIU e implante anticoncepcional), são divulgados como ineficazes em vários vídeos e conteúdos nas redes sociais, propagando fake news e causando medo de engravidar em mulheres que já sofrem de ansiedade.
A tocofobia foi reconhecida oficialmente em janeiro de 2000, após a publicação de um estudo no renomado British Journal of Psychiatry, da Universidade de Cambridge. Foi a primeira vez que um artigo científico classificou a fobia na literatura médica, e listou duas versões:
-Primária – atinge mulheres que nunca engravidaram;
-Secundária – gestantes com medo do parto.
Tratamento
Médicos e profissionais da saúde sabem da existência da tocofobia, mas mesmo sendo uma fobia reconhecida na literatura médica, o transtorno não está incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID) e, por isso, é subnotificado.
Uma pesquisa com estudos de 18 países da Nordic Federation of Obstetrics and Gynecology (Federação Nórdica de Obstetrícia e Ginecologia), publicada em 2017, identificou que 14% das gestantes apresentavam tocofobia na forma secundária. Entretanto, como o transtorno não é classificado como uma doença, não há um protocolo de tratamento.
Para as mulheres que possuem a fobia, recomenda-se a realização de um acompanhamento multidisciplinar com psicólogo, psiquiatra e ginecologista.
Alguns problemas causados pela tocofobia
-Tomar pílulas do dia seguinte mesmo usando anticoncepcional;
-Fazer vários testes de gravidez após ato sexual com preservativo;
-Evitar relações sexuais por períodos longos, mesmo em relacionamentos com um único parceiro.
Informe-se
A desinformação, assim como notícias ou posts alarmistas, geram medo nas mulheres e aumentam ainda mais a fobia de engravidar. Para você não cair nessa armadilha, preparamos este box de informações sobre os métodos contraceptivos femininos. E lembre-se: na dúvida, procure um ginecologista. Nada melhor que um médico especialista para ajudá-la a clarificar qualquer receio em relação aos métodos contraceptivos.
-Implanon, conhecido como chip anticoncepcional (99,95% de eficácia)
-Vasectomia (99,9% de eficácia)
-DIU com hormônios (99,8% de eficácia)
-Injeção, pílula anticoncepcional e anel vaginal (99,7% de eficácia)
-Laqueadura (99,5% de eficácia)
-DIU sem hormônios (99,4% de eficácia)
-Camisinha (98% de eficácia)
-Tabelinha (95% de eficácia)
Fonte: Manual de Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)
E se você se deparar com algum vídeo ou conteúdo nas redes sociais que afirma que a gravidez ocorreu mesmo após a ingestão da pílula ou com o uso do DIU, pergunte a si mesma:
Será que o DIU foi colocado de forma correta e foi feito exame de rotina para garantir que ele estava no lugar adequado?
O anticoncepcional foi usado conforme a determinação do fabricante?
A pílula foi ingerida da forma correta?
No mais, evite posts nas redes sociais de fontes “não médicas” que abordem o assunto.