Prematuridade: o que é e quais são os seus fatores de risco?

A prematuridade é a principal causa de morte infantil no mundo inteiro, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU). O parto prematuro é aquele em que o bebê nasce antes do tempo previsto, ou seja, até 36 semanas e 6 dias. O período de gestação ideal tem duração de 37 a 42 semanas.

Além de ser responsável por 70% das morbidades e da mortalidade neonatal, a prematuridade pode ter repercussão na fase infantil e adulta. Isso porque há chances de apresentar sequelas, problemas neurológicos, diversas doenças e necessidade de internação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define diferentes graus de prematuridade, de acordo com o tempo de gestação. São eles:

  • Extremamente prematuro: até 28 semanas;
  • Muito prematuro: entre 28 e 32 semanas;
  • Prematuro moderado a tardio: de 32 a 37 semanas de gestação.

Quanto menor a idade gestacional, pior é o prognóstico do bebê. Afinal, é nas últimas semanas de gravidez que o sistema cardiorrespiratório se desenvolve por completo. Antes desse amadurecimento, a criança não consegue se adaptar bem à vida fora do útero, podendo ainda sofrer de problemas como asma e alergias.

Embora o mundo adote ações para reduzir a sua incidência, trata-se de uma condição bastante recorrente. Apenas no Brasil, cerca de 300 mil crianças prematuras nascem por ano. Para conscientizar a sociedade sobre o assunto, foi criado o Dia Mundial da Prematuridade, em 17 de novembro.

Quer saber mais sobre o parto prematuro? Continue lendo este artigo.

Os tipos de parto prematuro.

O nascimento de um bebê prematuro pode ocorrer de forma espontânea, ou seja, devido ao trabalho de parto antecipado. Por meio da dilatação precoce do colo do útero, ele se origina nas contrações, com ou sem a ruptura das membranas.

Também existe a chamada prematuridade eletiva ou terapêutica, que é aquela indicada pelo médico. Nesse caso(retoma), é recomendada quando existe um risco para a saúde da mãe ou do feto, como diante de crises hipertensivas, síndromes hemorrágicas e até na restrição de/do crescimento fetal.

As principais causas da prematuridade.

Entre os fatores de risco para o parto prematuro, é possível destacar condições demográficas como a idade materna. Mães com menos de 15 anos ou mais de 40 anos apresentam maior probabilidade de ter um bebê antes do tempo.

O perfil socioeconômico e cultural também pode influenciar: cenários como falta do pré-natal ou diversos partos seguidos, com intervalos curtos, são mais comuns para mulheres em vulnerabilidade social.

Grávidas que já tiveram um parto prematuro espontâneo possuem, pelo menos, 25% de chance de repetir a prematuridade. Nesse caso, o pré-natal deve ser ainda mais especializado e cuidadoso.

Os demais fatores de risco estão relacionados a questões individuais, comportamentais e hábitos de vida, além de complicações obstétricas, clínicas e ginecológicas. Confira logo abaixo outras possíveis causas!

  • Tabagismo;
  • Atividade física aumentada;
  • Uso de drogas ilícitas;
  • Mioma;
  • Estresse materno;
  • Gravidez múltipla;
  • Inserção baixa de placenta;
  • Ruptura prematura de membranas;
  • Colo uterino curto;
  • Infecções maternas;
  • Doença periodontal;
  • Diabetes gestacional;
  • Útero com malformações;
  • Cirurgias uterinas;
  • Pré-eclâmpsia (pressão arterial alta na gravidez);
  • Insuficiência Istmocervical (colo uterino frágil, que abre após o 4º mês de gravidez).

As causas inflamatórias, hormonais, emocionais e imunológicas também não podem ser descartadas.

Os riscos da prematuridade para o recém-nascido.

As complicações costumam ser leves quando a prematuridade é mais tardia, sendo necessário apenas que bebê fique em observação por alguns dias. Quando o parto é extremamente prematuro, a criança precisa de tratamentos prolongados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI).

O motivo disso é que os órgãos do feto ainda estão imaturos, deixando-o biologicamente vulnerável. Entre os principais problemas provocados pelo nascimento antes do tempo estão:

  • Doenças respiratórias;
  • Hemorragia cerebral;
  • Infecções;
  • Condições genéticas e congênitas;
  • Insuficiência renal e hepática;
  • Problemas pulmonares crônicos, neurológicos e cardíacos;
  • Dificuldade para respirar, manter a temperatura corporal e se alimentar.

Após o parto prematuro e a internação, além da assistência médica, o cuidado da família é fundamental para o desenvolvimento, o bem-estar e a recuperação do bebê.

Medidas de prevenção do parto prematuro.

Nas situações em que é possível , algumas medidas podem ser tomadas para diminuir complicações para a mãe e reduzir a morbidade da prematuridade na vida do recém nascido. O maior desafio consiste em oferecer o melhor cuidado possível ao binômio nas situações de emergência, onde não há tempo de realizar medidas ou medicações preventivas.

De forma ideal, a prevenção do parto prematuro deve ser feita na consulta pré-concepcional, antes da gravidez, para que os fatores de risco sejam avaliados. Mas não é bem isso que ocorre: quase nunca os cuidados se dão de forma primária.

Atualmente, muito se fala do colo uterino curto. Isso determinou uma estratégia preventiva da prematuridade, que é o acompanhamento das medidas do colo do útero por uma ultrassonografia transvaginal. Se o médico percebe que estão encurtando, é um fator de risco para o parto prematuro.

Algumas estratégias terapêuticas são o uso da progesterona por via vaginal, realização da cirurgia cerclagem uterina (indicada principalmente para Insuficiência Istmocervical) e até a utilização do dispositivo pessário, colocado no colo do útero.
Esses tratamentos podem garantir dias, semanas e até meses a mais de gestação, evitando a prematuridade extrema.

O essencial/ o mais importante é que a mãe realize o pré-natal o quanto antes/sem demoras. Por meio dos exames laboratoriais e do acompanhamento da gestante, alguns casos de prematuridade podem ser evitados.

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