Embora a gestação tardia seja um reflexo da preocupação crescente com o planejamento familiar, além da priorização do desenvolvimento pessoal e da carreira profissional, é uma condição que merece atenção. Isso porque engravidar depois dos 35 anos pode aumentar a probabilidade de que o bebê desenvolva doenças genéticas.
Por que a idade avançada é um fator de risco para doenças genéticas?
Conforme o tempo passa, os óvulos da mulher também envelhecem, aumentando a probabilidade de erros durante a cópia ou a divisão do material genético (DNA) entre as células. Porém, a idade do pai também pode influenciar na possibilidade de mutações genéticas no bebê.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Saúde da Mulher da University College London, na Inglaterra, apontou que a qualidade dos espermatozoides decai com o passar do tempo. No geral, essa redução ocorre a partir dos 40 anos.
No entanto, mesmo diante dos riscos, isso não significa que o sonho de ter uma criança deve acabar junto com a juventude. Nesse caso, é fundamental planejar a gestação com a orientação de um especialista, além de realizar um rígido acompanhamento pré-natal. Vamos falar melhor sobre isso nas próximas linhas.
Quais são os tipos de doenças genéticas?
De acordo com o Ministério da Saúde, 80% das doenças raras têm origem genética. Essas condições podem ser classificadas em três categorias: monogenéticas (somente um gene é alterado); multifatorial (mais de um gene é modificado e há interferência de fatores ambientais); e cromossômicas (as estruturas e/ou números dos cromossomos são atingidos).
No caso das doenças cromossômicas, a Síndrome de Down é a mais conhecida, causada por uma divisão celular anormal. A sua prevalência no Brasil é de 1 a cada 700 nascimentos. Além do comprometimento intelectual, a criança possui características específicas, como rosto redondo, baixa estatura, pescoço curto, flacidez muscular e prega palmar única.
Porém, é possível citar também síndromes como a de Klinefelter, de Turner, do X frágil e do triplo X, além da trissomia 18 e trissomia 13.
Já entre as doenças monogenéticas, estão:
● Hemofilia;
● Surdez congênita;
● Fibrose cística;
● Neurofibromatose tipo 1;
● Hemocromatose;
● Doença falciforme.
As condições genéticas multifatoriais, por sua vez, são influenciadas por fatores externos, embora haja a mutação dos genes. Alguns exemplos são:
● Alzheimer;
● Câncer;
● Diabetes;
● Cardiopatia congênita;
● Autismo;
● Artrite reumatoide.
Como as doenças genéticas são detectadas no bebê?
Hoje, já é possível realizar testes genéticos durante o pré-natal para identificar quadros como a Síndrome de Down no feto. Entre eles, estão a amniocentese e a amostragem vilo-coriônica (CVS). Também existe um exame de sangue chamado NIPT, indicado para avaliar possíveis modificações cromossômicas no bebê ainda no útero.
Após o nascimento, o Teste do Pezinho é um dos procedimentos mais importantes para diagnosticar problemas genéticos, como a fibrose cística e a doença falciforme. Ele deve ser realizado logo nos primeiros dias de vida, 48h depois da ingestão do leite materno ou da fórmula láctea.
O mais recente dos exames realizados depois de o bebê nascer para identificar condições genéticas é o Teste da Bochechinha, feito por meio da amostra de saliva coletada no interior da bochecha da criança.
Como prevenir doenças genéticas na gravidez tardia?
O aconselhamento genético é uma medida que pode ser adotada para ajudar na tomada das melhores decisões, visando garantir uma gestação saudável e tranquila. Baseado na avaliação dos riscos de doenças genéticas em uma família, ele é realizado antes da gravidez.
A Fertilização In Vitro e o congelamento de espermatozoides e de óvulos também são soluções viáveis para quem prefere adiar a chegada do bebê.
O mais importante é contar com o acompanhamento e a orientação de especialistas, além de seguir à risca as recomendações dos médicos, seja em uma gravidez tardia ou não.
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