O câncer de pele é o primeiro tipo de câncer mais frequente na população brasileira, correspondendo a cerca de 1/3 dos casos diagnosticados de câncer no nosso país, sendo o câncer de pele não-melanoma o tipo mais comum.
O câncer de pele é caracterizado pelo crescimento anormal das células que compõem a epiderme, o é classificado em duas grandes famílias: o câncer de pele do tipo não-melanoma, que inclui o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, que são muito mais frequentes e com baixa letalidade e o câncer de pele do tipo melanoma, menos comum, e de comportamento mais agressivo e potencialmente letal.
Vale ressaltar que os hábitos preventivos podem ser ampliados com informação de qualidade, assim como formas de detectar sinais na pele que possam levar a um diagnóstico precoce e maiores chances de cura. Pensando na questão do verão, que sempre entra em discussão no dezembro Laranja, lançamos a campanha “O futuro está no cuidado – verão com prevenção”, para alertar a população de que a prevenção deve ter atenção sim nessa época do ano, mas precisa ser realizada o ano inteiro.
Nós sabemos que um dos principais fatores de risco modificáveis (que podemos interferir, modificar) para o câncer de pele é a exposição ao sol e aos raios UV emanados por ele. Não é à toa que a campanha de conscientização sobre a prevenção seja mais intensa no início verão, incentivados o uso de foto-proteção e a busca por avaliações dermatológicas periódicas. Porém, é importante lembrar que lâmpadas solares e câmaras de bronzeamento artificial também emitem radiação UV e embora a exposição seja menor nos dias nublados e frios, o uso de filtro solar também se faz necessário nessas estações.
Outro enfoque dado na campanha é pelo diagnóstico precoce. Uma boa notícia é que, se detectado em estágio inicial, as chances de cura do câncer de pele ficam entre 90% e 95%, inclusive no melanoma. No entanto, se descuidada, a doença pode evoluir e ficar cada vez mais grave, se descoberta em fase avançada. Por isso, previna-se e esteja sempre alerta a novas lesões de pele em qualquer lugar do corpo (até nas unhas), pois a doença pode se manifestar como uma pinta ou mancha, geralmente acastanhada ou enegrecida, ou como uma pápula ou um nódulo avermelhado, da cor da pele ou perolado (brilhoso) ou ainda como uma ferida que nunca cicatriza.
E embora seja popular a informação de que o câncer de pele acomete pessoas de pele mais clara ou que costuma se desenvolver em pessoas mais velhas ou calvas, vale lembrar que, embora por uma incidência menor, todos os tipos de pele podem ter câncer de pele e, portanto, devem se proteger. Em resumo, é fundamental que todos adotem a proteção solar na rotina e não somente em dias de exposição direta ao sol.
Tive o diagnóstico positivo? E agora? Como é o tratamento do câncer de pele?
Apesar da baixa letalidade do câncer de pele não melanoma, é importante a realização do tratamento adequado. Isso já é reforçado nos cânceres de pele do tipo melanoma, o tipo mais agressivo da doença.
Os carcinomas (câncer de pele não-melanoma) podem ser tratados geralmente através de medicações de uso tópico, terapia fotodinâmica, cirurgia e radioterapia. Além disso, nos casos mais avançados podem necessitar de imunoterapia e o uso de medicações orais tipo alvo.
De acordo com a SBD, os principais tipos de cirurgia são:
- Cirurgia excisional: retirada do tumor e de suas bordas como margem de segurança.
- Curetagem e eletro dissecção: raspagem da lesão e utilização do bisturi elétrico para garantir a eliminação das células cancerígenas;
- Crio cirurgia: destrói o tumor por meio do frio (nitrogênio líquido).
- Cirurgia a laser: utiliza dióxido de carbono ou erbium YAG laser para destruir as células tumorais;
- Cirurgia Micrográfica de Mohs: retirada do tumor e de uma pequena parte do tecido em volta e, depois, seguem para análise do material. O procedimento ocorre repetidas vezes para garantir a maior preservação possível da área afetada;
- Terapia Fotodinâmica (PDT): aplicação de material agente fotossensibilizante associado à exposição a luz intensa, o que destrói as células tumorais.
Já o tratamento para o câncer de pele do tipo melanoma vai depender do estágio da doença e das condições de saúde do paciente. Lembrando que quanto mais precoce o diagnóstico e estágio da doença, maior a chance de cura!
Os cuidados básicos com a saúde devem ser lembrados por todos!! Não é à toa que as mulheres têm uma maior longevidade. Elas vivem mais, porque se cuidam melhor. Não é porque é mulher ou homem. É o estilo de vida adotado. Alimentação, menor exposição a riscos e autocuidado – incluindo o protetor solar no “SKINCARE” – Isso faz a diferença não só na prevenção contra qualquer tipo de câncer e outras doenças, mas na manutenção da qualidade de vida!
Por isso, cuide-se e faça do ano inteiro um momento de cuidado e proteção para sua pele, pois “O FUTURO ESTÁ NO CUIDADO.”
Escrito pelo Dr. Rodrigo Guedes – Oncologista Clínico Regional Bahia – CRM BA 17111