Meningioma
O meningioma é o tumor das meninges, que são membranas responsáveis por revestir e proteger o cérebro e a medula espinhal, sendo na maioria dos casos benigno. Entenda o que é meningioma, sintomas, causas, tipos e tratamento
O que é meningioma?
O meningioma é um tumor que afeta as meninges, membranas que revestem e protegem o cérebro e a medula espinhal. Ele pode causar sintomas como dor de cabeça, tontura e convulsões. Geralmente benigno, os sintomas dependem da região afetada e do tamanho do tumor. Em alguns casos, pode haver risco de malignidade. O tratamento envolve cirurgia e/ou radioterapia, conforme orientado pelo oncologista ou neuro-oncologista.
Quais os sintomas de meningioma?
Os sintomas mais comuns de meningioma incluem:
- Dor de cabeça ou no pescoço;
- Mudanças no comportamento, alterações mentais ou cognitivas;
- Problemas visuais como perda, visão dupla ou embaçada;
- Paralisia facial;
- Fraqueza muscular ou falta de reflexos;
- Perda de olfato, audição ou zumbido;
- Dificuldade para falar ou engolir;
- Náuseas, vômitos, tontura e convulsões.
Os sintomas variam conforme a localização e tamanho do tumor.
Como é feito o diagnóstico do meningioma?
O diagnóstico é realizado por um neurologista ou neuro-oncologista, que avalia os sintomas e realiza exames clínicos e neurológicos. Exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, são fundamentais para confirmar o diagnóstico e localizar o tumor.
Quais são os exames para meningioma?
Os exames mais comuns para diagnóstico de meningioma incluem:
- Tomografia computadorizada com contraste;
- Ressonância magnética com contraste;
- Angiografia por subtração digital (DSA);
- PET-scan com contraste de gálio-68-Dotatate (68Ga).
Se necessário, uma biópsia e exames genéticos podem ser feitos para identificar o tipo e o grau do tumor.
Como saber se o meningioma é maligno?
Para determinar se o meningioma é maligno, é necessário realizar exames de imagem e uma análise histopatológica do tumor retirado, que identifica alterações celulares.
Quais os graus do meningioma?
O meningioma pode ser classificado em três diferentes graus de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), sendo importante para o médico definir o tipo de tratamento que será realizado.
Os principais graus de meningioma são:
- Meningioma grau I ou típico
O meningioma grau I ou típico é um tumor benigno de baixo grau, ou seja, apresenta crescimento lento e bordas delimitadas, sendo o tipo mais comum de meningioma.
Devido ao crescimento lento, alguns tumores podem se calcificar, sendo chamados de meningioma calcificado.
- Meningioma grau II ou atípico
O meningioma grau II ou atípico é um tumor benigno de grau intermediário, ou seja, pode se espalhar lentamente para os tecidos próximos.
- Meningioma grau III ou anaplásico
O meningioma grau III ou anaplásico é um tipo de meningioma maligno ou de alto grau.
Isso significa que apresenta crescimento rápido e potencial de metástase.
Meningioma é grave?
Na maioria dos casos, meningiomas benignos (grau I) não são graves, mas o grau III, maligno, pode ser grave devido ao risco de disseminação para outras partes do cérebro.
Qual médico consultar?
Para suspeita de meningioma, deve-se procurar um neurologista, neurocirurgião ou neuro-oncologista.
O que causa o meningioma?
A causa exata do meningioma não é completamente conhecida, no entanto, está relacionada a alterações genéticas nas células das meninges, resultando na formação do tumor. Mais especificamente o meningioma pode ser causado por alterações nos cromossomos 22, 1p, 6q, 14q e 18q.
Quais os fatores de risco para o meningioma?
Fatores que aumentam o risco de meningioma incluem:
- Gênero (mais comum em mulheres);
- Idade (mais comum em adultos);
- Obesidade;
- Exposição à radiação;
- Terapia hormonal ou uso de anticoncepcionais;
- Síndromes genéticas, como neurofibromatose tipo 2.
O meningioma é hereditário?
A maioria dos meningiomas não são hereditários, sendo esporádicos e causados por mutações genéticas adquiridas ao longo da vida. No entanto, algumas condições hereditárias podem aumentar o risco de desenvolver meningiomas. Entre essas síndromes genéticas estão:
- Neurofibromatose tipo 2 (NF2): É a síndrome hereditária mais comumente associada ao desenvolvimento de meningiomas. Pessoas com NF2 têm maior propensão a múltiplos meningiomas.
- Neoplasia endócrina múltipla tipo 1 (MEN1): Pode predispor ao desenvolvimento de vários tipos de tumores, incluindo meningiomas.
- Síndrome de predisposição tumoral BAP1: Uma mutação no gene BAP1 pode predispor ao desenvolvimento de vários tipos de câncer, incluindo meningiomas.
- Meningiomatose familiar: Rara condição hereditária que leva à formação de múltiplos meningiomas em uma mesma família.
Outras síndromes genéticas que podem estar relacionadas incluem:
- Síndrome de von Hippel-Lindau
- Síndrome de Li-Fraumeni
- Síndrome de Gorlin
- Doença de Cowden
Essas síndromes são raras, mas indivíduos portadores delas têm um risco maior de desenvolver meningiomas e outros tipos de tumores.
Quais são os tipos de meningioma?
Os meningiomas podem ser classificados principalmente como:
- Meningioma cerebral: Surge no cérebro, causando sintomas como compressão das estruturas cerebrais.
- Meningioma da base do crânio: Localizado sob o cérebro, ao longo da base do crânio, é mais difícil de remover por cirurgia.
Como é feito o tratamento do meningioma?
O tratamento depende do grau e localização do tumor, idade e estado de saúde do paciente. As opções incluem:
- Vigilância ativa
A vigilância ativa é feita com acompanhamento médico regular e exames de imagem, podendo ser indicado nos casos de meningioma pequenos e assintomáticos.
- Cirurgia oncológica
A cirurgia pode ser indicada pelo médico nos casos de meningioma que causa sintomas. Entenda como é feita a cirurgia oncológica.Geralmente, para o meningioma grau I, o tratamento é só a cirurgia, pois é um tumor benigno que tem crescimento lento. Já para os meningiomas grau II e grau III, pode ser necessário o tratamento complementar com radioterapia.
- Radioterapia
A radioterapia pode ser indicada pelo onco-neurologista e radio-oncologista para complementar o tratamento cirurgico ou também pode ser o tratamento principal de tumores profundos que não podem ser retirados por cirurgia.
Esse tipo de tratamento utiliza uma máquina que emite feixes de radiação direcionados à região do cérebro a ser tratada, com o objetivo de eliminar ou reduzir o crescimento das células tumorais.
- Quimioterapia
A quimioterapia para o meningioma pode ser indicada quando não é possível fazer a cirurgia ou a radioterapia, ou nos casos de meningioma maligno recorrentes.
o tratamento sistêmico pode ser feito com terapia alvo ou outras medicações que não são as quimioterapias padrões, como:
- Sunitinibe ou bevacizumabe;
- Bevacizumabe + everolimus;
- Análogos da somatostatina, como octreotida, lanreotida ou pasireotida;
- Análogos da somatostatina + everolimus.
O tipo de medicamento a ser usado na quimioterapia para meningioma, varia de acordo com o tipo de tumor, devendo sempre ser indicado pelo neuro-oncologista. Entenda como é feita a quimioterapia.
- Cuidados paliativos
Os cuidados paliativos podem ser feitos desde o início do tratamento para o meningioma até a fase final da doença. Esse tipo de abordagem é feita com suporte medicamentoso, psicológico, emocional e religioso, fisioterapia, terapia ocupacional ou nutrição, por exemplo, garantindo o bem estar e melhorando a qualidade de vida.
Os cuidados paliativos também podem ser oferecidos para os familiares e cuidadores, oferecendo suporte e estratégias de cuidados com o paciente em jornada oncológica.
Quais são as sequelas após retirada de meningioma?
Sequelas após a cirurgia podem incluir sangramentos, infecções, alterações na memória, fala e concentração, além de convulsões e fraqueza.
Geralmente, as sequelas do meningioma são raras, no entanto, dependendo da localização, tamanho ou profundidade do tumor, pode-se desenvolver sequelas que variam de uma pessoa para outra.