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As doenças do coração são as principais causas de morte no Brasil. Dentre elas encontra-se a doença isquêmica coronariana que ocorre como resultado da obstrução das artérias do coração, em geral, por placas de gordura que se depositam e acumulam no seu interior causando a angina e o infarto. Hábitos saudáveis são eficazes para sua prevenção, mas há muitos anos o ácido acetilsalicílico (AAS) vem sendo utilizado diariamente por indivíduos de diferentes idades como medicamento protetor ao coração. No entanto, essa fama tem sido questionada por médicos e já se mostrou não ser válida para todo mundo.
Nos últimos anos estudos foram publicados em duas das maiores revistas científicas reconhecidas mundialmente a Lancet e a New England Journal of Medicine (NEJM) confirmando o que já era, há tempos, desconfiado: a medicação não tem um papel protetor em indivíduos que nunca tiveram um evento cardíaco prévio (a chamada prevenção primária) e ainda, aumentou o risco de sangramento intestinal e cerebral graves.
Esses resultados não são válidos para aqueles indivíduos que já tiveram um evento cardíaco ou cerebrovascular onde o benefício do AAS está extensivamente comprovado devendo o seu uso ser rotineiro.
Sendo assim, se você nunca teve um evento cardíaco o uso do AAS deve ou não ser utilizado conforme orientação médica sempre levando em consideração o risco individual do desenvolvimento de doença coronariana bem como o risco de sangramento.
Quer prevenir um infarto? Tenha uma vida saudável. Pratique atividade física, tenha uma alimentação balanceada com baixas taxas de gordura e alimentos processados. Não fume. Controle doenças como obesidade, hipertensão arterial e diabetes. Faça acompanhamento médico regular seguindo sempre as orientações de um profissional de sua confiança. E lembre-se: o que pode ser ideal para o seu vizinho, pode não ser para você!
Dra. Nara Kobbaz
Cardiologista Clínica da Equipe de Transplante Cardíaco do Hospital do Coração do Brasil (DF) Rede D’Or São Luiz