Procedimento é o primeiro a ser realizado por equipe multidisciplinar no Copa D’Or
Um paciente de 60 anos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) foi o primeiro a receber um transplante de pulmão, no Hospital Copa D’Or, na zona sul do Rio de Janeiro, após a criação de uma comissão de especialistas em cirurgia torácica. O procedimento realizado pelo cirurgião Eduardo Fontena contou com o apoio do médico brasileiro Tiago Machuca, que atualmente é diretor do centro pulmonar de alta complexidade do Miami Transplant Institute (MTI), nos Estados Unidos.
O transplante, considerado um sucesso pelos médicos, foi realizado no início de fevereiro desse ano. No último dia 18, após um período de internação e reabilitação, o paciente que sofria com a doença há pelo menos cinco anos, recebeu alta. O pneumologista Gabriel Santiago, um dos membros da equipe, explicou que por se tratar de uma doença em estágio avançado o transplante de pulmão foi o único recurso.
“Há um ano e meio a doença se agravou e o paciente estava muito limitado, tendo que fazer uso de balão de oxigênio para poder respirar e assim conseguir fazer atividades básicas como se alimentar e tomar banho. Agora, pós-transplante o paciente já retomou a sua rotina, sem a necessidade de oxigênio suplementar”.
O pneumologista faz parte da equipe multidisciplinar de transplante pulmonar da Rede D’Or no Rio de Janeiro, criada há um ano. O time montado conta com a parceria do cirurgião torácico Tiago Machuca. O especialista é considerado um dos melhores cirurgiões torácicos nos Estados Unidos e é diretor do centro pulmonar de alta complexidade do Miami Transplant Institute (MTI).
“O objetivo dessa equipe é melhorar o acesso e os resultados não somente do transplante pulmonar, mas de terapias avançadas como ECMO (pulmão artificial), cirurgia redutora de volume pulmonar e cirurgia robótica de alta complexidade”.
De acordo com o último levantamento feito pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) em 2022, foram realizados 106 transplantes de pulmão no Brasil. Santiago ressalta que o número é muito inferior a necessidade atual do país e que a implantação de novos serviços de transplantes de pulmão é fundamental para atender a demanda. A ABTO estima que mais de mil e quinhentas pessoas (1.681) aguardem por um novo órgão a cada ano. No ano passado, segundo a entidade, pela primeira vez o procedimento foi realizado em cinco estados (RS, SP, CE, RJ e PR).