Publicado em:
Palpitações constituem a percepção anormal dos batimentos cardíacos. São sintomas e como todo sintoma, serve de pista para o diagnóstico da causa. Frequentemente leva a preocupação pois muitos associam esses sintomas a um iminente ataque cardíaco. As palpitações podem ser percebidas como aceleração instantânea ou pausa, como aceleração contínua dos batimentos ou como descompasso no ritmo do coração. A maneira como são percebidas as palpitações e sua duração são peças importantes na busca da causa. Se a aceleração ocorre durante o esforço é absolutamente esperada e quase sempre normal, exceto nos casos de taquicardias ventriculares ou atriais desencadeadas no esforço. Pode ocorrer em pessoas com infecções, quando tem febre, ou como consequência de Hipertireoidismo. Aborrecimentos, sustos, estresse podem levar a palpitações pela liberação de substâncias como a adrenalina. Se ocorre no repouso, pode ter como causa uma arritmia cardíaca. E nesse sentido, é importante a pesquisa para definirmos qual tipo específico de arritmia. Se a palpitação é tipo falha ou instantânea provavelmente é devida a presença de extra-sístoles. Se é por aceleração contínua com duração de minutos ou horas, com início e término súbito, possivelmente é devido a algum tipo de taquicardia supraventricular. Se ocorre um descompasso no ritmo do batimento cardíaco, possivelmente a causa é fibrilação atrial. Dissecar o que o paciente descreve sobre palpitações é o primeiro passo para o diagnóstico, mas evidentemente o médico precisará realizar a ausculta cardíaca, o eletrocardiograma, exame fundamental nesse caso, e de outros exames complementares que julgar necessário para conclusão do diagnóstico.
Dr. Eustáquio Ferreira Neto
Cardiologista e Arritmologista do Hospital do Coração do Brasil (DF) – Rede D’Or São Luiz