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Apesar de parecer um nome romântico é uma doença séria que pode trazer grandes consequências ao coração, a síndrome do coração partido é uma disfunção cardíaca causada pela liberação excessiva de adrenalina no sangue, que pode ser desencadeada por estresse emocional, a doença ainda está em estudo, porém sabemos que com aumento de adrenalina há contração excessiva do coração e espasmo das artérias cardíacas, levando a falta de sangue no coração e consequente disfunção que na maioria das vezes é transitória.
É mais comum em mulheres após 50 anos, mas pode ser encontrada em qualquer idade e sexo, as informações atuais são limitadas, mas já sabemos que pessoas com antecedente de ansiedade, depressão e síndrome do pânico podem ter uma predisposição, também foi observado casos entre familiares sugerindo que possa haver uma tendencia genética.
Os sintomas normalmente se iniciam após episódio intenso de estresse (morte de familiar, diagnóstico de doença grave, perda financeira e término de relacionamento), e são os mesmo que os encontrados nos casos de infarto, os pacientes podem sentir dor no peito, as vezes com irradiação para os braços ou região maxilar, falta de ar, sudorese excessiva, náuseas e até desmaio.
Os exames realizados seguem a investigação dos quadros de infarto, no eletrocardiograma pode ser encontradas alterações sugestivas de infarto, as enzimas cardíacas que são marcadores de infarto podem estar elevadas e o ecocardiograma, exame para avaliar a estrutura do coração, mostra a disfunção ocasionada pela doença, porém nos casos de síndrome do coração partido não há evidência de placas ou obstruções nas artérias do coração.
Atualmente o estresse, ansiedade e depressão tem alta prevalência na população mundial, estas doenças trazem aumento da liberação de substâncias que podem levar a inúmeras doenças, o controle destes fatores é essencial, praticar atividades físicas, procurar atividades para relaxamento e entretenimento tem se mostrado bem efetivas, quando estes fatores são incontroláveis procurar ajuda profissional é muito importante.
A síndrome do coração partido tem se tornado mais frequente no dia a dia do cardiologista, seja pelo aspecto social do mundo atual ou pelo maior conhecimento da doença, o controle dos fatores de risco é importante e sempre que houver sintomas cardiológicos deve-se procurar um profissional capacitado.
Dr. Rafael Domiciano
Coordenador da Cardiologia do Hospital Anália Franco (SP) – Rede D’Or São Luiz