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O coração é composto por quatro cavidades, sendo dois átrios na parte superior e dois ventrículos na parte inferior. Os estímulos elétricos são originados no marca-passo natural do coração, situado no átrio direito, e são transmitidos aos ventrículos por um “fio de comunicação. Anormalidades na eletricidade cardíaca podem ocorrer por alterações na formação do impulso elétrico ou na condução aos ventrículos.
O termo “arritmia” refere-se ao ritmo fora do normal, quer seja rápido demais (taquicardia), lento demais (bradicardia) ou ritmo irregular. A frequência cardíaca normal varia entre 50 e 100 batidas por minuto. Em algumas condições, entretanto, valores fora desses limites podem ser normais dependendo da condição associada. Por exemplo, durante o sono, a frequência cardíaca é, geralmente, mais baixa. Da mesma forma, atletas podem apresentar ritmo cardíaco mais lento devido a uma adaptação do coração à atividade física intensa sem que isso represente uma doença. Por outro lado, situações como febre, ansiedade, infecção, atividade física, entre outros, elevam a frequência cardíaca de forma fisiológica (como uma resposta normal do organismo).
Qualquer pessoa está sujeita a ter arritmia, inclusive atletas e crianças, independentemente da idade, sexo ou classe social. Os sintomas são variados e incluem pulsação irregular, “batidas fortes”, fraqueza, tonturas, dor no peito, cansaço, intolerância ao esforço e, eventualmente, desmaio. Em muitas ocasiões, as arritmias não causam sintomas e são achados de exame de rotina. A maioria das arritmias são benignas e não exigem tratamento. Outras, entretanto, podem resultar em morte e necessitam investigação, controle e acompanhamento por um médico especialista.
A consequência mais grave da arritmia é a morte súbita. Apesar de ser mais frequente em pessoas que já tiveram parada cardíaca ou têm doença cardíaca conhecida (como infarto prévio ou insuficiência cardíaca) e naquelas com histórico de morte inesperada em familiar em idade precoce (pai, mãe, irmãos), a morte súbita pode também ocorrer em pessoas sem sintomas ou problemas cardíacos conhecidos.
Dentre as opções de tratamento das arritmias incluem-se o uso de medicações, o implante de marca-passo ou desfibrilador interno e a ablação que consiste na cauterização dos focos de arritmia utilizando-se um cateter que é usualmente inserido até o coração pela virilha.
Hábitos de vida saudável, abandono do tabagismo e do sedentarismo, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e controlar problemas como pressão alta, diabetes, obesidade e colesterol alto são fatores importantes para prevenir a ocorrência de doenças cardíacas. É recomendável a realização de exames regulares de check-up e, na presença de sintomas, a consulta com um especialista.
Dra. Luciana V. Armaganijan e Dr. Cristiano de O. Dietrich
Responsáveis pelo Serviço de Eletrofisiologia – Hospitais Anália Franco, Villa Lobos e São Caetano (SP) – Rede D’Or São Luiz