Dor de cabeça e embaçamento da visão são dois sinais característicos da hipertensão. Conheça os demais e aprenda a controlá-la
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A pressão alta, ou hipertensão, é uma condição comum que pode se manifestar de diversas formas, mas também pode ser silenciosa. Reconhecer os sintomas é crucial para uma intervenção precoce.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 700 milhões de pessoas possuem hipertensão não tratada no mundo. No Brasil, segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), a hipertensão atinge mais de 30 milhões de pessoas.
Neste artigo você vai conhecer quais os sintomas da pressão alta, desde os mais evidentes até os menos perceptíveis. Entenda como reconhecer os sinais e descubra medidas práticas para lidar com a hipertensão.
A identificação dos sintomas da pressão alta muitas vezes passa despercebida, o que torna desafiador o início do tratamento adequado. Além disso, muitas pessoas podem ter a pressão alta, não sentir nada, e mesmo assim haver lesão do seu sistema cardiovascular. Por isso a importância da medida periódica da pressão nas consultas de rotina.
Segundo o Dr. Flavio Borelli, cardiologista da Rede D’Or, os sintomas da pressão alta surgem a partir do momento em que os órgãos nobres do organismo, como coração, cérebro, olhos, rins e vasos, são afetados, o que pode levar anos.
Contudo, em situações em que a pressão arterial atinge patamares excessivos, colocando uma carga adicional no sistema cardiovascular, podem surgir sinais perceptíveis.
“É frequente encontrarmos na consulta a seguinte informação: ‘Doutor, eu sei quando minha pressão está alta. Basta eu ter dor de cabeça, tonturas, palpitações que vou medir a pressão e ela está alta’. Devemos lembrar sempre que quando algo nos incomoda, traz preocupação ou causa dor, haverá um aumento na pressão arterial”, alerta o médico.
A pressão arterial considerada normal é 120 x 80 mmHg, popularmente chamada de “12 por 8”, quando medida em repouso, na posição sentada, e com aparelho de braço. Quando os valores estão acima de 140 x 90 mmHg, de modo repetido ou sustentado, é provável que seja necessário começar o tratamento medicamentoso. Em pacientes com alto risco de complicações cardíacas, o tratamento pode iniciar com valores menores, a partir de 130 x 80 mmHg.
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Dr. Borelli explica que é muito comum a pressão arterial subir à medida que os anos passam, com o envelhecimento. O especialista destaca que é essencial controlar rigorosamente a pressão arterial desse público, pois há maior risco de complicações, principalmente o AVC (derrame).
Para gestantes, o cardiologista explica que existem dois cenários. Aquelas que já eram hipertensas antes da gravidez e aquelas que desenvolvem hipertensão durante a gestação. “Independentemente do cenário, o tratamento adequado é imperativo para se evitar uma má evolução da gestação tanto para o feto quanto para a gestante”, explica.
Se a pressão não for controlada, houver inchaço ou marcadores indicando complicações, cuidados mais intensivos são necessários para essa população. Após o parto, a gestante deve continuar o acompanhamento da pressão alta, pois parte das pacientes normaliza, podendo parar gradualmente as medicações, porém outra parte se torna hipertensa, e necessitará de tratamento ao longo da vida.
Diversos elementos do estilo de vida e dos nossos hábitos podem influenciar no aumento da pressão arterial. Dr. Borelli cita:
“Ninguém pode imaginar que estar em uso de medicação faz com que a pressão arterial esteja as 24 horas do dia dentro de valores normais, pois um simples aborrecimento, um excesso de sal, dor de cabeça e tantas outras causas podem modificar a pressão e caberá ao médico orientar o paciente”, destaca o especialista para pacientes que fazem uso de medicação para controle da pressão arterial.
“Esperar o aparecimento de algum sinal para buscar ajuda é um grande erro. Primeiro porque a doença não dá sinal aparente e quando este já é presente, algumas importantes alterações já podem ter ocorrido”, destaca.
O médico recomenda que realizar uma consulta médica anual ou, no mínimo, medir a pressão arterial adequadamente pelo menos uma vez por mês pode ter um impacto significativo. Além disso, a medida da pressão tem uma técnica adequada e pode ser feita com aparelho manual ou automático. É importante que o aparelho seja de um tamanho adequado para seu braço, pois do contrário poderá haver a leitura de um valor falsamente baixo ou falsamente alto. O ideal é que o paciente procure um profissional de saúde habilitado para te orientar.
Quando não controlada, a pressão alta pode resultar em uma série de complicações sérias, que incluem:
– Infarto do miocárdio (IAM);
– Acidente vascular encefálico (AVC ou derrame cerebral);
– Insuficiência cardíaca; (falta de força do coração para bombear o sangue);
– Cegueira e/ou perda da visão;
– Doença nos grandes vasos do corpo, com entupimento em diversas artérias.
Em mulheres grávidas, a pressão alta pode resultar em complicações perigosas, como pré-eclâmpsia e eclâmpsia.
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Manter a pressão arterial sob controle é essencial para prevenir essas complicações graves e preservar a saúde em longo prazo.
No entanto, Dr. Flávio Borelli alerta para os riscos da automedicação para o coração, uma prática ainda comum entre muitos indivíduos que são diagnosticados com hipertensão arterial.
“Modificar a dose de medicamentos em uso é responsabilidade do médico e somente ele saberá a necessidade do aumento da dose ou da associação de outra classe”, destaca.
Há muitos tipos de medicação para hipertensão, e nem sempre aquela que um amigo ou parente toma fará bem a você também.
Consultas médicas regulares e adesão a um plano de tratamento são passos essenciais para gerenciar de forma eficaz a pressão arterial. Agende sua consulta com um dos especialistas da Rede D’Or.
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