Proteja-se para o retorno ao trabalho
A flexibilização da quarentena está em pauta no mundo todo. Até o momento, o distanciamento social se mostrou uma das principais medidas de proteção contra a COVID-19.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda cautela no relaxamento do isolamento social e de outras restrições à movimentação das pessoas até que as transmissões do coronavírus estejam controladas.
Embora não exista uma data estabelecida para o fim do distanciamento social no Brasil, governos avaliam o afrouxamento das regras de confinamento, de olho no aquecimento da economia.
O pesquisador Fernando Bozza, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), e o infectologista Rodrigo Amancio, do Hospital dos Servidores do Estado (HSE), que desenvolve estudos sobre a COVID-19, dão dicas de medidas de proteção a quem precisa sair às ruas para compromissos inevitáveis, como dirigir-se ao trabalho.
Quais cuidados devo tomar ao utilizar metrô, ônibus ou táxi?
Até o momento, o recomendado é a manutenção do isolamento social. Caso seja necessário sair de casa, deve-se:
- Utilizar máscara;
- Evitar transportes coletivos com capacidade plena;
- Em táxis, sentar-se atrás do banco do carona a fim de manter a maior distância possível do motorista.
Quando preciso usar máscara
Sempre que sair de casa. Lembre-se de ter cuidado com o manuseio para não tocar na máscara e no rosto, por exemplo.
Máscaras de pano, não descartáveis, precisam ser higienizadas sempre que estiverem úmidas ou uma vez por dia. Elas devem ser colocadas de molho, por 10 a 20 minutos, em uma solução de 10 ml (uma colher de sobremesa) de água sanitária para meio litro de água.
Quem apresentar sintomas de gripe, como tosse e espirros, deve utilizar máscaras cirúrgicas, descartáveis.
O que devo mudar na rotina de convívio com colegas de trabalho?
Temos que evitar locais coletivos e aglomerações. O trabalho presencial só deve ocorrer se for categorizado como essencial.
Quem precisar sair para trabalhar, deve manter a distância mínima de um metro dos colegas, utilizar máscara e manter os ambientes abertos e ventilados.
Como devo me proteger na rua com o aumento da circulação de pessoas?
Quanto menor a exposição a um possível contágio, menores são os riscos. Portanto:
- Evite lugares cheios e use máscara;
- Não saia de casa desnecessariamente;
- Não permaneça em filas longas e demoradas.
Na volta às aulas, meu filho estará seguro?
É difícil termos 100% de garantia. De qualquer maneira, a atitude mais segura é obedecermos às recomendações das autoridades locais.
As dicas de prevenção à COVID-19 continuam as mesmas na escola: usar máscara, não tocar o rosto sem lavar as mãos, afastar-se de lugares cheios de gente.
Além de cobrar das escolas medidas de segurança, os pais também devem ensinar os seus filhos medidas de higiene essenciais, adaptando a mensagem à capacidade de compreensão da criança.
Se eu já peguei o novo coronavírus, tenho risco de me contaminar novamente?
Ainda não temos tempo de pandemia suficiente para nos certificarmos se uma pessoa pode ser infectada mais de uma vez.
Normalmente, o organismo produz anticorpos ao ter contato com um vírus. Desenvolvemos anticorpos específicos, IgG e IgM, que geralmente conferem imunidade prolongada, principalmente o IgG. Desse modo, estaríamos imunes ao vírus e não nos contaminaríamos novamente.
No entanto, por se tratar de uma doença nova, de comportamento desconhecido, ainda não temos como afirmar, com certeza absoluta, sobre a possibilidade de uma reinfecção.
A flexibilização significa que os riscos de transmissão do novo coronavírus diminuíram?
Sim. O momento da flexibilização é uma decisão que passa pela avaliação das autoridades sanitárias para que só ocorra quando os riscos de transmissão se reduzirem.
Importante ressaltar que o risco, embora reduzido, ainda existe.
Testar mais pessoas traz mais controle à transmissão do vírus?
Testar mais pessoas nos possibilita entender melhor o funcionamento da doença.
Com mais conhecimento do real número de pessoas que tiveram contato com o vírus, adquirimos maior compreensão da gravidade da doença, pois conseguimos diagnosticar também os assintomáticos, ou seja, aquelas pessoas sem queixas, mas que contraíram o novo coronavírus.
Além disso, a testagem pode nos mostrar quem são as pessoas já imunizadas, o que nos auxiliaria no processo de flexibilização da quarentena, pois os pacientes imunizados, em princípio, têm possibilidade reduzida de transmitir o coronavírus.