Pressão alta e pressão baixa: quais as diferenças
Os sintomas de pressão alta e pressão baixa podem ser semelhantes e, em alguns casos, até mesmo se sobrepor.
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A pressão arterial é uma medida vital da saúde do coração e dos vasos sanguíneos. É importante compreender as diferenças entre pressão alta, a hipertensão, e pressão baixa, também chamada de hipotensão, para identificar os sintomas, riscos e estratégias de prevenção adequadas.
Em todo o mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada três adultos tem hipertensão. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), aproximadamente 30% da população brasileira sofrem de hipertensão.
A pressão é considerada normal quando a leitura máxima está até 120 mmHg e a mínima está em torno de 80 mmHg, frequentemente chamada de “12 por 8”. A pressão alta é caracterizada por valores superiores a 140 × 90 mmHg, ou seja, 14 por 9. Os valores de referência para pressão baixa são 90 x 60 mmHg (9 por 6) ou inferiores a esses números.
Compreender as diferenças entre pressão alta e baixa é essencial para identificar os sintomas e procurar tratamento quando necessário. Continue lendo e entenda quais as diferenças.
O que é pressão alta?
“A pressão alta, ou hipertensão, é caracterizada por leituras de pressão arterial consistentemente elevadas. Os valores geralmente são iguais ou superiores a 140/90 mmHg. Isso significa que a pressão exercida pelo sangue nas artérias está acima do normal, o que pode aumentar o risco de problemas cardiovasculares”, define Dr. Augusto Daige, cardiologista clínico e intervencionista do Hospital Proncor.
Quando a pressão arterial está consistentemente elevada, o coração está trabalhando mais do que o normal para bombear sangue através dos vasos sanguíneos. Os níveis elevados de pressão arterial podem sobrecarregar o coração e danificar os vasos sanguíneos ao longo do tempo, aumentando o risco de complicações graves, como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca.
O que é pressão baixa?
“Por outro lado, a pressão baixa, ou hipotensão, é definida por leituras de pressão arterial constantemente baixas. Isso é geralmente considerado quando a pressão arterial sistólica está abaixo de 90 mmHg e a diastólica abaixo de 60 mmHg”, explica o cardiologista.
A pressão baixa é uma condição em que a pressão arterial nas artérias está mais baixa do que o normal. Isso pode resultar em uma redução do fluxo sanguíneo para órgãos vitais, como o cérebro e o coração.
Qual a diferença entre pressão alta e pressão baixa?
A principal diferença entre pressão alta e pressão baixa está nos níveis de pressão arterial. Ambas as condições requerem monitoramento e, se necessário, intervenção médica para evitar complicações.
Os sintomas de pressão alta e pressão baixa podem ser semelhantes e, em alguns casos, até mesmo se sobrepor, o que pode tornar a distinção entre as duas condições desafiadora.
Alguns sintomas comuns que podem ocorrer tanto devido à pressão alta quanto à pressão baixa incluem:
Tontura ou vertigem: sensação de leveza ou instabilidade;
- fraqueza ou sensação de desmaio;
- visão turva;
- náuseas ou vômitos;
- palpitações cardíacas;
- falta de ar;
- dor de cabeça.
Os sintomas específicos podem variar de acordo com a gravidade e a causa da pressão alta ou baixa. A hipertensão, por exemplo, não costuma causar sintomas perceptíveis em estágios iniciais, sendo muitas vezes chamada de “assassina silenciosa”. Já a hipotensão pode resultar em sintomas mais imediatos, como tontura ao levantar-se rapidamente de uma posição sentada ou deitada.
O especialista afirma ainda que uma pessoa com pressão alta pode apresentar pressão baixa em determinadas situações. Ele destaca que algumas circunstâncias podem levar a uma queda na pressão arterial em pessoas com hipertensão, por exemplo.
“Alguns medicamentos usados para tratar a hipertensão, como diuréticos ou vasodilatadores, podem ocasionalmente reduzir a pressão arterial para níveis abaixo do normal”, explica.
De acordo com o Dr. Daige, a desidratação severa também pode causar uma diminuição na pressão arterial, mesmo em pessoas com hipertensão. Em algumas pessoas com hipertensão, especialmente se associada à doença cardíaca, o médico explica que a pressão arterial pode diminuir após as refeições devido ao redirecionamento do fluxo sanguíneo para o sistema digestivo.
“Em casos avançados de insuficiência cardíaca congestiva, o coração pode não bombear sangue eficientemente, levando à queda da pressão arterial. O estresse intenso, físico ou emocional também pode temporariamente diminuir a pressão arterial em pessoas com hipertensão”, ressalta.
Outras condições médicas, como distúrbios da tireoide, doenças neurológicas ou deficiências hormonais, também podem afetar a pressão arterial.
“Nem todas as pessoas experimentarão episódios de pressão baixa. No entanto, se alguém com hipertensão desenvolver sintomas de pressão baixa, como tonturas, fraqueza ou desmaios, é fundamental procurar atendimento médico para investigar a causa e determinar o tratamento apropriado”, orienta.
Pressão alta
“A hipertensão muitas vezes é silenciosa, o que significa que pode não apresentar sintomas óbvios”, destaca o Dr. Augusto Daige.
Além dos sintomas já citados, o cardiologista elenca alguns sinais que podem estar associados à pressão alta, como:
- dor de cabeça: especialmente na parte de trás da cabeça, que pode ser persistente.
- zumbido no ouvido: ruído nos ouvidos.
- fadiga: sensação de cansaço excessivo.
- sangramento nasal: episódios frequentes de sangramento pelo nariz.
“É importante notar que esses sinais podem ser causados por várias condições, por isso é fundamental medir regularmente a pressão arterial para identificar a hipertensão, especialmente se você tem fatores de risco, como histórico familiar, dieta inadequada, sedentarismo ou idade avançada”, orienta.
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O médico destaca que a hipertensão arterial não tem cura definitiva, mas pode ser controlada eficazmente com mudanças no estilo de vida e, se necessário, medicação.
“O controle da hipertensão envolve adotar uma dieta saudável com baixo teor de sódio, manter um peso saudável, praticar exercícios regularmente, reduzir o consumo de álcool, evitar fumar e gerenciar o estresse. Além disso, medicamentos prescritos por um médico podem ser necessários para controlar a pressão arterial”, destaca.
Riscos da pressão alta para o coração
Tanto a pressão alta quanto a pressão baixa podem ter impactos significativos na saúde cardiovascular e geral. Dr. Augusto Daige ressalta os riscos da hipertensão para o coração, que incluem o desencadeamento de doença cardíaca coronária, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e aneurismas. Além disso, a hipertensão também pode contribuir para o desenvolvimento de doença renal crônica.
Pressão baixa
Dr. Augusto Daige destaca que em muitos casos a pressão baixa também pode ser assintomática. Segundo ele, quando os sintomas estão presentes, podem incluir:
Fadiga extrema: sensação de fraqueza ou cansaço excessivo.
- Desmaios: perda temporária de consciência.
- Náuseas: sensação de enjoo.
- Pele pálida e fria: especialmente nas mãos e nos pés.
- Batimentos cardíacos rápidos: palpitações ou taquicardia.
“Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e geralmente ocorrem quando a pressão arterial está significativamente baixa, o que pode afetar a quantidade de oxigênio e nutrientes que chegam aos órgãos e tecidos do corpo. Se você suspeitar de pressão baixa e estiver experimentando esses sintomas, é importante procurar orientação médica para avaliação e tratamento adequado”, aconselha.
Diferentemente da hipertensão, Dr. Daige explica que a pressão baixa pode ser transitória e temporária em algumas situações, como desidratação leve, após refeições ou devido a determinados medicamentos. Nesses casos, a hipotensão muitas vezes pode ser corrigida tratando as causas, aumentando a ingestão de líquidos ou ajustando os medicamentos.
“Caso a hipotensão seja crônica e não relacionada a fatores reversíveis, pode ser necessário gerenciá-la com medidas para minimizar sintomas, como manter uma hidratação adequada, evitar movimentos bruscos que possam causar tontura e, em alguns casos, utilizando meias de compressão para melhorar o retorno venoso”, explica.
Riscos da pressão baixa para o coração
A pressão baixa pode contribuir para redução do fluxo sanguíneo coronário, que, de acordo com Dr. Daige, ocorre quando a pressão arterial está muito baixa, e o coração pode não receber oxigênio suficiente, levando a sintomas como dor no peito (angina).
Em pessoas com histórico de AVC ou doença cerebrovascular, a hipotensão pode aumentar o risco de eventos isquêmicos (falta de suprimento sanguíneo para o cérebro). “Pessoas com doenças cardíacas preexistentes podem ter sintomas exacerbados devido à pressão arterial baixa, como palpitações ou insuficiência cardíaca”, relata.
A pressão arterial baixa pode também causar tonturas e desmaios, aumentando o risco de quedas e lesões.
Qualquer pessoa que experimente sintomas consistentes com pressão alta ou baixa deve procurar avaliação médica para diagnóstico e tratamento adequados. O acompanhamento regular da pressão arterial é crucial para a detecção precoce e o manejo dessas condições de maneira eficaz.
Consulte sempre um médico cardiologista para avaliação e orientação adequada caso você tenha preocupações sobre sua pressão arterial. Agende uma consulta com um cardiologista da Rede D’Or.