Muita gente tem buscado nas farmácias um aparelho chamado oxímetro, cujo formato lembra o de um relógio preso ao dedo, como um pregador.
O extraordinário interesse pelo equipamento é explicado porque ele consegue identificar o nível de oxigênio no sangue. Uma das complicações provocadas pelo novo coronavírus é exatamente a baixa oxigenação sanguínea. Essa diminuição pode acontecer mesmo antes de o paciente sentir dificuldade e/ou esforço para respirar.
Veja abaixo as principais dúvidas sobre o uso do oxímetro e sua relação com a COVID-19.
O conteúdo foi desenvolvido com a colaboração do médico intensivista Fernando Bozza, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), e do infectologista Rodrigo Amancio, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Ele serve para medir a quantidade de oxigênio transportado pelo sangue, o que é chamado de saturação.
O oxímetro de pulso mede a oxigenação sanguínea na extremidade dos dedos, relacionada à pulsação sanguínea, ritmada pelo coração. É um dispositivo muito simples para os médicos, mas nem sempre é bem interpretado por leigos.
O equipamento possui um sensor de luz que “vê” a quantidade de oxigênio no sangue e indica o valor em um pequeno visor. Para isso, basta colocar o oxímetro de pulso em contato com a pele – em geral, a ponta do dedo.
Como o aparelho mede a oxigenação sanguínea por meio da chegada de sangue na ponta dos dedos, relacionada à pulsação sanguínea, muitas vezes esses aparelhos são capazes de medir também a frequência cardíaca.
Geralmente, em pessoas saudáveis, a saturação de oxigênio deve ser maior ou igual a 95%.
Se a medição indicar taxas mais baixas do que esse valor, deve-se procurar um médico ou ir ao pronto-socorro. O ideal é ser orientado por um profissional para interpretar corretamente os resultados.
A oxigenação insuficiente do sangue pode causar falta de ar, pressão alta, frequência cardíaca acelerada, confusão mental, dentre outros sintomas. A baixa oxigenação sanguínea, se não tratada, pode levar a complicações graves.
Nem todos os pacientes com COVID-19 vão desenvolver sintomas respiratórios exuberantes e, por isso, não necessariamente todos irão precisar de um oxímetro portátil.
A baixa oxigenação, sozinha, não indica que você está com COVID-19. Por outro lado, ter baixos níveis de oxigênio no sangue é grave, independente da causa. Por isso, o oxímetro pode ser útil.
Podem se beneficiar de um controle mais rigoroso de sua oximetria pacientes com doenças pulmonares, cardíacas ou outra patologia que interfira na respiração.
É recomendável que sim. Desde que o aparelho esteja em boas condições e os resultados sejam interpretados corretamente, é uma boa ferramenta para rastreio da baixa oxigenação sanguínea.
Esses aparelhos estão à venda em farmácias, e-commerces e em lojas de produtos médico-hospitalares.
Os oxímetros domésticos são bastante confiáveis e, geralmente, contam com capacidade bem semelhante aos hospitalares. Ainda assim, um oxímetro usado em hospital pode ter uma sensibilidade maior, ou seja, maior capacidade de detectar a oximetria.
Não são ideais, mas podem dar um direcionamento. Se possível compare com um oxímetro padrão para que possa ver se a leitura está semelhante ao aparelho convencional.
Utilizar um aplicativo de celular não é o melhor método, mas, em meio à pandemia, pode ser uma ferramenta útil e de fácil acesso. O mais recomendado, contudo, é que a leitura do nível de oxigenação seja feita com um oxímetro convencional, preferencialmente sob orientação de profissionais de saúde.