O envelhecimento é um processo natural que afeta também o coração. Entenda o que acontece com o coração conforme envelhecemos e saiba como minimizar os efeitos do envelhecimento à saúde cardiovascular.
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O envelhecimento é um processo natural pelo qual todos passamos e que afeta várias partes do corpo, incluindo o coração. À medida que envelhecemos, o coração passa por mudanças significativas que podem afetar a saúde cardiovascular e a qualidade de vida.
Devido às alterações no funcionamento do órgão, é mais comum que os problemas cardíacos ocorram em pessoas idosas. De acordo com a Dra. Patrícia Cristina dos Santos Ferreira, Head Nacional do Programa Longevidade D’Or, pessoas com 60 anos ou mais são muito mais propensas do que as pessoas mais jovens a sofrer com alguma doença cardíaca.
O envelhecimento aumenta a incidência de doenças cardiovasculares, que é uma das principais causas de incapacidade que resulta em restrições nas atividades diárias e afeta negativamente a qualidade de vida de muitos idosos.
Neste artigo, explicaremos o que acontece com o coração conforme envelhecemos e como cuidar da saúde cardiovascular adequadamente para minimizar os efeitos do envelhecimento nesse órgão vital. Continue lendo e veja as dicas.
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A partir dos 60 anos, o coração e vasos sanguíneos ficam mais suscetíveis a danos. De acordo com a Dra. Patrícia Cristina dos Santos Ferreira, o envelhecimento está associado a alterações complexas e diversificadas da estrutura e função cardiovascular que podem aumentar o risco de doenças cardíacas.
Com o envelhecimento, as artérias e os vasos sanguíneos tendem a perder sua elasticidade natural, o que pode resultar em rigidez arterial, dificultando o fluxo sanguíneo adequado. “A idade avançada pode induzir um declínio nas funções corporais e no desempenho cardiovascular geral, mesmo na ausência de doença evidente”, aponta a médica.
Dra. Patrícia destaca que mesmo em indivíduos que aparentemente não têm hipertensão (pressão alta) ou outras condições que causem aumento do trabalho do coração, o processo de envelhecimento causa um aumento na espessura do músculo cardíaco, o que prejudica o seu bombeamento do sangue. Esse aumento da espessura é chamado de hipertrofia e causa um discreto aumento no tamanho do coração.
“Um ligeiro aumento no tamanho do coração, especialmente do ventrículo esquerdo, ocorre em algumas pessoas. A parede do coração ‘engrossa’ de modo que a quantidade de sangue que a câmara pode reter pode realmente diminuir, apesar do aumento do tamanho geral do coração. O coração pode encher mais lentamente”, explica a médica.
Ela destaca que as alterações cardíacas geralmente fazem com que o eletrocardiograma (ECG) de uma pessoa idosa normal e saudável seja ligeiramente diferente do ECG de um adulto jovem saudável, por exemplo.
Em comparação com um coração mais jovem, o coração mais velho tende a repousar em uma frequência cardíaca mais baixa. Além disso, durante o exercício a frequência cardíaca não aumenta tanto, o que atrapalha o desempenho na atividade.
Os riscos de problemas cardíacos são mais comuns na população idosa, que, segundo a Dra. Patrícia, pode ser atingida mais comumente por um ataque cardíaco (infarto ou IAM), acidente vascular cerebral (derrame ou AVC), doença cardíaca coronária (placas de gordura, a aterosclerose) e insuficiência cardíaca (falta de força do coração para bombear o sangue pelas artérias).
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Entre outras alterações comuns no coração envelhecido, as arritmias, que se caracterizam por ritmos cardíacos anormais, como a fibrilação atrial, são mais prevalentes em pessoas idosas e podem ser decorrentes de diversas doenças cardíacas.
Quando envelhecemos, as válvulas cardíacas, responsáveis por controlar o fluxo sanguíneo, tendem a aumentar de espessura, calcificar e se tornar mais rígidas. Como resultado, sopros cardíacos causados pela rigidez das válvulas são bastante comuns em pessoas idosas.
A idade desempenha um papel crucial no declínio da função cardiovascular, o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares em idosos, sejam homens ou mulheres. Isso inclui a ocorrência mais frequente de condições como aterosclerose, acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio.
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Dra. Patrícia Cristina dos Santos Ferreira destaca que essas doenças estão diretamente associadas a um aumento na mortalidade, morbidade e fragilidade nessa população, resultando em custos significativos para o sistema de saúde como um todo.
Devido às alterações que ocorrem ao longo do tempo, as doenças cardiovasculares são uma preocupação para a população idosa. Dra. Patrícia aponta que as mudanças que acontecem com a idade podem causar:
De acordo com a médica, a principal mudança observada no envelhecimento é o aumento da rigidez das grandes artérias, o que pode resultar em hipertensão, ou pressão arterial elevada. Ela explica que por esse motivo é importante verificar a pressão arterial regularmente, mesmo em indivíduos saudáveis. “Isso ocorre porque as alterações do envelhecimento nas artérias podem levar à hipertensão. E com o aumento da idade, as pessoas tornam-se mais sensíveis ao sal, o que pode causar aumento da pressão arterial e/ou edema (inchaço) nos pés e tornozelos”, destaca.
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A especialista destaca que a hipertensão arterial e outros fatores de risco, incluindo o avanço da idade, aumentam o risco de desenvolver aterosclerose, que são as placas de gordura na parede das artérias. “A placa se acumula dentro das paredes das artérias e com o tempo as endurece e as estreita, o que limita o fluxo de sangue rico em oxigênio para os órgãos e outras partes do corpo. Oxigênio e nutrientes sanguíneos são fornecidos ao músculo cardíaco através das artérias coronárias. À medida que a placa se acumula nas artérias coronárias, o fluxo sanguíneo para os músculos do coração é reduzido”, explica.
Segundo a médica, existem alterações relacionadas à idade no sistema elétrico que podem levar a arritmias – batimentos cardíacos rápidos, lentos ou irregulares. Essas alterações no ritmo cardíaco podem aumentar o risco de complicações, como AVC e insuficiência cardíaca.
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Dra. Patrícia descreve as válvulas como as partes unidirecionais semelhantes a portas que se abrem e fecham para controlar o fluxo sanguíneo entre as câmaras do coração; ela aponta que as válvulas podem se tornar mais espessas e rígidas. “Válvulas mais rígidas podem limitar o fluxo de sangue, o que pode causar acúmulo de líquido nos pulmões ou no corpo, como nas pernas, pés e abdômen”, aponta.
De acordo com a especialista, as câmaras do coração do idoso podem aumentar de tamanho. “A parede do coração “engrossa”, ou seja, fica mais espessa, de modo que o espaço dentro do coração para acomodar o sangue fica menor. Com isso, a quantidade de sangue que uma câmara contém pode diminuir, apesar do aumento do tamanho geral do coração”, explica.
A médica destaca que o coração pode encher mais lentamente e a hipertensão de longa data é a principal causa do aumento da espessura da parede do coração.
Em razão do envelhecimento, também podem afetar o coração doenças como:
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É natural que haja uma tendência de envelhecimento em todo o sistema cardiovascular à medida que os anos passam, independentemente dos hábitos de vida do indivíduo. Segundo a Dra. Patrícia, alguns sinais do envelhecimento do coração podem incluir:
É importante que o diagnóstico desses sinais seja realizado por um cardiologista, que é o especialista capaz de identificar a presença de doenças cardíacas e determinar o tratamento adequado para cada caso específico.
Adotando algumas ações é possível minimizar os efeitos do envelhecimento ao coração e promover uma boa saúde cardiovascular. Dra. Patrícia elencou algumas dicas importantes:
“Tente ser mais ativo fisicamente. Se possível, tente fazer pelo menos 150 minutos de atividade física por semana. Fracionados 30 min por dia, 5x por semana”, orienta a médica.
Ela aponta que não é necessário adotar esse hábito repentinamente, é possível começar fazendo atividades prazerosas como caminhada rápida, dança, ciclismo, hidroginástica, por exemplo. A especialista orienta ainda que o paciente evite passar muitas horas do dia sentado.
“Se você fuma, pare. O tabagismo é a principal causa de morte evitável. Fumar aumenta os danos às paredes das artérias. Nunca é tarde para obter algum benefício ao parar de fumar. Parar, mesmo mais tarde na vida, pode diminuir o risco de doenças cardíacas, derrames e câncer ao longo do tempo”, alerta a médica.
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A especialista orienta a escolha de alimentos saudáveis para o coração como frutas, vegetais e alimentos ricos em fibras, como os feitos de grãos integrais e com baixo teor de gorduras saturadas, açúcares adicionados e sal. “À medida que envelhecemos, ficamos mais sensíveis ao sal, que pode causar inchaço (edema) nas pernas e pés”, destaca.
Mantenha um peso saudável. “Equilibrar as calorias que você come e bebe com as calorias queimadas por ser fisicamente ativo ajuda a manter um peso saudável”, explica a médica, que aponta algumas maneiras de manter um peso saudável como: limitar o tamanho da porção de comida e ser fisicamente ativo.
Manter esses itens dentro dos níveis saudáveis é imprescindível para a saúde cardiovascular. “Os níveis elevados de colesterol no sangue podem levar ao acúmulo de placas nas artérias”, exemplifica.
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A médica alerta para o perigo do consumo exagerado de álcool e orienta que seja consumido com moderação e em baixas doses.
“Aprenda a gerenciar o estresse, relaxar e lidar com problemas para melhorar a saúde física e emocional”, aconselha a especialista, que orienta considerar hábitos como: meditação, atividade física, lazer, leituras, viagens e conversas com amigos ou familiares.
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Se você tiver preocupações ou suspeitas de problemas cardíacos, é essencial buscar orientação médica para um check-up preciso e um plano de cuidados adequado. Conte com os cardiologistas da Rede D’Or para cuidar da saúde do seu coração. Agende sua consulta com um de nossos especialistas.