Morte súbita: saiba como prevenir essa condição
A morte súbita ocorre quando o coração para de bater de forma repentina. É mais comum em pessoas com doenças cardíacas preexistentes
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A morte súbita é um evento inesperado que ocorre quando o coração para de bater de forma abrupta, interrompendo o fluxo sanguíneo para o corpo e levando à morte, se não houver intervenção imediata.
Embora esse tipo de falência cardíaca possa afetar pessoas de qualquer idade, é mais comum em indivíduos com condições cardíacas preexistentes. De acordo com dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), anualmente, mais de 320 mil pessoas no Brasil são vítimas de morte súbita devido a arritmias cardíacas.
Em reconhecimento à gravidade desse problema, o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, celebrado em 12 de novembro, foi criado para conscientizar a população sobre os riscos, prevenção e tratamento das arritmias que podem causar essa condição.
Continue lendo para compreender o que é a morte súbita, o que pode provocá-la e quais são os fatores de risco associados a essa condição tão grave e inesperada.
O que é morte súbita?
A morte súbita é uma condição inesperada e frequentemente fatal, que pode ser causada por arritmias cardíacas graves, entre outras condições.
Ela acontece quando o coração para de bater de repente devido a um problema grave no ritmo cardíaco, como a fibrilação ventricular. Esse tipo de arritmia impede o coração de bombear sangue corretamente, o que leva a um colapso rápido e à perda de consciência. Se a pessoa não receber socorro imediato, como o uso de um desfibrilador, a morte é quase certa.
A morte súbita é um dos maiores desafios da medicina, pois pode acontecer até mesmo em pessoas que parecem saudáveis e não apresentam sintomas.
Dr. Gilberto Giovanelli, membro da equipe de cardiologia da Rede D’Or da Região do ABC Paulista, descreve a morte súbita como casos em que ocorre a parada cardíaca inesperada sem sinais prévios de alguma anormalidade no paciente.
O que pode causar a morte súbita?
A morte súbita pode ser causada por diversos fatores, e a maioria deles está diretamente relacionado a problemas cardíacos. De acordo com o Dr. Giovanelli, as arritmias cardíacas não diagnosticadas podem agravar situações críticas, especialmente durante um infarto agudo do miocárdio, quando o coração já está sob extrema pressão.
Dados da Sobrac apontam que aproximadamente 20 milhões de brasileiros são afetados por arritmias cardíacas. As arritmias graves, como a fibrilação ventricular, são as principais responsáveis, mas outras, como a taquicardia ventricular e a fibrilação atrial, também podem levar a paradas cardíacas, especialmente em pacientes com doenças cardíacas pré-existentes.
Quando há uma patologia prévia na estrutura do coração, como uma cardiopatia congênita ou insuficiência cardíaca, o risco de complicações aumenta significativamente. Além disso, condições externas ao coração, como estresse extremo, uso de drogas ou doenças graves, podem criar um ambiente adverso que favorece o desenvolvimento de arritmias graves e aumenta o risco de morte súbita.
O especialista explica que o infarto agudo do miocárdio também pode provocar a morte súbita. “A formação de placas de gordura na camada interna dos vasos do coração tem relação direta com o risco de infarto. De maneira geral, inflamação e colesterol são primordiais para a formação e progressão da placa”, diz.
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Dr. Giovanelli destaca que a morte súbita também pode ser provocada por condições não cardíacas. “Quadros clínicos como embolia pulmonar maciça, acidente vascular cerebral (AVC), importante overdose de drogas, alterações eletrolíticas, trauma intenso, inclusive trauma no tórax, chamado de Commotio cordis, que ocorre em uma fase do ciclo cardíaco que promove arritmia grave e parada cardíaca”, ressalta.
É possível prevenir a morte súbita?
De maneira geral, a morte súbita está relacionada a alguma pré-disposição que não foi diagnosticada. Uma das formas mais eficazes de prevenção é o monitoramento regular de arritmias.
Pacientes com histórico familiar de morte súbita ou que já enfrentam condições cardíacas devem acompanhar o ritmo cardíaco frequentemente. Outro aspecto importante é o controle dos fatores de risco reconhecidos como gatilhos para doenças cardíacas que podem culminar em morte súbita.
O uso de dispositivos cardíacos, como o desfibrilador cardíaco implantável (CDI), pode ser uma medida importante para pacientes de alto risco. Esses dispositivos monitoram os batimentos cardíacos e têm a capacidade de aplicar choques elétricos para corrigir arritmias potencialmente fatais, proporcionando uma proteção adicional.
Adotar um estilo de vida saudável também possui um papel significativo na prevenção da morte súbita. Isso inclui manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e evitar o tabagismo, bem como o uso excessivo de álcool e drogas. Essas mudanças no estilo de vida são fundamentais para a redução de risco.
A avaliação cardiológica detalhada antes do início de treinos também é fundamental para prevenção da morte súbita. Dr. Gilberto Giovanelli aponta alguns exames preventivos que podem identificar pessoas com risco elevado de morte súbita:
– Teste Ergométrico ou ergoespirométrico;
Em situações de emergência, quando uma pessoa sofre uma parada cardíaca súbita, Dr. Gilberto Giovanelli orienta que se chame imediatamente o socorro para que um desfibrilador seja acionado. Enquanto a ajuda não chega, é fundamental iniciar a massagem cardíaca para manter a circulação sanguínea até a chegada do aparelho.
“A grande maioria das paradas cardíacas ocorre por uma arritmia chamada fibrilação ventricular e só o desfibrilador consegue reverter”, explica.
O Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita é uma oportunidade para reforçar a importância da conscientização sobre essa condição. Com educação e prevenção, muitas vidas podem ser salvas, já que a morte súbita pode ser evitada com intervenções adequadas e conhecimento dos fatores de risco.
Se você apresenta sintomas como dor de cabeça intensa, dor no peito, palpitações ou tontura e tem histórico familiar de morte súbita, agende uma consulta com um de nossos cardiologistas.