Infarto em mulheres: 5 sinais que não podem ser ignorados
Diferente dos homens, que frequentemente sentem a dor clássica no peito irradiando para o braço esquerdo, muitas mulheres apresentam sintomas atípicos, como fadiga extrema e náuseas
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O infarto agudo do miocárdio, popularmente conhecido como ataque cardíaco, é uma das principais causas de morte no mundo, e as mulheres estão cada vez mais vulneráveis a essa condição.
No Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 08 de março, é essencial falar sobre a saúde cardiovascular feminina, já que os sinais do infarto podem ser diferentes dos observados nos homens e, muitas vezes, passam despercebidos.
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia apontam que as mulheres sobrevivem menos ao infarto do que homens. E o relatório da Associação Americana de Cardiologia destaca que a sobrevida da mulher após um infarto do miocárdio é de apenas 5,5 anos, quando para os homens é de 8,2 anos.
Fatores como estresse, sedentarismo, tabagismo e alterações hormonais aumentam o risco das doenças cardiovasculares nas mulheres, especialmente após a menopausa. Conhecer os principais sinais de infarto feminino pode salvar vidas. Continue lendo e saiba quais indícios não podem ser ignorados.
Infarto feminino: 5 sinais que não podem ser ignorados
Diferentemente dos homens, que frequentemente sentem a dor clássica no peito irradiando para o braço esquerdo, muitas mulheres apresentam sintomas atípicos, como fadiga extrema e náuseas. Isso pode levar a um atraso no diagnóstico e, consequentemente, a um maior risco de complicações.
Dra. Lilian Carestiato, Coordenadora de Cardiologia do Hospital São Vicente (RJ), esclarece que, embora a dor no peito seja o sintoma mais comum de infarto em ambos os sexos, nas mulheres, os sintomas podem ser associados e desencadeados não apenas por esforço físico, mas também por fatores como estresse emocional e ansiedade, o que exige uma atenção redobrada.
Enquanto os sintomas típicos, como dor no peito, são bem conhecidos, nas mulheres eles podem se manifestar de forma menos convencional, tornando o diagnóstico mais desafiador. Neste contexto, é fundamental compreender as particularidades do infarto feminino para garantir um diagnóstico precoce e tratamento adequado.
As mulheres frequentemente apresentam sinais mais sutis, como:
1 – Fadiga – Cansaço excessivo e sem explicação aparente pode ser um alerta.
2 – Falta de ar – Sensação de dificuldade para respirar, mesmo em repouso.
3 – Náuseas e vômitos – Muitas mulheres confundem o infarto com um problema digestivo.
4 – Dor nos braços – Sintoma atípico, mas comuns no infarto feminino.
5 – Palpitações – Batimentos cardíacos acelerados ou irregulares sem motivo aparente.
“A orientação da percepção destes sintomas de uma forma intensa ou intermitente, é sempre procurar atendimento médico para que a certeza diagnostica leve a paciente ao tratamento adequado da forma mais precoce possível”, alerta Dra. Lilian Carestiato.
Menopausa e risco de infarto
A menopausa, fase natural na vida das mulheres, marca o fim da produção de hormônios, como o estrogênio, que desempenha um papel protetor para o coração. Com a redução desse hormônio, as mulheres se tornam mais suscetíveis a condições cardiovasculares, incluindo o infarto.
“A menopausa, com a perda do efeito estrogênico, observamos alterações cardiometabólicas, alterações do perfil lipídico, alterações na distribuição de gordura corporal, modificações nos marcadores endoteliais, que contribuem para o aumento do risco cardiovascular. Neste período as mulheres também apresentam as manifestações vasomotoras (calores), alterações do humor/ depressão, alteração do sono, o que muitas vezes leva a mudanças de estilo de vida que contribuem para o aumento deste risco”, explica a cardiologista.
Consequentemente, o risco de doenças cardíacas aumenta significativamente após a menopausa, especialmente em mulheres que não mantêm um estilo de vida saudável.
Contribuem para o aumento do risco de infarto fatores como:
– Diabetes;
– Sobrepeso;
– Tabagismo.
“Nas mulheres, a diabetes e a hipertensão parecem estar associadas a um maior risco quando não devidamente tratadas. Estudos associam também outras questões como coexistência de doenças autoimunes, sintomas de depressão, enxaquecas, síndrome de ovário policísticos, pré-eclâmpsia ou menopausa precoce como fatores de risco específicos”, relata Dra. Lilian.
Por isso, é muito importante que as mulheres na menopausa se atentem à saúde do coração, adotando hábitos saudáveis e realizando exames regulares para monitorar os fatores de risco.
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Como reduzir o risco de infarto em mulheres?
A redução do risco de infarto nas mulheres envolve uma combinação de hábitos saudáveis, monitoramento de condições de saúde e, quando necessário, intervenção médica. Uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras e gorduras boas, como as encontradas em peixes e azeite de oliva, é essencial para manter o coração saudável.
A prática regular de atividade física, como caminhadas e exercícios aeróbicos, contribui para o controle do peso e da circulação sanguínea. Evitar o tabagismo e reduzir o consumo de álcool são medidas importantes para proteger o coração.
O estresse emocional é outro fator que não pode ser ignorado. O controle do estresse e a priorização do bem-estar emocional, por meio de técnicas de relaxamento, como meditação, yoga ou atividades recreativas, são fundamentais para diminuir o impacto do estresse sobre a saúde cardiovascular. O equilíbrio emocional contribui diretamente para a redução dos riscos de doenças cardíacas.
Além disso, realizar exames periódicos, especialmente após a menopausa, permite identificar precocemente qualquer problema de saúde. Manter um estilo de vida saudável e realizar check-ups regulares são fundamentais para reduzir o risco de infarto nas mulheres.
“Programas educacionais do cuidado da saúde da mulher, bem como o atendimento multidisciplinar nas mulheres na época da menopausa são incentivos importantes para um impacto positivo no cuidado de sua saúde”, complementa Dra. Lilian.
Mulher, não ignore os sinais e adote hábitos saudáveis para prevenir doenças cardiovasculares. Agende uma consulta e tenha um acompanhamento especializado para reduzir o risco de infarto.
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