O Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) abriu uma unidade em São Paulo no final do mês passado. Lá, profissionais vão estudar novos tratamentos para o câncer e doenças neurológicas.
De acordo com a direção da Rede D’Or. responsável pelo projeto, R$ 6,7 milhões serão investidos no Idor paulistano até o final de 2018. Além da oncologia e da neurologia, o centro tem linhas de pesquisa para medicina intensiva, medicina interna e pediatria.
“Em essência, o objetivo do empreendimento é desenvolver inovações, principalmente em relação a doenças que devem ser cada vez mais frequentes na sociedade”, disse Luiz Eugênio Mello, diretor de pesquisa e desenvolvimento do Instituto D’Or.
O entrevistado explicou que, conforme a população envelhece, ficam mais comuns as ocorrências de doenças relacionadas à degeneração celular, como o Mal de Parkinson e o Alzheimer.
“Hoje é menos provável que uma criança morra de sarampo, ou um adulto morra de tuberculose.
Entretanto, a incidência de câncer e doenças ligadas ao sistema nervoso aumentou”, afirmou Mello.
Segundo ele, o Idor vai gerenciar e estimular o trabalho de pesquisa realizado pelos médicos da própria Rede D’Or. uma das maiores do País. O entrevistado disse, também, que o projeto conta com parceiros importantes, como a Universidade de Stanford e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
Além disso, seguiu ele, está sendo estudada uma aliança com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Em nota, o Instituto D’Or indicou que a Universidade de São Paulo (USP) também será parceira do projeto, focando no treinamento cirúrgico e no uso da robótica.
Mais investimento Também em nota, o oncologista Paulo Hoff, que comandará o centro de pesquisa paulistano, defendeu um avanço do investimento vestimento em pesquisa no País. Ele afirmou que o Brasil precisa de aportes cada vez mais robustos em pesquisa, ciência e extensão, além de uma melhor capacitação dos profissionais da área médica.
Com a crise econômica, os recursos da área de pesquisa sofreram fortes baixas nos últimos anos. Em 2018, o orçamento previsto para Ciência e Tecnologia, no começo do ano, era de R$ 1,4 bilhão, menos de um quinto do valor destinado ao setor em 2010.
“Estamos comprometidos com a geração de conhecimento. É fundamental o compartilhamento dos processos e resultados das investigações com médicos e demais profissionais, que utilizarão esse conhecimento na prática, transformando o dia a dia dos hospitais”, afirmou Hoff, que também é o presidente da Oncologia D’Or.
Novidade Aberta no dia 24 de outubro, a sede paulistana do Idor fica na Avenida República do Líbano, 611, Ibirapuera, na zona sul da capital paulista.
O centro de São Paulo surge dez anos depois da criação do Idor carioca, que abriga um dos mais avançados centros de pesquisa em neurociências do Brasil. Durante 2018, a sede do Rio de Janeiro recebeu mais de R$ 11 milhões para a realização de pesquisa médica.
De acordo com o Instituto D’Or, “a preocupação com o bem-estar do paciente na jornada de tratamento contra o câncer é uma das prioridades” das pesquisas.
Além desses trabalhos, a unidade paulistana também vai abrigar cursos de pós-graduação, bem como treinamentos e capacitações oferecidos por especialistas.