A hipertensão é uma doença silenciosa. Mesmo com a ausência de sintomas, é fundamental tratá-la para evitar o risco de doenças cardiovasculares
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Você sabia que a hipertensão arterial, muitas vezes chamada de “doença silenciosa”, pode não apresentar sintomas? De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 580 milhões de pessoas têm hipertensão arterial sem saber, pois nunca foram diagnosticadas com a condição.
A OMS destaca ainda que a hipertensão afeta 1 em cada 3 adultos em todo o mundo, totalizando 1,3 bilhão de pessoas com a doença. Dessas, um total de 720 milhões não recebem o tratamento necessário. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipertensão é uma doença crônica que mata mais de 10 milhões de pessoas no mundo.
Neste texto, abordaremos a hipertensão silenciosa, discutindo se é necessário tratar ou não a pressão alta quando não se sente nada. Entenda por que é importante levar a sério a pressão arterial elevada, mesmo na ausência de sintomas perceptíveis.
A hipertensão arterial é frequentemente referida como “silenciosa” porque muitas pessoas podem ter pressão alta sem apresentar sintomas evidentes. Isso significa que você pode estar vivendo com pressão arterial elevada sem perceber, o que pode ser perigoso, pois a hipertensão não tratada aumenta o risco de doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), doenças renais e outros problemas de saúde graves.
Mesmo na ausência de sintomas, é fundamental tratar a hipertensão arterial elevada, pois a pressão alta coloca uma tensão adicional no coração, vasos sanguíneos e órgãos importantes, aumentando o risco de complicações graves em longo prazo.
De acordo com o vice-presidente da Sociedade de Cardiologia de Brasília, Dr. João Poeys, cardiologista do DF Star, nos casos em que o paciente já recebeu o diagnóstico e está seguindo o tratamento da hipertensão de forma adequada com acompanhamento médico regular, não é necessário aferir a pressão arterial com frequência.
“Esse paciente só deverá verificar sua pressão durante as consultas médicas. No entanto, se o indivíduo adulto não for hipertenso e assintomático, o ideal é a aferição anual da pressão arterial”, aconselha.
Ao ter o diagnóstico de pressão alta, é recomendando iniciar o tratamento mais apropriado para ajudar a controlar a pressão arterial e reduzir o risco de complicações cardiovasculares no futuro.
A decisão de iniciar o tratamento com medicamentos para pressão alta depende de vários fatores, incluindo seus níveis de pressão arterial, histórico médico, fatores de risco para doenças cardiovasculares e outras condições de saúde. Se você não apresenta sintomas, mas sua pressão arterial está alta, é importante consultar um médico para avaliar sua condição e determinar o melhor tratamento.
Dr. João Poeys destaca que os remédios para controlar a pressão devem ser tomados diariamente, ainda que o paciente esteja sem nenhuma queixa e mesmo que a pressão esteja normal. “É incorreto só tomar a medicação quando a pressão sobe. O uso diário da medicação é para manter a pressão bem controlada, sem picos de pressão alta.”
O cardiologista ressalta que a medicação prescrita, quando tomada na dose correta, é fundamental para manter a pressão arterial em níveis normais. Portanto, o ideal é tomar o medicamento antes que a pressão arterial aumente. Mesmo que a pessoa tome o remédio quando a pressão está normal, isso não a reduzirá ainda mais; a medicação é destinada ao controle quando a pressão arterial está alta ou para prevenir que ela aumente.
“Uma grande parcela das medicações para controlar a pressão pode ser tomada a qualquer hora do dia, desde que o paciente mantenha seu uso diário no mesmo horário”, recomenda o cardiologista.
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A hipertensão não tratada pode levar a uma série de complicações graves e potencialmente fatais.
Dr. Poeys destaca que a pressão alta não tratada aumenta o risco de:
Além de medicamentos prescritos pelo médico para controlar a pressão arterial, a adoção de mudanças no estilo de vida pode ser uma estratégia eficaz na prevenção de complicações relacionadas à hipertensão não tratada.
Essa combinação de tratamento médico e mudanças de hábitos pode ser ainda mais eficaz na gestão da pressão arterial e na redução do risco de complicações em longo prazo.
Adotar hábitos saudáveis, como seguir uma dieta balanceada, praticar exercícios regularmente, reduzir o consumo de sal e álcool e parar de fumar, pode ajudar a controlar a pressão arterial e reduzir o risco de complicações.
Dr. João Poeys elenca algumas dicas de hábitos saudáveis para controlar a pressão alta:
“Essas são medidas tão importantes quanto o uso da medicação para controlar a pressão”, destaca.
A hipertensão arterial elevada, mesmo sem sintomas perceptíveis, deve ser tratada com seriedade. Controlar a pressão arterial é essencial para reduzir o risco de complicações graves e melhorar a saúde cardiovascular.
Se você tem dúvidas sobre sua pressão arterial ou se deve ou não iniciar um tratamento, agende uma consulta com um cardiologista da Rede D’Or para obter orientação e cuidados adequados.