Dr. Augusto Rafael Barsella, da Clínica da Dor, do Hospital IFOR - SP, esclarece causas e tratamentos
Dr. Augusto Rafael Barsella, da Clínica da Dor, do Hospital IFOR, responde as principais dúvidas sobre dores na coluna vertebral. Atividade física é a principal forma de prevenção e tratamento. Mas deve-se evitar atividades de impacto quando há crises.
Dores cervicais e lombares são extremamente comuns. Dados nos mostram que 90% da população mundial terá um episódio de dor lombar ao menos uma vez na vida. As causas são diversas, variando desde tensões do cotidiano e problemas posturais até situações mais graves – porém, raras – como compreensão de raízes nervosas e tumores.
Qualquer dor deve ser abordada, porque pode se tornar crônica. Não há um protocolo único de tratamento, e sim a maneira correta de tratar dores lombares e cervicais. Isso começa com um diagnóstico correto, uma abordagem multiprofissional, que inclui fisioterapia e medicações. O importante é ter orientação e acompanhamento médico.
O diagnóstico sempre passa pela história que o paciente nos relata (anamnese), associada ao exame físico, para que tenhamos uma hipótese diagnóstica. Depois, podem ser feitos exames de imagem (raios X, tomografia e ressonância nuclear magnética). Uma ressonância pode até apresentar uma alteração, mas não necessariamente representa um problema clínico. Tratamos a pessoa como um todo, não só uma doença.
A principal forma de prevenção (e de tratamento) é a prática de atividade física. Ficar parado é totalmente contraindicado. É importante que as práticas físicas sejam prazerosas para as pessoas. Em casos de crises de dores lombares ou cervicais, contraindico práticas esportivas de impacto. Outra questão de extrema importância é o emagrecimento, quando a pessoa tem sobrepeso, especialmente no caso das dores lombares.
O que se nota é uma prevalência aumentada das dores crônicas, devido à falta de atividade física, ao aumento do sobrepeso, dos quadros de ansiedade e depressão, além de posturas erradas e pouca ergonomia, num contexto de homeoffice. Todo esse cenário pesou e influenciou. Ressalto que a dor é uma experiência sensorial e emocional, então esse quadro fica exacerbado em pessoas com depressão e ansiedade.
Aqueles feitos com regularidade e sem impacto, especialmente natação, hidroginástica, musculação e pilates. Para mais benefícios para a saúde, é fundamental que a frequência seja de, ao menos, duas a três vezes por semana.
O mais importante é o paciente entender que tem papel de protagonista em seu processo de cura. O objetivo não é zerar a dor, mas melhorar a qualidade de vida da pessoa. Somente medicamentos não garantem o sucesso do tratamento. É preciso associar acompanhamento psicológico, terapias comportamentais, prática de atividade física e fisioterapia. Cuidar da saúde como um todo: física e mental. A dor crônica gera sofrimento, angústia, tristeza e depressão. Uma equipe multidisciplinar consegue aumentar a qualidade de vida da pessoa e, como consequência, tratar a dor.
O Hospital IFOR conta com um grupo especializado na Clínica da Dor. Além disso, possui estrutura de exames de imagem, de laboratório e de cirurgia. Temos também especialistas em nossos hospitais em todo o Brasil.