Apesar de o ataque cardíaco e a angina apresentarem sintomas semelhantes, existem diferenças importantes entre eles. Saiba quais e como agir em cada um deles.
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Tanto a angina quanto o ataque cardíaco (infarto) são causados por um fluxo sanguíneo inadequado nas artérias coronárias, resultando em dor no peito. Embora ambas as condições possam apresentar sintomas semelhantes, existem diferenças importantes entre elas; a angina, por exemplo, se não for devidamente investigada e tratada, pode progredir para um infarto, que é a obstrução total do fluxo que pode causar danos irreversíveis ao coração.
Segundo o Ministério da Saúde, anualmente são registrados cerca de 300 a 400 mil episódios de infarto. De cada 5 a 7 casos ocorre um óbito. Dr. Luis Felipe Miranda, coordenador da Cardiologia no Hospital Copa D’Or, Rio de Janeiro, alerta que a principal recomendação para pessoas que experimentam dor no peito é procurar atendimento em um serviço de emergência.
Neste artigo, abordaremos as características de um ataque cardíaco e da angina, e o que você deve fazer em cada uma delas.
Angina (“angina pectoris”) é o termo médico usado para definir a dor no peito causada pela redução do fluxo sanguíneo que supre o músculo cardíaco, chamado de miocárdio. Esse quadro geralmente é causado por uma obstrução das artérias coronárias, cuja causa mais comum são as placas de gordura, chamadas de aterosclerose. Essa doença por sua vez é chamada de “doença arterial coronariana”.
Nos casos de angina, a obstrução à passagem de sangue costuma ser parcial; com isso, o paciente tem dor quando faz algum esforço ou passa por algum episódio de estresse, mas melhora em repouso ou com as medicações. O problema é que esse quadro pode preceder a ocorrência de um infarto, quando a obstrução à passagem de sangue é total e as células do músculo cardíaco morrem (necrose).
Segundo o Dr. Luis Felipe Miranda, é importante que as pessoas estejam atentas pois nem sempre ocorre a relação “fazer esforço e ter mais dor”. Em alguns pacientes, a angina pode ocorrer também em repouso, o que pode inclusive apontar uma gravidade maior.
Os sintomas da angina podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente a característica mais típica dessa condição é a sensação de aperto ou peso no peito. A dor também pode se espalhar para outras áreas, como:
“A angina funciona como um alerta para os pacientes procurarem auxílio médico, pois muitas vezes precede o infarto do miocárdio”, alerta o médico.
Muito conhecido na população como “ataque cardíaco”, o infarto agudo do miocárdio ocorre devido a uma obstrução total de uma ou mais artérias coronárias, responsáveis por fornecer sangue ao coração. Essa obstrução geralmente é causada pela formação de um coágulo sanguíneo sobre uma placa de gordura aterosclerótica já existente.
“Quando há uma diminuição significativa ou prolongada do fluxo sanguíneo para o miocárdio, ocorre a morte (necrose) das células do músculo cardíaco, resultando em um quadro de infarto”, explica o cardiologista.
No caso de infarto, geralmente a dor apresenta as mesmas características da angina, porém tende a ser mais prolongada e acompanhada de sintomas adicionais como:
“O prognóstico (risco) depende da quantidade de músculo que infartou. Quanto maior a área, pior o prognóstico, pois ocorre maior comprometimento da força do coração e maior risco de arritmias, que podem ser fatais”, complementa Dr. Miranda.
Segundo Dr. Miranda, a maior diferença entre os casos de angina e infarto é que na angina não ocorre dano irreversível ao músculo cardíaco: ao fazer repouso, o pouco de sangue que ainda passa na obstrução é suficiente para o músculo se recuperar. Por outro lado, no infarto o entupimento é total e haverá sempre algum grau de lesão irreversível ao músculo cardíaco.
O médico salienta que a diferenciação dos dois casos é realizada através de exame de sangue, com as enzimas cardíacas, mas que outros exames específicos são importantes para o diagnóstico.
“Essa diferenciação é feita através da dosagem no sangue de uma enzima chamada troponina, que só é detectada quando há perda de integridade da célula miocárdica; entretanto, outros exames como eletrocardiograma e ecocardiograma também são importantes nessa avaliação”, descreve o especialista.
De acordo com Dr. Miranda, as causas da angina e do infarto se misturam, pois se trata da mesma doença em fases diferentes.
Ele elenca as causas mais comuns:
Apesar da descrição dessas inúmeras causas, mais de 95% dos casos estão relacionados à placa de aterosclerose (gordura) e à formação de coágulos sobre elas. Por isso, os fatores de risco para angina e infarto são justamente condições que favorecem a formação da aterosclerose e dos coágulos dentro das artérias coronarianas.
Os principais fatores de risco para a doença coronariana são:
Os primeiros sintomas de angina ou infarto são um sinal de alerta e exigem uma ação rápida.
“Para pessoas que experimentam dor no peito, em especial se houver sinais de angina, como a sensação de “aperto, peso ou opressão”, a principal recomendação é procurar rapidamente atendimento num serviço de emergência. Nos casos de infarto, quanto mais rápido o tratamento, mais chances de sobrevier e menos sequelas. Ainda que o paciente tenha um cardiologista, ele pode contatá-lo, mas deve mesmo assim ir direto para um pronto atendimento, que fará a avaliação com os exames já descritos para confirmar ou afastar o diagnóstico”, alerta Dr. Luis Felipe Miranda.
Não ignore os sintomas de angina ou infarto. Mesmo que desapareçam temporariamente, ainda é necessário procurar orientação médica, pois pode ser um sinal de que ocorreu uma obstrução temporária que pode levar a um infarto completo.
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