Check-up cardiológico: quando fazer e quem precisa?
O check-up cardiológico é composto por uma avaliação clínica completa com o médico e uma série de exames para diagnosticar doenças relativas ao coração
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O check-up cardiológico é composto por uma avaliação clínica completa com o médico, que inclui o seu histórico, o exame físico com a medida da pressão arterial e uma série de exames de sangue e de imagens. Essa avaliação é capaz de diagnosticar doenças relativas ao coração mesmo antes dos sintomas aparecerem. Será que você precisa fazer essa avaliação? E com qual periodicidade?
Para esclarecer sobre a importância dessa rotina, contamos com o auxílio do médico Dr. João Poeys, vice-presidente da Sociedade de Cardiologia de Brasília e cardiologista do DF Star, que fala quais doenças podem ser diagnosticadas com o check-up, a influência do histórico familiar na indicação precoce dos exames e que mesmo crianças já devem ficar atentas.
Neste artigo você vai saber ainda quais são os fatores de risco para doenças do coração, quais são os exames essenciais para a saúde cardiovascular e que hábitos você deve estimular em casa para garantir toda a sua família saudável.
Continue lendo e saiba quem precisa e quando fazer seu check-up cardiológico.
Check-up cardiológico: quando e com qual periodicidade
O cardiologista aponta que, apesar de não haver um consenso, a recomendação para realização de um check-up cardiológico é a partir dos 40 anos de idade. Segundo ele, essa é a idade em que a incidência das doenças cardiovasculares começa a aumentar, principalmente entre os homens. Esse check-up deve ser repetido anualmente.
Contudo, uma avaliação geral de saúde pode começar bem antes, pela pesquisa dos fatores de risco para aterosclerose: “o objetivo é fazer um diagnóstico precoce da aterosclerose, que são placas de gordura nas artérias, e o efetivo controle dos seus fatores de risco, para evitar que elas cresçam”, destaca o cardiologista.
A aterosclerose é a principal causa de doença cardiovascular. À medida que essas placas crescem, elas obstruem a passagem de sangue pelas artérias coronárias, que são responsáveis por fornecer oxigênio e glicose para o músculo cardíaco. Essa obstrução leva aos quadros de angina, infarto, arritmias e até mesmo à morte súbita! E o pior: nas fases iniciais, a pessoa pode não ter nenhum sintoma!
Por isso, a avaliação sobre a presença de fatores de risco para as doenças cardiovasculares começa cedo. “É recomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia aferir a pressão arterial anualmente a partir dos 18 anos de idade e medir o colesterol a partir dos 10 anos e, se normal, repetir após 5 anos. A Sociedade Americana de Diabetes recomenda a medida da glicose no sangue a partir dos 35 anos de idade e, se normal, repetir a cada 3 anos”, indica Dr. Poeys.
Há pessoas, no entanto, que devem iniciar o check-up ainda mais cedo, caso um dos pais ou irmãos tenha tido manifestação da doença coronária muito precocemente – como um infarto, a necessidade de um cateterismo ou até mesmo uma cirurgia no coração.
“O histórico da família ganha destaque maior quando um familiar próximo (parente de primeiro grau: pais ou irmãos), se do sexo masculino com menos de 55 anos de idade e se do feminino com menos de 65 anos, sofreu um infarto, uma morte súbita ou foi submetido a angioplastia com stent ou cirurgia cardíaca de revascularização do miocárdio (“ponte safena ou ponte mamária”). Nesse cenário, o histórico é considerado o mais importante fator de risco para doença coronária, cuja manifestação começa mais jovem e, por isso, esses pacientes devem fazer seu check-up e ter a preocupação com o controle dos fatores de risco mais precocemente, logo ao entrar na vida adulta”, explica o especialista.
Infarto: primeira manifestação de problema cardíaco
O infarto (infarto agudo do miocárdio, ou IAM) pode ser a primeira manifestação de um problema cardiovascular. Dr. Poeys destaca um dado do Ministério da Saúde que aponta que o IAM é a maior causa de mortes no Brasil, atingindo entre 300 mil e 400 mil pessoas no país. Ele é causado quando a placa de gordura, a aterosclerose, obstrui totalmente uma das artérias coronárias. Com isso, não chegam oxigênio e glicose ao músculo cardíaco e as células daquela região morrem. A pessoa sente dor no peito, falta de ar e pode haver arritmias súbitas e fatais.
O check-up cardiológico permite detectar alterações no coração em estágio inicial, ou ainda diagnosticar anomalias já instaladas, mas que ainda não se manifestaram. A avaliação precoce e rotineira é ideal para acompanhar e cuidar da saúde do órgão responsável por bombear sangue para todo o corpo. Com a realização do check-up cardiológico, você garante prevenção e proteção contra doenças, proporcionando tranquilidade, segurança e qualidade de vida.
Fatores de risco do infarto: como preveni-lo?
Segundo o especialista, os fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento das placas de gordura nas artérias que ocasionam o infarto são:
- colesterol alto;
- pressão alta;
- diabetes (açúcar alto no sangue);
- tabagismo;
- estresse;
- obesidade;
- história familiar de infarto (principalmente pais e irmãos).
O check-up permite detectar esses fatores precocemente e é possível também prevenir e tratá-los! Isso se dá sobretudo com prática regular de atividade física, alimentação saudável, cessação do tabagismo e acompanhamento da pressão, colesterol e glicemia para manutenção em níveis normais.
Exames essenciais para o check-up do coração
Os principais exames do check-up cardíaco são:
- exame de sangue (glicose, colesterol e triglicerídeos);
- aferição da pressão arterial;
- eletrocardiograma;
- ecocardiograma;
- teste ergométrico.
“Dependendo do caso, a realização de um doppler de carótidas ou de um escore de cálcio ou até mesmo de uma angiotomografia de coronárias”, complementa o cardiologista.
Ou seja, os exames serão solicitados de acordo com o histórico familiar e a avaliação do médico na anamnese.
Veja os exames e procedimentos cardiológicos realizados na Rede D’Or.
“Na minha opinião o ‘grande’ exame é a angiotomografia das coronárias. É uma tomografia com contraste que consegue avaliar no detalhe cada uma das artérias do coração e identificar até placas de gordura muito pequenas em fase inicial”, destaca o especialista, que explica que esse não é um exame que todos precisam fazer, mas em casos selecionados é extremamente útil e salva vidas.
Além das doenças do coração, o check-up cardiológico pode diagnosticar doenças como diabetes, hipertensão (“pressão alta”), dislipidemia (alterações no colesterol ou nos triglicérides) e aneurismas.
Patologias como miocardiopatia hipertrófica (doença genética que afeta 1 a cada 500 pessoas e é uma das principais causas de morte súbita nos atletas) e doenças das valvas cardíacas, como o prolapso da valva mitral e a valva aórtica bicúspide, também são identificadas nos exames de rotina do coração.
Cuidados com a saúde do coração
O check-up cardiológico é importante inclusive quando qualquer pessoa sedentária, independentemente da idade, vai iniciar a prática de atividades físicas, principalmente acima de 40 anos de idade.
“O objetivo é saber se o paciente já tem uma doença cardíaca e a desconhece e se irá precisar de alguma restrição em relação à intensidade da atividade física a ser realizada”, pontua Dr. Poeys.
Segundo o médico, pessoas que fazem uso de reposição hormonal, como a testosterona, os chips da beleza, entre outras formas de reposição de hormônio apenas para melhora de performance, sem indicação médica, devem tomar cuidado pois essas terapias aumentam a incidência de doenças cardiovasculares.
Pessoas em tratamento de câncer também devem estar atentas com a saúde cardiológica, pois alguns quimioterápicos são cardiotóxicos e podem levar a problemas graves no coração.
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