AVC: conheça 7 sinais de alerta
Cefaleia súbita, dificuldade para falar e fraqueza de um lado do corpo são alguns dos sinais importantes de um AVC ou derrame. Conheça os demais
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O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, é uma condição médica séria que pode ter consequências devastadoras se não tratado, em alguns casos, em até 24 horas após os primeiros sintomas. Reconhecer os sinais de alerta é crucial para buscar ajuda médica imediata, pois o tempo é essencial para minimizar as possíveis sequelas.
O AVC ocorre quando os vasos sanguíneos que fornecem sangue rico em oxigênio ao cérebro ficam obstruídos ou se rompem, resultando na paralisia da região cerebral privada de fluxo sanguíneo.
Globalmente, segundo a Sociedade Brasileira de AVC (SBAVC), o AVC é a segunda maior causa de morte no mundo, correspondendo a cerca de 11% do total de óbitos.
Já no Brasil, o AVC é a principal causa de morte na população do país. De acordo com dados do Ministério da Saúde, no primeiro semestre de 2022, o AVC atingiu 56.320 vítimas de forma fatal, ultrapassando até mesmo o número de mortes por Covid-19 na ocasião (48.865).
No dia 29 de outubro é celebrado o Dia Mundial do AVC, essa data é destinada a conscientizar a população sobre os sinais dessa urgência médica para que se tome uma atitude imediata. A data também ressalta os principais hábitos para prevenir o derrame.
Neste artigo, vamos destacar 7 sinais de alerta do AVC que você deve conhecer para estar preparado e agir com rapidez em caso de emergência.
Tipos de AVC
Existem dois tipos de Acidente Vascular Cerebral e cada um deles com causas distintas:
AVC Isquêmico: de acordo com o Ministério da Saúde, o AVC isquêmico corresponde a 85% de todos os casos. “O AVC isquêmico é consequência de um evento que leva à interrupção do fluxo sanguíneo a uma área do cérebro, esse evento pode ser local, como a trombose de uma grande ou pequena artéria, ou ser causado por um êmbolo que viaja pela circulação e impacta em alguma artéria do cérebro”, explica o neurologista Dr. Murilo Souza, coordenador da Neurologia do Hospital Cardiopulmonar e do Hospital Aliança, ambos da Rede D’Or na Bahia.
AVC Hemorrágico: esse tipo de AVC ocorre em 15% dos casos, no entanto, ainda de acordo com o Ministério da Saúde, pode levar mais frequentemente ao óbito em comparação com o AVC isquêmico. “Essa causa de AVC ocorre quando há ruptura de um pequeno vaso cerebral ou a ruptura de um aneurisma levando a hemorragias”, aponta.
O AVC pode ainda ser silencioso em razão da ocorrência de pequenas isquemias ou pequenas hemorragias que não são reconhecidos clinicamente. “Esses episódios nos apontam a necessidade de investigação e implementação de medidas de prevenção adequadas, então através de uma anamnese direcionada identificamos os pacientes com suspeita de AVC, que é confirmado por um exame de imagem (tomografia ou ressonância magnética) do cérebro e, sempre, dos vasos”, afirma.
7 sinais de alerta do AVC
Em muitos casos, o AVC pode ser silencioso, por esse motivo, estar alerta aos sintomas é muito importante para agir nos primeiros sinais.
Segundo Dr. Souza, os sintomas do AVC dependem da área do cérebro afetada, ele explica que de forma geral os sinais mais importantes e que causam maiores incapacidades na pessoa acometida são:
1 – Fraqueza de algum lado do corpo;
2 – Dificuldade para falar e/ou para compreender;
3 – Perda súbita de equilíbrio;
4 – Perda visual;
5 – Desvio da boca;
6 – Comprometimento da sensibilidade;
7 – Cefaleia súbita (nos casos de hemorragia ocorre uma dor de cabeça explosiva, descrita como a pior da vida.)
“É importante frisar a natureza súbita da instalação desses sintomas e isso nos faz pensar na possibilidade de um AVC, tal qual infarto do miocárdio ou embolia pulmonar, trata-se de um evento agudo”, alerta o especialista.
O que fazer quando suspeitar de um AVC
Mesmo que os sintomas pareçam leves ou inexistentes, é essencial buscar atendimento médico imediato, pois a prevenção e o tratamento precoces são cruciais para minimizar os danos de um AVC.
Aos primeiros sinais de que você ou alguma pessoa próxima está tendo um AVC, ligue para o serviço de emergência 192 ou 193, pois o tratamento adequado do AVC requer atendimento médico urgente. Enquanto aguarda, observe atentamente os sinais. Isso ajudará os médicos a diagnosticarem o tipo de AVC que está ocorrendo.
“Tempo é cérebro, logo, o paciente deve procurar atenção médica imediata numa emergência capaz de oferecer tratamento no tempo adequado e com segurança, o SAMU está capacitado para o transporte seguro e conhece os serviços habilitados para o tratamento do AVC agudo”, destaca.
Tratamento do AVC
O tratamento rápido pode fazer uma grande diferença na recuperação após um AVC.
O neurologista esclarece que, em situações de AVC isquêmico, se forem cumpridos os critérios de tempo apropriado, existe a oportunidade de utilizar trombolíticos (medicamento que tem a função de desfazer um trombo ou coágulo sanguíneo) ou, nos casos em que há obstrução de grandes vasos, a opção de realizar uma trombectomia mecânica (procedimento cirúrgico com o objetivo de desobstruir e restaurar o fluxo sanguíneo para o cérebro) por meio de um cateterismo.
Em situações de AVC hemorrágico, Dr. Souza detalha que ações imediatas incluem o controle rápido da pressão arterial, a reversão dos efeitos de medicamentos anticoagulantes e a abordagem do aneurisma responsável por meio de cateterismo ou até mesmo cirurgia aberta.
Um AVC que não recebe a devida atenção no momento certo pode ter consequências graves. Após o tratamento inicial, muitas pessoas que sobrevivem a um AVC precisam de reabilitação para recuperar as funções perdidas. Isso pode incluir fisioterapia, fonoaudiologia e reabilitação neuropsicológica, dependendo das necessidades individuais do paciente.
Como prevenir um AVC
Depois do episódio de um AVC é fundamental implementar medidas para prevenir a ocorrência de outro. Isso pode envolver o controle de fatores de risco, como:
– Hipertensão;
– Diabetes;
– Sedentarismo;
– Tabagismo.
“A hipertensão arterial é o principal fator de risco para o AVC. Cessar o tabagismo também ajuda a evitar até 90% dos AVCs”, pontua.
As unidades de emergência da Rede D’Or São Luiz operam de acordo com o modelo de atendimento Smart Track, o qual visa proporcionar um atendimento mais eficiente e seguro, com a capacidade de identificar prontamente situações críticas como o AVC.
Tenha sempre em mãos o endereço da emergência da Rede D’Or São Luiz mais próxima de você. Confira a listagem aqui.
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