A musculação é saudável para o coração?
A musculação traz benefícios para a saúde cardiovascular. Saiba quais são os exercícios de musculação mais saudáveis para o seu coração.
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A musculação não apenas fortalece os músculos, mas também traz benefícios significativos para a saúde cardiovascular. A prática regular de exercícios de força pode ajudar a reduzir vários fatores de risco cardiovascular. Além disso, fortalece o coração, aumentando sua eficiência e resistência ao longo do tempo.
Um estudo publicado na revista Medicine & Science in Sports & Exercise afirma que fazer musculação por menos de 1h por semana pode reduzir a probabilidade de um infarto ou AVC entre 40 a 70%. De acordo com declaração científica da American Heart Association (AHA) de 2023, adultos que praticam regularmente exercícios aeróbicos e musculação têm um risco entre 40% a 46% menor de mortalidade por todas as causas e por doença cardiovascular em comparação a adultos sedentários.
Incorporar a musculação em uma rotina de exercícios pode ser uma excelente maneira de promover um coração mais saudável e melhorar a qualidade de vida geral. Em celebração ao Dia Nacional da Saúde, em 5 de agosto, trazemos este artigo para você entender como a musculação pode beneficiar seu coração e melhorar sua qualidade de vida. Entenda como esse tipo de exercício pode ser positivo para o seu coração.
A musculação é saudável para o coração?
A cardiologista Dra. Yara Aguiar, especialista em ergometria e métodos gráficos do Hospital Coração do Brasil, da Rede D’Or – Brasília (DF), ressalta que a importância da musculação para a saúde do coração é tão significativa que no final de 2023 a American Heart Association atualizou sua diretriz sobre o tema, enfatizando o papel fundamental na saúde dos indivíduos com ou sem doenças cardiovasculares.
“A prática entre 30 min a 60 min por semana está associada a uma redução de 15% de risco de morte por todas as causas e 17% de risco de mortalidade por doenças cardiovasculares em comparação com quem não pratica musculação. Esse treino melhora o funcionamento das células, atua na melhora da performance dos vasos sanguíneos, aumentando a eficiência do coração em levar sangue para todo o nosso corpo”, explica.
Sobre como a musculação pode ajudar o coração, a especialista aponta que os treinamentos de força contribuem para:
- Controle da pressão arterial (pressão alta);
- Controle da glicemia e da resistência à insulina;
- Aumento do HDL (colesterol bom);
- Redução de triglicerídeos e LDL (colesterol ruim);
- Diminuição da inflamação;
- Melhora da função dos vasos sanguíneos;
“Além disso, reduz a gordura corporal, melhora a capacidade física e controla o estresse emocional e doenças mentais como depressão e ansiedade. Portanto, age diretamente na redução do risco de infarto agudo do miocárdio, de acidente vascular cerebral (AVC), de tromboses, embolias e aneurismas“, destaca a Dra. Yara Aguiar.
Exercícios de musculação mais saudáveis para o coração
Existem diversos tipos de exercícios de musculação que podem ser especialmente benéficos para a saúde do coração. Dra. Yara explica que o chamamos de “musculação” se refere a todos os exercícios resistidos que envolvem a contração muscular contra uma força externa.
“A musculação não necessariamente precisa ser feita com aparelhos em academias, mas exercícios realizados com o uso de elásticos e halteres, por exemplo, também são considerados exercícios resistidos. O treinamento será individualizado, mas no geral todos os exercícios que envolvem os grupos musculares maiores de pernas, braços, costas, glúteos serão benéficos”, explica.
Os exercícios resistidos são uma modalidade de treinamento físico que visa fortalecer e desenvolver os músculos através da aplicação de resistência. Essa resistência pode ser aplicada de várias maneiras, tais como:
Treinamento intervalado de alta intensidade:
Combina períodos curtos de exercícios aeróbicos intensos (como corrida ou bicicleta) alternados com exercícios de musculação.
Levantamento de peso moderado a intenso:
Inclui exercícios como levantamento de pesos livres, máquinas de resistência ou o uso do próprio peso corporal.
Treinamento com peso corporal:
Utilização do peso do próprio corpo para exercícios como flexões, agachamentos, pranchas e burpees.
Circuitos de treinamento:
Alternância rápida entre diferentes exercícios de musculação sem pausas longas entre eles.
Exercícios funcionais:
Movimentos que imitam atividades diárias, como agachamentos, flexões e levantamentos, ajudam a desenvolver força e estabilidade muscular.
Exercícios que promovem a flexibilidade e a mobilidade:
A inclusão de alongamentos dinâmicos e de exercícios de flexibilidade pode melhorar a circulação sanguínea e reduzir o risco de lesões musculares.
Dra. Yara aponta que existem contraindicações absolutas para a prática de exercícios físicos, que incluem:
– Condições em que a doença cardiovascular não está controlada, tais como angina (dor no peito) em pacientes coronariopatas;
– Insuficiência cardíaca descompensada;
– Arritmias não tratadas;
– Pressão arterial acima de 180x100mmHg;
– Estenose aórtica grave com sintomas;
– Hipertensão pulmonar grave;
“Treinos de alta intensidade em portadores de retinopatia proliferativa, miocardite, endocardite ou pericardite agudas também são contraindicados”, complementa.
Além dessas contraindicações absolutas, há casos em que é necessária uma avaliação prévia antes de iniciar os treinos. Esses casos incluem pacientes com marca-passo ou cardiodesfibrilador implantável (CDI), histórico de AVC, doenças musculoesqueléticas, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica controlada e capacidade física muito baixa.
Consultar um profissional de saúde pode ajudar a desenvolver um programa de exercícios personalizado e seguro para atender às suas necessidades específicas. Agende uma consulta com um de nossos cardiologistas para avaliar sua saúde cardíaca e orientar sobre a prática de exercícios de forma segura.
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