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Se a sua pressão está alta, você deve ir ao hospital? Saiba a resposta dessa e de outras perguntas sobre hipertensão e descubra mitos e verdades sobre a pressão alta.
A hipertensão arterial é uma condição silenciosa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase a metade dos indivíduos afetados pela hipertensão não tem consciência de sua condição.
No Brasil a hipertensão atinge mais de 30 milhões de cidadãos e apenas 10% dos hipertensos apresentam sinais da doença, segundo o Ministério da Saúde. A pressão alta pode ser identificada quando a pressão arterial chega a 140/90 mmHg ou mais.
Um paciente que recebe um diagnóstico de hipertensão tem muitas dúvidas, assim como algumas perguntas podem surgir também para pacientes que têm o diagnóstico há mais tempo. Se você tem dúvidas sobre essa doença, confira nossas respostas para as perguntas mais frequentes sobre hipertensão.
Dra. Lilian Carestiato, supervisora do Serviço de Cardiologia da Clínica São Vicente, Rede D’Or, relata que em seu consultório as perguntas mais comuns que um paciente com pressão alta faz são:
“Os valores repetidos de pressão arterial sistólica de consultório de ≥ 140 mm Hg e/ou valores de pressão arterial diastólica de ≥ 90 mm Hg. Logo ambos os valores acima da média devem servir de alerta para uma investigação e decisão terapêutica”, responde a médica.
Ou seja, se, ao medir sua pressão, os números sistólicos (quando o coração bate) forem iguais ou ultrapassarem 140 mm Hg e/ou os números diastólicos (quando o coração está em repouso entre batimentos) forem iguais ou ultrapassarem 90 mm Hg, isso pode indicar um problema.
“Dependendo do histórico do paciente, do nível tensional referidoe dos sintomas, ele deverá procurar atendimento emergencial”, orienta.
“A cefaleia tem várias causas associadas à pressão alta e, principalmente na nuca, pode estar relacionada à pressão alta”, alerta.
A prática de exercícios certamente faz parte das orientações e incentivos na prevenção das doenças cardiovasculares. “O paciente hipertenso deverá ser incentivado a realizar exercícios, mas certamente com as orientações de seu médico após a sua avaliação”, aponta.
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“A hipertensão arterial é uma doença crônica. É importante a monitorização e acompanhamento desse paciente para orientá-lo da melhor maneira possível. No entanto, para pacientes com baixo risco cardiovascular e danos mínimos aos órgãos relacionados à hipertensão, pode-se considerar iniciar o tratamento com mudanças no estilo de vida. Caso a pressão arterial não seja controlada apenas com terapias não medicamentosas, o tratamento medicamentoso é necessário”, explica.
A prevenção e o controle são fundamentais para uma vida saudável. Dra. Lilian Carestiato recomenda adotar mudanças no estilo de vida, tais como:
“Essas são orientações dadas paralelamente para ajudar no controle dos níveis tensionais”, destaca Dra. Lilian.
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“O consumo excessivo de álcool está relacionado à hipertensão, bem como a interação com as medicações usadas. O consumo de álcool nos pacientes hipertensos não deve ser incentivado, mas dependendo do seu histórico e do controle adequado de sua pressão arterial, a orientação deverá ser de consumo moderado, lembrando que essas situações devem ser discutidas com o seu médico caso a caso”, alerta.
Dra. Lilian Carestiato afirma que o consumo de sal refinado – à base de cloreto de sódio – de forma exagerada está relacionado à hipertensão arterial e à retenção de líquidos.
“O seu consumo deve ser orientado para uma ingestão consciente. Existem hoje vários tipos de sal no mercado. O sal light, por exemplo, contém 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio, caso o paciente faça a ingesta da mesma quantidade habitual, ele estará consumindo menos sal. No entanto não é incomum as pessoas exagerarem na quantidade do sal light, pois referem não satisfazerem o seu paladar, o que na prática faz com que muitas vezes ele consuma a mesma quantidade de sal comum”, explica a especialista.
Muitos perguntam também sobre o sal do Himalaia, a cardiologista destaca que ele tem uma composição de sódio quase similar ao do sal iodado refinado. “Atualmente no mercado, como opção para os pacientes hipertensos existe uma fórmula à base de potássio, sem sódio, cujo consumo deverá ser orientado, pois altas concentrações de potássio podem estar relacionadas a efeitos deletérios em pacientes com outras patologias principalmente renais ou cardíacas, a exemplo das arritmias”, complementa.
A hipertensão arterial ainda é alvo de diversos mitos, levando muitas pessoas a seguir orientações incorretas. Com o intuito de fornecer informações precisas sobre essa condição, apresentamos alguns mitos e verdades relacionados à pressão alta.
Mito.
A hipertensão arterial, de acordo com a Dra. Lilian, é uma doença crônica, na maioria dos casos ela não tem uma cura definitiva. No entanto, pode ser gerenciada e controlada efetivamente com mudanças no estilo de vida e com o uso de medicamentos prescritos por um profissional de saúde.
Verdade.
O consumo de álcool pode impactar na pressão arterial, mas seu efeito varia entre as pessoas. O consumo excessivo pode levar a um aumento temporário da pressão, devido às propriedades vasodilatadoras do álcool, que podem relaxar temporariamente os vasos sanguíneos, levando a um aumento do fluxo de sangue e, consequentemente, ao aumento da pressão arterial.
“O consumo de bebidas alcoólicas está relacionado a efeitos de elevação pressórica devendo se limitar a ingesta diária de álcool nos indivíduos”, orienta a Dra. Lilian.
Mito.
Embora o consumo excessivo de sal seja um fator de risco conhecido para o aumento da pressão arterial, ele não é o único culpado pela hipertensão. De acordo com a Dra. Lilian Carestiato, a pressão arterial elevada é uma condição multifatorial e outros elementos também desempenham papéis importantes.
“Existem vários outros fatores relacionados à hipertensão arterial como diabetes, sobrepeso, carga hereditária, sedentarismo, estresse e consumo excessivo de álcool”, destaca.
Verdade.
O consumo de café pode temporariamente aumentar a pressão arterial devido à presença de cafeína, um estimulante presente na bebida. No entanto, esse efeito é geralmente modesto e pode variar de pessoa para pessoa. Algumas pessoas podem ser mais sensíveis à cafeína do que outras.
“A cafeína pura está relacionada à elevação da pressão arterial. A cafeína consumida no café tem um efeito menos expressivo, principalmente, por conter outros ingredientes como os polifenóis e as melanoidinas. A concentração de cafeína no café expresso, por exemplo, é maior que no café comum. Estudos sugerem que o café pode ser consumido, desde que em quantidades moderadas”, atesta.
A prevenção e o controle da hipertensão são fundamentais para uma vida saudável. O acompanhamento médico regular também é importante para monitorar a condição, ajustar o plano de tratamento conforme necessário e prevenir complicações em longo prazo.
Se você tem mais dúvidas sobre a hipertensão, agende uma consulta com um de nossos cardiologistas.