As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Muitos dos fatores de risco associados às doenças cardiovasculares são evitáveis. Conheça-os
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No dia 29 de setembro, é celebrado o Dia Mundial do Coração, uma data que visa conscientizar a população sobre a importância de cuidar da saúde cardiovascular. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo.
A Estatística Cardiovascular – Brasil 2023, publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, destaca que as doenças cardiovasculares ainda são responsáveis por quase um terço das mortes no país, afetando de forma desproporcional as pessoas de baixa renda, que enfrentam dificuldades para acessar cuidados de saúde de qualidade.
Ainda de acordo com a Estatística Cardiovascular, no Brasil, entre 2008 e 2021, as doenças isquêmicas do coração, doenças cerebrovasculares, insuficiência cardíaca e arritmias representaram 68% de todas as internações hospitalares por doenças cardiovasculares.
Muitos dos fatores de risco associados às doenças cardiovasculares são evitáveis. Conhecer esses fatores é o primeiro passo para a prevenção. Continue lendo e veja os 10 principais fatores de risco para doenças cardíacas e como você pode agir para reduzir esses riscos.
As doenças cardiovasculares podem se desenvolver ao longo da vida devido a uma combinação de fatores de risco comportamentais e genéticos. Conversamos com o Dr. Hugo Faria, coordenador da UTI Neurocardiológica do Hospital Santa Helena (DF), da Rede D’Or, que elencou os principais fatores de risco para doenças cardíacas:
A hipertensão arterial, ou pressão alta, é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, pois sobrecarrega o coração e danifica os vasos sanguíneos, aumentando o risco de insuficiência cardíaca, ataque cardíaco e AVC.
O colesterol alto causa o acúmulo de placas de gordura nas artérias, levando à aterosclerose, que reduz o fluxo sanguíneo e eleva o risco de ataque cardíaco e AVC.
Fumar é extremamente prejudicial ao coração, pois danifica os vasos sanguíneos, reduz o oxigênio no sangue e aumenta a pressão arterial, dobrando o risco de doenças cardiovasculares e acelerando outras condições cardiovasculares.
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Pessoas com diabetes têm um risco elevado de doenças cardiovasculares, pois o excesso de glicose no sangue pode danificar os vasos sanguíneos e os nervos que controlam o coração, aumentando a chance de ataques cardíacos e outros distúrbios.
A obesidade eleva o risco de doenças cardiovasculares por estar ligada a condições como hipertensão, colesterol alto e diabetes. O excesso de peso, especialmente na região abdominal, sobrecarrega o coração e pode resultar em complicações sérias.
O sedentarismo e a falta de atividade física aumentam o risco de doenças cardíacas. Exercícios regulares ajudam a controlar o peso, reduzir o colesterol, manter a pressão arterial sob controle e melhorar a saúde do coração.
Uma dieta rica em gorduras saturadas, açúcares e sal aumenta o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto e obesidade, todos fatores de risco para doenças cardiovasculares.
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Um histórico familiar de doenças cardíacas, especialmente em parentes próximos com problemas precoces, pode elevar seu risco de condições cardíacas.
“Esse fator é conhecido como risco genético ou hereditário e pode ter um impacto significativo na predisposição de uma pessoa a doenças cardiovasculares, agravando ainda mais quando associados a um estilo de vida inadequado”, descreve o médico.
Com o envelhecimento, o risco de doenças cardíacas cresce devido à diminuição da eficiência do coração e dos vasos sanguíneos. Homens enfrentam um risco maior mais cedo, enquanto para as mulheres, o risco aumenta após a menopausa, tornando-se similar ao dos homens.
Dr. Hugo Faria destaca que enquanto muitos fatores de risco para doenças cardiovasculares são comuns a ambos os sexos, outros são afetados não só pelo sexo, mas também pela idade, podendo influenciar como e quando os riscos irão se manifestar.
“Como exemplo podemos citar as alterações hormonais, aumento da pressão arterial com o envelhecimento, alterações no perfil de colesterol e prevalência de doenças autoimunes”, exemplifica.
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O estresse crônico eleva a pressão arterial e o colesterol, além de fomentar hábitos prejudiciais como fumar, beber em excesso e comer mal, aumentando o risco de doenças cardíacas.
“Entre os fatores citados, hipertensão arterial e o colesterol alto são, isoladamente, os mais críticos em termos de impacto direto sobre a saúde cardiovascular. No entanto, a interação entre vários fatores de risco pode aumentar ainda mais o risco de doenças cardiovasculares”, explica Dr. Hugo Faria.
Entender os fatores de risco para doenças cardiovasculares é essencial para a prevenção. Dr. Faria destaca que a maioria desses fatores é modificável, oferecendo oportunidades significativas para reduzir o risco.
O cardiologista enfatiza que, como os fatores genéticos não podem ser alterados, é essencial concentrar os esforços no controle dos fatores de risco que são modificáveis. “O estilo de vida tem uma influência significativa no desenvolvimento de doenças cardiovasculares”, destaca o especialista.
Para prevenir doenças cardiovasculares, é essencial adotar um estilo de vida saudável, que inclua alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, controle do peso, não fumar, limitar o consumo de álcool e gerenciar o estresse.
“Nem sempre é fácil conseguir controlar esses fatores, por isso a importância de um bom acompanhamento cardiológico para ajudar na prevenção e eventual tratamento de doenças cardiovasculares”, complementa Dr. Faria.
Realizar check-ups regulares para monitorar fatores de risco, como pressão arterial, colesterol e glicose, pode ajudar na detecção precoce e no tratamento adequado, prevenindo complicações mais graves.
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