Tratamento para o controle da AIDS possibilita qualidade de vida e reduz as chances de transmissão
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Depois de mais de 30 anos desde o primeiro caso relatado no Brasil, a AIDS ainda é uma doença grave, sem cura, controlada com medicamentos que trazem muitos efeitos colaterais aos portadores. No início dos anos de 1980, a doença assustou a população mundial ao infectar milhões de pessoas e ver muitas delas perderem a vida, sendo classificada como epidemia mundial.
AIDS é a sigla para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, em inglês. É uma doença que ataca e destrói o sistema imunológico humano, facilitando o aparecimento de doenças oportunistas. A AIDS é provocada pela contaminação com o vírus HIV, e pode levar até 10 anos para se manifestar.
A prevenção, como há 30 anos, ainda é a única forma de controlar o aumento do número de casos. Mas hoje, a população jovem, que não acompanhou o início, mas que testemunhou o avanço das medicações para controle da doença, está contribuindo para um novo crescimento dos casos de infecção pelo HIV.
Na contramão dos índices mundiais, o Brasil vem registrando um crescimento no número de casos de infecção por HIV. Em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em julho de 2014, os casos cresceram 11% entre 2005 e 2013, e estima-se que 752 mil pessoas vivam com o vírus da AIDS no Brasil atualmente.
No mundo, essas estatísticas são mais positivas. Segundo o mesmo relatório, os casos caíram 38% nos últimos doze anos e especialistas da Unaids, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, acreditam que até 2030 a epidemia esteja controlada.
Segundo dados divulgados ontem, dia 1.°, pelo Ministério da Saúde, hoje, no Brasil, aproximadamente 827 mil pessoas vivem com a doença. Destas, 715 mil já foram diagnosticadas, mas apenas 455 mil estão em tratamento. A boa notícia é que, do grupo em tratamento, 410 mil pacientes apresentam carga viral indetectável, ou seja, têm boa qualidade de vida e pouca chance de transmissão.
Prevenção como arma – Pesquisa encomendada pela Caixa Seguros, com acompanhamento do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde, revela que 40% dos jovens entre 18 e 29 anos, dispensa o uso de preservativo em relações sexuais com seus parceiros fixos, além de não saberem ao certo como se pega o HIV.
Usar preservativo em todas as relações sexuais é a maneira mais eficiente para se prevenir contra o HIV, além de evitar outras doenças sexualmente transmissíveis como alguns tipos de hepatites e a sífilis, por exemplo. Pessoas portadoras do vírus devem manter o uso do preservativo em suas relações sexuais, mesmo que seus parceiros tenham HIV. Isso acontece porque pode ocorrer a retransmissão do vírus, fazendo com que aumente a carga viral do indivíduo, agravando seu estado de saúde.
A contaminação com o HIV acontece, principalmente, através de sexo sem proteção, compartilhamento de agulhas contaminadas e durante a gravidez ou na amamentação, da mãe para o bebê.
O tratamento da AIDS é feito com “coquetéis” de antirretrovirais. São combinações de medicamentos que visam controlar a multiplicação do vírus HIV no organismo. O paciente que adere corretamente ao tratamento melhora sua qualidade de vida e consegue administrar a doença para manter uma vida relativamente comum.
Por outro lado, a toxidade da medicação, necessária para impedir a multiplicação do vírus pode acarretar efeitos colaterais imediatos como diarreia, vômito, náuseas, manchas avermelhadas pelo corpo, alterações de humor, insônia e sonhos vívidos. Com o uso contínuo da medicação, podem ocorrer ainda danos aos rins, fígado, ossos, estômago e intestino, e alterações neuropsiquiátricas, sendo as mais comuns, quadros de depressão, ansiedade, confusão mental e demência.
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