Maio Roxo: mudanças no intestino podem ser sinal de doença inflamatória
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Doenças inflamatórias intestinais (DII) crescem quase 15% ao ano. Médico alerta sintomas das doenças.
Atualmente, cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo são diagnosticadas com Doença Inflamatória Intestinal (DII). A doença vem afetando, principalmente, jovens em idade ativa.
No Brasil, a Doença Inflamatória Intestinal tem apresentado número crescente de casos, assim como também cresce o desafio quanto ao entendimento de sua causa, diagnóstico e tratamento.
O médico coloproctologista e cirurgião do aparelho digestivo do Hospital viValle, Dr. Newton Luiz Tricarico Gasparetti Jr, chama a atenção para a importância do tratamento precoce, pois são doenças que não têm cura, reduzem a qualidade de vida do paciente, aumentam a incapacidade e sobrecarregam o sistema de saúde.
Segundo a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD), os principais tipos são a Retocolite Ulcerativa (RCU) e a Doença de Crohn (DC). As doenças afetam entre 12 e 55 pessoas em cada 100 mil habitantes.
Dr. Gasparetti comenta que as doenças são mais incidentes em pessoas entre 20 e 40 anos.
“Podendo acometer indivíduos de ambos os sexos e em qualquer faixa etária, a doença é caracterizada por inflamação crônica e recorrente do intestino, em indivíduos geneticamente suscetíveis e/ou submetidos a estímulos externos desfavoráveis como stress e alimentação inadequada. Na sua evolução, podem também acometer outros órgãos além do intestino. Com forte impacto na qualidade de vida, a doença pode afetar atividades cotidianas, vida social e até interferir na rotina de trabalho”, explica Dr. Gasparetti.
A Doença Inflamatória Intestinal (DII) engloba um grupo de enfermidades intestinais as quais as causas não estão totalmente esclarecidas. A Retocolite Ulcerativa e a Doença de Crohn constituem as principais doenças nesse grupo, mas não as únicas e ambas comportam-se, muitas vezes, de forma semelhante.
O médico explica também que tradicionalmente, a Retocolite Ulcerativa e a Doença de Crohn sempre foram mais comuns em países desenvolvidos. No entanto, nos últimos anos, um número cada vez maior de pacientes tem sido identificado em países em desenvolvimento, incluindo-se o Brasil.
“Embora as razões para esse aumento não sejam totalmente conhecidas, acredita-se que haja uma resposta inadequada do organismo tanto a agressões externas, como o aumento do estresse, abuso de álcool, drogas e dieta inadequada, quanto internas, sendo por isso também consideradas doenças imunomediadas (antigamente chamadas de auto-imunes)”, comenta o coloproctologista.
As Doenças Inflamatórias Intestinais representam um conjunto de sinais e sintomas predominantemente no intestino delgado e cólon (partes do intestino com função de extrair água e sais minerais dos alimentos digeridos bem como as vitaminas K, B1 ou tiamina e B2 ou riboflavina). Estas são produzidas pelas mais de 700 espécies de bactérias da flora intestinal.
Sintomas
– desconforto abdominal;
– sensação de “barriga estufada”;
– dor;
– cólicas;
– alternância entre períodos de diarreia e intestino preso;
– flatulência (ou excesso de gases);
– podem também ocorrer sintomas extra intestinais como dores articulares, doenças de pele e dos olhos.
Tratamento
A DII não tem cura, mas o tratamento visa a melhora dos sintomas e controle/prevenção de suas complicações. Normalmente os pacientes precisam fazer mudanças na alimentação e no estilo de vida, além de fazer uso de medicamentos específicos e acompanhamento nutricional e psicológico. O paciente pode passar períodos sem manifestações clínicas intercalados com períodos de maior atividade da doença
Confira os principais alimentos a serem evitados:
– comidas gordurosas;
– álcool;
– cafeína;
– açúcar;
– produtos com sorbitol (adoçante artificial);
– vegetais que aumentam a produção de gases (como feijão, repolho e batata doce);
– leite e derivados;
– alimentos picantes ou com muitos conservantes.