Hepatites Virais – Entenda os diferentes tipos da doença
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Segundo a Organização Mundial da Saúde, 2 bilhões de pessoas no mundo já tiveram contato com o vírus da hepatite B, dos quais mais de 300 milhões tornaram-se pacientes crônicos, enquanto a hepatite C atinge 170 milhões. No Brasil, cerca de 2 milhões são portadores crônicos do tipo B e mais 3 milhões do C.
A hepatite é uma doença viral infecciosa, que ataca o fígado e pode ser aguda ou crônica. Existem cinco tipos identificados de hepatite: A, B, C, D (Delta) e E. As dos tipos A e E só se manifestam de forma aguda, e o paciente elimina o vírus do organismo depois da crise. Mas os tipos B, C e D podem se tornar crônicos e pedem mais atenção dos órgãos de saúde no mundo.
Os sintomas da hepatite podem ser parecidos com os de outras doenças. O indivíduo pode se sentir cansado, apresentar febre, tonturas, enjoos, vômitos e dores abdominais, além de pele e olhos amarelados (icterícia). Os sintomas costumam aparecer depois do período de incubação, que varia de acordo com o tipo do vírus.
Há casos em que não há a manifestação de sintomas, chamados assintomáticos; daí o motivo de ser conhecida como doença silenciosa. É necessário manter em dia os exames de rotina que podem identificar o vírus. Quando a doença não apresenta sintomas e, consequentemente, não é tratada, a infecção pode evoluir para cirrose ou câncer no fígado.
Contágio e prevenção – A hepatite A é transmitida através da ingestão de água ou alimentos contaminados, sendo mais frequente em crianças de 5 a 13 anos. Para evitar a contaminação, é necessário lavar bem os alimentos crus e deixá-los de molho em solução preparada com água sanitária. Lavar as mãos após o uso do banheiro, antes do preparo das refeições e antes de se alimentar também é fundamental para se prevenir contra o vírus.
Para a hepatite B existe vacina disponível nos postos de saúde. Crianças e jovens de até 20 anos devem tomar as três doses da imunização. A vacina também é indicada para profissionais de saúde, manicures, bombeiros, policiais, hemofílicos, pacientes que fazem hemodiálise ou grupos de comportamento de risco. Pode-se pegar o vírus em contato com sangue ou tecido contaminado ou em relações sexuais desprotegidas.
Apenas os portadores da hepatite B podem ser infectados com o vírus do tipo D. As formas de contágio são as mesmas, mas o vírus D só se manifesta se já houver a contaminação pela hepatite B.
O tipo C é o que tem mais chance de se tornar crônico. Apenas 20% das pessoas que se contaminam conseguem eliminar o vírus nos seis primeiros meses; 80% das pessoas terão hepatite C crônica, podendo desenvolver quadros de cirrose, icterícia, inchaço, alterações no sangue e câncer no fígado. As formas de contágio são semelhantes às dos tipos B e D.
Nos três casos é importante não compartilhar agulhas, seringas ou objetos cortantes. É preferível frequentar salões de beleza onde são esterilizados de maneira correta navalhas e alicates. Sessões de acupuntura, piercings e tatuagens devem ser feitos em ambientes estéreis e só com materiais descartáveis ou estéreis.
Outra forma de transmissão da hepatite é da mãe para o bebê. Pode acontecer o contágio durante o parto ou aleitamento. Por isso a gestante deve fazer o acompanhamento pré-natal e manter os exames em dia. Caso a mãe tenha o vírus, o aleitamento não é aconselhado.
Existe tratamento para as formas crônicas de hepatite, mas o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e controle da doença. Nas formas agudas das hepatites do tipo A e E, o tratamento é eficaz, o índice de cura e eliminação do vírus é muito alto.
As formas agudas de hepatite tipos B, C e D não possuem tratamento. O que é feito é o controle dos sintomas através de medicação e repouso. O próximo passo é controlar a doença e tomar medidas que visam impedir o aparecimento da cirrose e do câncer.
Os textos publicados no Blog Sempre Bem têm caráter informativo e não substituem a consulta médica. Para um diagnóstico correto, procure em médico hepatologista e esclareça suas dúvidas.