Transtorno de Personalidade Borderline

Chamado de TPB, transtorno de personalidade limítrofe ou, simplesmente, de borderline, o transtorno de personalidade borderline é uma condição mental que afeta o modo como o paciente se relaciona com os outros, fazendo com que ele apresente mudanças de humor ou de estado emocional frequentes e súbitas.

Por conta dessas mudanças, o paciente tem relações interpessoais muito instáveis e seus relacionamentos são difíceis, o que pode ocasionar o constante sentimento de angústia ou sofrimento.

O transtorno de personalidade borderline é mais comum em pacientes do sexo feminino, mas pode afetar também pacientes do sexo masculino.  Seu diagnóstico precisa ser feito com o auxílio de um especialista, como um psiquiatra ou um psicólogo.

Costuma ser diagnosticado durante a adolescência, quando pode até mesmo ser confundido com rebeldia e com os momentos complicados que são comuns nessa fase da vida. Quando o paciente chega à fase adulta, os sintomas  podem diminuir de intensidade.

Não se sabe, exatamente, o que é capaz de causar o transtorno de personalidade borderline, mas acredita-se que a condição possa estar relacionada a diversos fatores, que vão desde a própria personalidade (personalidade considerada mais difícil, por exemplo) à anatomia do cérebro do paciente.

Pode acontecer por conta de fatores genéticos e, nesses casos, é comum que mais de uma pessoa da mesma família acabe por receber esse diagnóstico.

O borderline acomete pacientes que tiveram uma infância complicada, em ambientes muito instáveis e com muita briga ao seu redor. Ele também acontece com aqueles que sofreram algum tipo de abuso (sexual, emocional, físico etc)  ou outros traumas graves.

Por fim, uma causa comum de borderline são mudanças na área do cérebro responsável por processar as emoções e os sentimentos. Nesses pacientes, essa área pode apresentar algumas alterações que contribuem com o diagnóstico.

Entre os principais sintomas de transtorno de personalidade borderline, podemos destacar:

• Dificuldade em controlar os sentimentos: alternação entre momentos de alegria, felicidade e euforia e momentos de tristeza e raiva profunda. Podem apresentar grandes surtos de ódio e raiva e, em seguida, agir como se nada tivesse acontecido;
• Sentimentos muito intensos: o paciente com borderline nunca se sente “um pouco triste” ou “tranquilo”, todas as sensações e sentimentos são muito intensos e fortes;
• Exagero nos sentimentos negativos: geralmente, os sentimentos mais afetados pela intensidade característica do borderline são os sentimentos negativos. É sempre muita raiva, muita tristeza, mas também pode haver, pânico, agonia e vergonha, em formas que não condizem com a realidade da situação pela qual ele está passando. Sensação de raiva, ódio e irritação podem aparecer muitas vezes sem um motivo claro aparente;
• Instabilidade: as percepções, decisões e planos de um paciente com borderline são sempre instáveis, tanto em relação a si mesmo, quanto em relação aos que o rodeiam. Mudam de ideia e de objetivos com frequência;
• Impulsividade: geralmente, tomam atitudes impulsivas e não consideram os riscos antes de fazer determinada ação. São pessoas que podem, por exemplo, fazer sexo sem a devida proteção, dirigir sempre em alta velocidade ou desrespeitar constantemente autoridades;
• Abusos e dependências: são pessoas com facilidade para se tornarem viciadas em substâncias químicas ou adquirir comportamentos de dependência, como consumo exagerado de comida ou excesso de compras;
• Não aceitam críticas ou feedbacks: podem não lidar bem com críticas ou com feedbacks que sejam negativos, especialmente no trabalho, mas também com a família ou os amigos.

Podem se manifestar ainda os seguintes sinais:

• Relacionamentos amorosos sempre muito intensos;
• Não reagem bem quando são contrariados;
• Costumam ser pessoas carentes;
• Medo de abandono;
• Insegurança constante;
• Baixa autoestima;
• Sensação constante de estar vazio ou de não ter nada;
• Depressão;
• Crises de paranoia;
• Surtos psicóticos;
• Automutilação;
• Ideação suicida.

Alguns sintomas de transtorno de personalidade borderline são muito parecidos com os sintomas de outras doenças que afetam a saúde mental, como a esquizofrenia e a doença bipolar, por exemplo. Por isso, é muito importante que o borderline seja diagnosticado por um especialista.

O diagnóstico do transtorno de personalidade borderline pode ser realizado pelo psicólogo em conjunto com o psiquiatra, assim como o tratamento e a contenção dos sintomas. Não há um exame que comprove a condição, que é diagnosticada por meio da descrição do comportamento relatado pelo paciente e das observações dos especialistas em conjunto.

Apesar de não haver um exame exato para diagnosticar a doença, os médicos podem solicitar  exames fisiológicos, como hemograma e sorologia, para a exclusão de outras doenças que também podem explicar os sintomas apresentados.

Não existe cura para o transtorno de personalidade borderline, mas alguns medicamentos podem ser usados para ajudar o paciente a estabilizar seu humor e a se sentir mais confortável.

A psicoterapia é essencial para esses pacientes, e as sessões podem ser feitas tanto de forma individual quanto em grupo. Entre os tipos de psicoterapia utilizados estão:

Terapia comportamental dialética: desenvolvida especificamente para o tratamento do transtorno de personalidade borderline, é hoje mais usada em pacientes que tentaram o suicídio.

Terapia cognitivo-comportamental: propõe-se a ajudar o paciente a identificar padrões de pensamentos, crenças e hábitos disfuncionais que influenciam negativamente seus comportamentos e suas emoções. Pode reduzir bastante as alterações de humor entre ânimo e ansiedade.

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