Úlcera pode virar câncer? Entenda essa relação

A conexão entre úlceras e câncer é mediada principalmente pela infecção por H. pylori, que deve ser tratada para evitar complicações graves.

Pacientes com histórico de úlceras devem ser monitorados regularmente para detecção precoce de possíveis alterações malignas. A educação sobre os riscos associados à infecção e a importância do tratamento é fundamental para reduzir a incidência do câncer gástrico associado às úlceras.

A úlcera gástrica é uma lesão no revestimento do estômago ou do duodeno, que, em casos mais graves, pode levar a complicações sérias. Embora úlceras e câncer de estômago sejam condições distintas, ambas compartilham fatores de risco importantes e, em algumas circunstâncias, podem estar relacionadas.

O que são úlceras gástricas?

Úlceras gástricas são feridas abertas que se formam no revestimento interno do estômago ou no duodeno, a primeira parte do intestino delgado. Essas lesões surgem quando há um desequilíbrio entre os fatores agressivos, como ácido gástrico e pepsina, e os mecanismos protetores da mucosa gástrica.

Infecção por Helicobacter pylori (H. pylori):
Essa bactéria é a causa mais comum de úlceras gástricas. Ela enfraquece a barreira protetora da mucosa e estimula uma resposta inflamatória que contribui para o desenvolvimento de feridas.
Uso excessivo de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs):
Medicamentos como ibuprofeno e aspirina reduzem a produção de prostaglandinas, substâncias que protegem a mucosa do estômago, favorecendo o surgimento de úlceras.
Estilo de vida:
Tabagismo, consumo excessivo de álcool e estresse podem agravar o risco de lesões gástricas.

Principais causas

  • Infecção por Helicobacter pylori (H. pylori):
    Essa bactéria é a causa mais comum de úlceras gástricas. Ela enfraquece a barreira protetora da mucosa e estimula uma resposta inflamatória que contribui para o desenvolvimento de feridas.
  • Uso excessivo de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs):
    Medicamentos como ibuprofeno e aspirina reduzem a produção de prostaglandinas, substâncias que protegem a mucosa do estômago, favorecendo o surgimento de úlceras.
  • Estilo de vida:
    Tabagismo, consumo excessivo de álcool e estresse podem agravar o risco de lesões gástricas.

Sintomas

  • Dor ou queimação no abdômen superior;
  • Náusea ou vômito;
  • Perda de apetite;
  • Perda de peso inexplicada;
  • Sangramento, em casos graves (sinalizado por vômitos com sangue ou fezes escuras)

A úlcera causa câncer?

Embora a maioria das úlceras não evolua para câncer gástrico, existe uma ligação importante, especialmente quando a causa subjacente é a infecção pela bactéria H. pylori.

Por que o H. pylori aumenta o risco de câncer?

  • O H. pylori é classificado como um carcinógeno de classe 1 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A infecção crônica pela bactéria provoca inflamação prolongada (gastrite crônica), podendo levar a alterações pré-cancerosas na mucosa gástrica, como metaplasia, displasia e, eventualmente, adenocarcinoma.
  • Estima-se que essa bactéria infecta aproximadamente 50% da população mundial, porém, apenas 1% das pessoas infectadas por H. pylori desenvolvem câncer gástrico ao longo da vida.

Fatores que influenciam a progressão:

  • Tempo de infecção não tratada: Quanto mais prolongada a inflamação, maior o risco de alterações malignas.
  • Presença de fatores genéticos: Histórico familiar de câncer gástrico aumenta a probabilidade de progressão.
  • Interações ambientais: Dietas ricas em sal ou deficiências nutricionais, como baixa ingestão de vitamina C, podem aumentar o risco de câncer em indivíduos infectados.

Úlcera no estômago é câncer?

Não, uma úlcera no estômago não é sinônimo de câncer. No entanto, os sintomas das duas condições podem se sobrepor, tornando o diagnóstico clínico desafiador.

Semelhanças nos sintomas:

  • Dor abdominal persistente;
  • Náusea e vômito;
  • Perda de apetite e peso.

Sinais de alerta para câncer gástrico:

  • Vômitos com sangue ou fezes escurecidas (sangramento digestivo);
  • Dificuldade para engolir (disfagia);
  • Fadiga extrema, muitas vezes associada à anemia;
  • Sensação de plenitude após pequenas refeições.

Quando uma úlcera requer maior atenção?

Toda úlcera deve ser investigada com biópsia, principalmente as úlceras persistentes ou que não cicatrizam com o tratamento convencional devem ser avaliadas cuidadosamente.

Prevenção e diagnóstico precoce

  • Controle do H. pylori:
    O tratamento da infecção com antibióticos (terapia tripla ou quádrupla) reduz significativamente o risco de progressão para câncer.
  • Modificações no estilo de vida:
    Evitar tabaco e álcool, que irritam a mucosa gástrica.
    Reduzir o uso de AINEs, substituindo-os por alternativas seguras, quando possível.
    Adotar uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e antioxidantes.
  • Acompanhamento médico:
    Realizar consultas regulares e exames como a endoscopia digestiva alta em pacientes com fatores de risco, como histórico familiar de câncer gástrico ou infecção conhecida por H. pylori.

Importância do diagnóstico precoce:

A detecção precoce de alterações malignas, como displasia ou carcinoma em estágio inicial, aumenta consideravelmente as chances de tratamento curativo. Exames como endoscopia e biópsia são ferramentas essenciais para diferenciar úlceras benignas de lesões malignas

Conclusão

Embora a maioria das úlceras gástricas seja uma condição benigna, é fundamental estar atento aos fatores de risco, como a infecção por H. pylori, que estabelece uma conexão direta entre úlceras e o desenvolvimento de câncer gástrico. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações graves.

Consultar um gastroenterologista ao primeiro sinal de sintomas persistentes é essencial para garantir a saúde do trato digestivo e reduzir riscos a longo prazo.

Revisão médica:

Dra. Fernanda Frozoni Antonacio

Oncologista Clínica

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