Apesar de não serem cancerígenos, os adenomas podem causar uma série de problemas de saúde devido à sua capacidade de interferir na produção de hormônios ou comprimir estruturas adjacentes no cérebro.
O que é a hipófise e qual sua função?
A hipófise, ou glândula pituitária, é uma glândula vital que controla várias funções do organismo, como crescimento, metabolismo e reprodução devido ao seu papel na produção de hormônios que controlam outras glândulas endócrinas, como a tireoide, as adrenais e as gônadas (testículos e ovários). A glândula é dividida em duas partes: anterior e posterior, cada uma com funções hormonais distintas.
Como são classificados os adenomas de hipófise?
Os adenomas de hipófise são tumores que se formam a partir das células da hipófise. Embora benignos, ou seja, não-cancerígenos, esses tumores podem crescer e comprimir estruturas vizinhas no cérebro, além de interferir na produção normal de hormônios pela hipófise. Dependendo do tipo e da localização do adenoma, ele pode causar a produção excessiva ou insuficiente de hormônios, levando a diferentes síndromes clínicas.
Os adenomas são classificados de acordo com seu tamanho: microadenomas (menores que 1 cm) e macroadenomas (maiores que 1 cm). Eles também podem ser funcionantes, quando produzem hormônios em excesso, ou não-funcionantes, quando não produzem hormônios.
Quais os tipos de adenomas e seus efeitos?
Entre os adenomas funcionantes, os mais comuns são os prolactinomas, que aumentam a produção de prolactina, hormônio responsável pela produção de leite nas mulheres. Esse tipo de adenoma pode causar galactorreia (produção de leite fora do período de amamentação), irregularidades menstruais e infertilidade em mulheres, além de disfunção erétil e diminuição da libido em homens.
Outro tipo comum é o adenoma produtor de hormônio do crescimento, que pode levar à acromegalia em adultos (caracterizada pelo crescimento anormal de ossos e tecidos) e gigantismo em crianças. Há também os adenomas que produzem hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), responsáveis pela síndrome de Cushing, que causa ganho de peso, pressão alta, fraqueza muscular e mudanças na aparência física, como a face arredondada.
Já os adenomas não-funcionantes, apesar de não produzirem hormônios em excesso, podem crescer a ponto de comprimir estruturas vizinhas, como o nervo óptico, causando problemas de visão, dores de cabeça e outros sintomas neurológicos.
Quais os sintomas e como se dá o diagnóstico dos adenomas de hipófise?
Os sintomas de um adenoma de hipófise variam dependendo do tipo de tumor e dos hormônios afetados. Entre os sinais mais comuns estão:
- Alterações visuais (visão embaçada ou perda de visão periférica);
- Dores de cabeça persistentes;
- Fadiga;
- Alterações no ciclo menstrual e infertilidade em mulheres;
- Diminuição da libido e disfunção erétil em homens;
- Crescimento anormal das mãos, pés ou rosto (no caso de adenomas produtores de hormônio do crescimento);
- Ganho de peso inexplicado, hipertensão e fraqueza muscular (no caso de adenomas produtores de ACTH).
O diagnóstico é feito através de exames de imagem, como a ressonância magnética, e exames de sangue para verificar os níveis hormonais.
Tratamento dos adenomas de hipófise
O tratamento dos adenomas de hipófise depende do tipo, tamanho e localização do tumor, além de sua funcionalidade. As opções incluem:
Cirurgia: a cirurgia transesfenoidal, uma técnica minimamente invasiva através do nariz ou da boca, é o tratamento mais comum para remover adenomas que comprimem estruturas cerebrais ou produzem hormônios em excesso. Nos casos em que o tumor não pode ser completamente removido, pode ser necessário um tratamento adicional.
Medicamentos: para prolactinomas, o tratamento medicamentoso com agonistas da dopamina, como a cabergolina e a bromocriptina, pode reduzir o tumor e normalizar os níveis hormonais. Outras terapias medicamentosas podem ser usadas para adenomas que produzem hormônio do crescimento ou ACTH.
Radioterapia: em casos em que a cirurgia não é completamente eficaz ou possível, a radioterapia pode ser utilizada para controlar o crescimento do tumor.
Com o tratamento adequado, pacientes com adenomas de hipófise podem levar uma vida normal. No entanto, é importante o acompanhamento médico regular para monitorar possíveis recidivas do tumor e frenquentemente controlar os níveis hormonais. A qualidade de vida pode ser afetada por sintomas persistentes ou complicações, mas com o avanço das terapias e técnicas cirúrgicas e medicamentosas, o prognóstico para a maioria dos pacientes tem melhorado significativamente.