Uma alimentação adequada é fundamental, pois pode influenciar diretamente a resposta ao tratamento, a recuperação e a qualidade de vida do paciente pediátrico com câncer.
A relação entre nutrição e câncer infantil
A nutrição desempenha um papel crucial no tratamento oncológico infantil. Crianças em tratamento contra o câncer frequentemente enfrentam efeitos colaterais que afetam o apetite, a absorção de nutrientes e o metabolismo. Além disso, terapias como quimioterapia e radioterapia podem aumentar as necessidades nutricionais, tornando ainda mais importante garantir uma alimentação adequada.
Importância da nutrição na oncologia pediátrica:
- Melhorar a resposta ao tratamento: Crianças bem nutridas geralmente têm uma melhor resposta aos tratamentos oncológicos, como quimioterapia, radioterapia e cirurgias. A nutrição adequada auxilia o corpo a lidar com os efeitos colaterais e a se recuperar mais rapidamente.
- Reduzir complicações: A desnutrição está associada a um risco aumentado de complicações, como infecções e atrasos na recuperação. Garantir a ingestão adequada de nutrientes fortalece o sistema imunológico e ajuda a prevenir problemas.
- Preservar energia e força: O tratamento do câncer pode causar fadiga extrema. Uma dieta balanceada contribui para manter os níveis de energia e a força física, promovendo uma melhor qualidade de vida durante o tratamento.
Efeitos nutricionais durante o tratamento oncológico
Durante o tratamento oncológico, os efeitos colaterais variam de acordo com o tipo de câncer, o tratamento utilizado e a resposta individual da criança. Entre os principais, destacam-se:
- Perda de apetite: Efeitos colaterais como náuseas, vômitos, dor e alterações no paladar frequentemente levam à perda de apetite, resultando em perda de peso e desnutrição.
- Dificuldade em mastigar ou engolir: Em tratamentos que envolvem a região da cabeça e pescoço, pode ocorrer dor na boca ou garganta, dificultando a alimentação.
- Alterações no paladar: O câncer e os tratamentos podem causar alterações no paladar, como sabor metálico, o que desmotiva a criança a comer.
- Problemas gastrointestinais: Diarreia, constipação e má absorção de nutrientes também são comuns, dificultando a manutenção de uma nutrição adequada.
Alimentação do paciente pediátrico com câncer
A alimentação de uma criança com câncer deve ser personalizada, considerando suas necessidades específicas e os desafios do tratamento. Algumas estratégias incluem:
- Alimentos ricos em nutrientes: Oferecer alimentos densos em nutrientes, ricos em proteínas (como carne, ovos, leite e leguminosas) e calorias (como abacate, óleos vegetais e castanhas), para manter o peso e auxiliar na recuperação dos tecidos.
- Refeições pequenas e frequentes: Devido à perda de apetite, refeições pequenas e frequentes são preferíveis a grandes porções. Isso facilita a ingestão e evita que a criança perca energia.
- Suplementos nutricionais: Quando a ingestão de alimentos é insuficiente, suplementos nutricionais em forma de shakes ou bebidas prontas podem ser necessários para fornecer proteínas, vitaminas e calorias.
- Hidratação adequada: Manter a hidratação é essencial, especialmente em casos de diarreia ou vômitos. Água, sucos naturais, caldos e chás são boas opções para garantir a hidratação e fornecer nutrientes.
- Ajustes no paladar: Para crianças com alterações no paladar, é importante variar temperos, texturas e temperaturas dos alimentos, tornando-os mais atraentes. Alguns preferem alimentos frios, enquanto outros preferem comidas quentes.
- Envolvimento da criança na escolha dos alimentos: Envolver a criança na escolha e preparação dos alimentos pode aumentar sua aceitação e melhorar a relação dela com a comida durante o tratamento.
O papel da equipe multidisciplinar no suporte nutricional
O acompanhamento nutricional de uma criança com câncer deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por oncologistas pediátricos, nutricionistas, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Esse suporte é essencial para ajustar a dieta conforme as necessidades do paciente ao longo do tratamento.
O nutricionista desempenha um papel chave ao criar um plano alimentar personalizado, levando em consideração as preferências alimentares, necessidades energéticas e limitações impostas pelo tratamento. Ele também orienta a família sobre como preparar refeições e enfrentar os desafios diários relacionados à alimentação do paciente.