Álcool e a relação com câncer

Entenda os riscos e a relação entre o consumo de álcool e o aumento do desenvolvimento de câncer.

Álcool causa câncer? Entenda como o consumo de bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença

Você sabia que o consumo de álcool pode estar associado a um aumento no risco de desenvolvimento de câncer? Entenda a relação do álcool com o câncer, baseada nas últimas descobertas científicas sobre o assunto.

A importância da prevenção do câncer e a associação com o consumo de álcool

De forma objetiva, não há um limite seguro para o consumo de álcool quando se trata de prevenção do câncer. Estudos têm demonstrado consistentemente que mesmo o consumo moderado de álcool está associado a um risco aumentado de diversos tipos de câncer.

Um estudo publicado na revista científica The Lancet Oncology em 2021 mostra que mais de 4% dos casos de câncer diagnosticados no mundo em 2020 — cerca de 741,3 mil — foram causados ​​pelo consumo de álcool.

De acordo com as estimativas levantadas pelos pesquisadores, o consumo diário de um copo de cerveja ou copo de vinho — o equivalente a até 10 gramas de álcool — contribuiu para o surgimento de 35,4 mil a 145,8 mil casos de câncer em 2020.

Quais os tipos de câncer associados ao consumo de álcool?

Geralmente, o impacto do álcool no organismo acontece de três formas:

Dano celular: no consumo de bebida alcoólica, o metabolismo do corpo transforma o álcool em acetaldeído, uma substância química que pode causar danos às células e até impedir que elas reparem os prejuízos causados no seu DNA.

Alterações hormonais: o álcool aumenta os níveis de alguns hormônios, como estrogênio e insulina. Isso eleva o risco de as células se dividirem com mais frequência, o que aumenta a chance de desenvolvimento de células cancerígenas.

Estresse oxidativo: O consumo de álcool pode aumentar a produção de radicais livres, que têm o potencial de danificar as células e seu DNA.

Alterações nas células da boca e da garganta: o consumo de álcool, pelo contato direto e contínuo, pode tornar essas células mais propensas a absorver produtos químicos danosos, como os encontrados na fumaça do cigarro.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), os tipos de câncer mais comumente associados ao consumo de álcool são:

  • Boca, garganta e laringe
  • Esôfago
  • Mama
  • Estômago
  • Fígado
  • Intestino

Quem tem câncer pode beber?

Para os pacientes já diagnosticados com câncer, a questão do consumo de álcool se torna ainda mais sensível.

Embora não haja uma proibição absoluta, é recomendada a abstenção do álcool pelo menos durante o tratamento oncológico e o período de recuperação, devido ao potencial de interferência com a eficácia dos medicamentos e ao risco de complicações.

Existe dose recomendada de álcool?

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, há uma estratégia de redução de danos para quem não quer parar de beber: o consumo moderado de álcool.

Para o CDC, uma dose ou menos de bebida alcoólica por dia para mulheres e duas doses ou menos por dia para homens seria o máximo recomendado para quem não deseja parar de beber. No entanto,  o consumo de álcool não é indicado para quem almeja prevenir o câncer e não é um hábito saudável para a saúde do organismo.

Como medir uma dose de bebida alcoólica?

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doses podem ser definidas dessa forma:

1 dose é igual a:

  • 350 ml de cerveja (uma latinha padrão da bebida);
  • 150 ml de vinho;
  • 45 ml de destilados.

A importância da avaliação periódica com especialistas

Enquanto o consumo de álcool pode ser uma parte integrante da vida social e cultural de muitas pessoas, é importante estar ciente dos riscos associados, especialmente quando se trata do desenvolvimento e tratamento do câncer. A conscientização, a moderação e o acompanhamento médico adequado são essenciais para proteger a saúde e o bem-estar a longo prazo.

Nas clínicas da Oncologia D’Or, a equipe multidisciplinar pode fornecer orientações personalizadas com base no histórico médico e nos hábitos individuais, ajudando a minimizar os riscos à saúde e a promover um estilo de vida mais saudável.

Revisão médica:

Dra. Fernanda Frozoni Antonacio

Oncologista Clínica

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