Quais são as atividades físicas mais indicadas para o cardiopata?
Além dos exercícios aeróbicos, os estudos têm mostrado benefícios dos exercícios resistidos. Entenda.
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A prática de atividades físicas é crucial para a promoção da saúde cardiovascular, mesmo para aqueles que enfrentam condições cardíacas. Mas você sabe qual é a mais indicada para você, cardiopata?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declara que a prática regular de atividade física desempenha um papel fundamental na prevenção e controle das doenças não transmissíveis (DNTs), incluindo problemas cardiovasculares, diabetes tipo 2 e diversos tipos de cânceres.
Neste texto vamos abordar as atividades físicas mais indicadas para cardiopatas e como adotá-las de maneira segura. Continue lendo e confira.
Por que a atividade física é importante para cardiopatas?
A atividade física desempenha um papel vital na gestão de condições cardíacas. Ela estimula a circulação sanguínea, fortalece o coração e melhora a capacidade pulmonar, contribuindo para um coração mais saudável.
De acordo com o Dr. Gilberto Giovanelli Junior, especialista em Medicina Esportiva, fisiologista do exercício com atuação na área de prescrição de exercício em condições especiais, atualmente, as diretrizes globais de saúde enfatizam a importância do exercício físico com um alto nível de evidência e recomendação no tratamento das doenças cardiovasculares.
A combinação de exercícios aeróbios e resistidos é destacada como ideal, pois eles atuam de maneiras distintas e complementares para promover benefícios significativos.
Atividades físicas recomendadas para cardiopatas
“Durante muito tempo o exercício aeróbio, aquele que movimenta grandes grupos musculares de maneira contínua e prolongada como corrida, caminhada, ciclismo e natação, foram considerados os mais indicados para patologias cardíacas. Posteriormente as evidências revelaram a importância dos exercícios resistidos”, explica o médico, que também é especialista em Cardiologia com Habilitação em Ergometria e Reabilitação Cardíaca.
Os exercícios resistidos referem-se a uma forma de treinamento físico que envolve a utilização de resistência para fortalecer e desenvolver a musculatura. Essa resistência pode ser proporcionada por diversos meios, como:
– O próprio peso do corpo;
– Com uso de molas;
– Utilização de faixas elásticas;
– Uso de halteres;
– Aparelhos de musculação.
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Como a prática de atividade física beneficia a saúde cardiovascular?
Um estudo divulgado no British Journal of Sports Medicine destacou que diversas formas de treinamento, incluindo modalidades como treinamento aeróbio, treinamento intervalado e exercícios resistidos isotônicos, aqueles que ocorrem com contração muscular, bem como resistidos isométricos, os quais ocorrem com contração e sem movimento, apresentaram benefícios significativos na redução da pressão arterial.
Nesse mesmo estudo, interessantemente, os exercícios isométricos específicos, como agachamento e prancha, demonstraram uma redução ainda mais expressiva na pressão arterial.
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Segundo o Dr. Gilberto Giovanelli Junior, a atividade física atua com benefícios nos principais fatores de risco para doença coronariana como:
– Auxilia na alteração de colesterol ruim;
– Ajuda na supressão do tabagismo;
– Atua no controle da pressão arterial;
– Controla os níveis da glicemia;
– Diminui os níveis do estresse;
– Diminui os sintomas da depressão.
Principais cuidados que o cardiopata deve adotar na prática de atividade física
“Costumo associar a prática de atividade física como se fosse um medicamento importante no tratamento, e como tal, deve ter a sua dose correta de acordo com a prescrição”, alerta o especialista, que também possui atuação na área de cardiopatia e gestação, sendo membro do Centro de Acolhimento à Gestante (CIAGESTA), do Hospital Brasil – Rede D´Or de Santo André (SP).
Ele destaca que a intensidade dos exercícios aeróbios pode ser monitorada pela frequência cardíaca. Os exercícios resistidos devem ser ajustados para cada condição pela carga, séries, repetição e intervalo de repouso. “Isso irá promover melhora da saúde com segurança cardiovascular e osteomuscular”, completa.
Dr. Giovanelli Jr. aponta que não existem restrições quanto ao tipo de atividade física para um paciente cardiopata. Ele ressalta que a atenção deve ser para a restrição da intensidade dos exercícios, pois quanto maior essa intensidade, proporcionalmente, maior será o risco associado.
“Para restringirmos o risco de um evento cardíaco durante a atividade física é fundamental a avaliação prévia com exames que analisem as condições gerais. A grande maioria das complicações é de patologia cardíaca não diagnosticada”, destaca.
Após um evento cardíaco agudo, a área da reabilitação cardíaca desempenha um papel crucial no retorno às atividades físicas. O médico destaca que essa abordagem é essencial para a saúde cardíaca e deve ser iniciada ainda durante a internação e ser continuada após a alta.
“Idealmente após a alta médica, devem ser realizados 6 meses de atividade supervisionada e a seguir semi-supervisionada, quando o paciente pode realizar exercícios sozinho ou em academia de acordo com prescrição médica”, conclui.
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