O sistema de saúde vive um dos momentos mais críticos da história do país. Diante deste cenário alarmante, além das medidas de higiene e isolamento, o equilíbrio nutricional ganha um papel ainda mais relevante no enfrentamento da COVID-19.
As sociedades médicas internacionais e as brasileiras, como a AMIB (Associação de medicina intensiva brasileira), BRASPEN (Sociedade brasileira de nutrição parenteral e enteral), SBP (Sociedade brasileira de pediatria), continuadamente publicam pareceres e diretrizes atualizadas sobre como tratar os pacientes com COVID, bem como, orientam para a melhor alimentação que possa fortalecer o sistema imunológico.
De forma geral, as recomendações são unânimes em indicar um aporte nutricional precoce, aumentar a oferta de proteínas e observar rigorosamente a necessidade de suplementar microelementos e vitaminas, importantes nos processos de defesa e imunidade.
Os hospitais privados de excelência, em São Paulo, no momento com a capacidade de leitos destinados ao COVID praticamente esgotada, direcionam à terapia nutricional todos os pacientes graves, desnutridos ou em risco de desnutrição.
“A utilização de nutrição especializada, suplementos e muitas vezes a nutrição por sonda pode ser a grande diferença na boa evolução e na redução do tempo de internação, tão necessária no momento”, afirma o cardiologista e nutrólogo, Dr. Daniel Magnoni, presidente do Instituto de Metabolismo e Nutrição (IMeN) e responsável pela terapia nutricional de 13 dos principais hospitais da grande São Paulo como: Hospital do Coração (HCor), rede São Camilo, rede Leforte, Hospital Sta Izabel (Santa Casa) Rede D’Or (Sino Brasileiro e São Luiz Morumbi e Jabaquara), bem como, Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
Levantamento aponta que 60% dos pacientes avaliados estão com COVID
O nutrólogo ressalta que dos quase 500 pacientes que o seu grupo avalia diariamente, em torno de 60% estão com diagnóstico de COVID-19, nas mais variadas situações. “Aumentar a oferta de proteínas em pacientes graves, atuar precocemente e estimular uma visão multidisciplinar será o grande legado pós-COVID”, analisa.
Dr. Magnoni chama a atenção para a catástrofe da desnutrição, que já é comum nas camadas mais pobres da população, como facilitador para os casos mais graves e a maior necessidade de internação. “Precisamos criar canais e ferramentas de melhor alimentação, estimular ao direcionamento de cestas básicas e estimular programas de melhoria na alimentação”, destaca.
No seu entender, o grande entendimento e consciência da necessidade de alimentação, nutrição e terapia nutricional é a chave da resolução desse problema. “Sem entender essa tríade de forma objetiva, os poderes públicos não realizarão, a contento, a sua missão de combater o COVID-19”, finaliza o médico.
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