Dr. Jorge Salluh comentou que os desafios da medicina intensiva no Brasil incluem a implementação prática de evidências científicas e a adaptação de estudos internacionais à realidade brasileira. Nesse sentido, as linhas de pesquisa em epidemiologia e qualidade das UTIs desenvolvidas pelo IDOR são essenciais para entender o perfil de pacientes e melhorar os desfechos no cuidado intensivo. O estudo ORCHESTRA, liderado pelo Dr. Marcio Soares, já identificou diversas características organizacionais que contribuem para a melhoria desses atendimentos em UTIs e, atualmente, a pesquisa avança para sua quarta fase, ampliando ainda mais seu impacto. Já o Dr. Bruno Besen chamou a atenção para o impacto do envelhecimento populacional e o aumento de pacientes com comorbidades e síndrome de fragilidade, desafios que exigem adaptação nos protocolos e estrutura das UTIs. Além desses aspectos, Dr. Paulo Nassar também considera que a falta de profissionais qualificados em medicina intensiva é um outro desafio no cenário atual das UTIs e por isso, destacou a contribuição do IDOR na formação recursos humanos através dos programas de residência médica e multiprofissionais e nos programas de pós-graduação.
Além das palestras, os pesquisadores do IDOR realizaram apresentação de poster. Amanda Quintairos, doutoranda do IDOR, foi premiada por seu trabalho que utilizou machine learning para avaliar desfechos de pacientes com pneumonia comunitária grave em UTIs. “Utilizamos um banco de dados robusto com mais de 16.000 admissões de 220 UTIs em 57 hospitais brasileiros. Com isso, conseguimos um avanço significativo na avaliação precisa da eficiência das UTIs, superando algumas limitações de métodos tradicionais e fornecendo uma medida mais robusta de desempenho” destacou Amanda. Outras contribuições vieram dos alunos de doutorado Felipe Amado e pós-doutorado, Giulliana Moralez e dos alunos de iniciação científica Ismael Faria e Mariana Balbi Pacheco, cujos estudos refletem o compromisso do IDOR com a produção científica alinhada às demandas nacionais.
O evento também foi uma oportunidade de aprendizado para os jovens pesquisadores. Como destacou o Dr. Paulo Nassar, participar do CBMI permite aos alunos interagir com especialistas renomados e trocar experiências com colegas de diferentes regiões do Brasil. O Dr. Bruno Besen acrescentou que a participação ativa dos jovens em atividades científicas e apresentações é fundamental para formar uma nova geração de intensivistas capacitados a enfrentar os desafios futuros.