IDOR participa de estudo que avalia futuras implicações do novo coronavírus no Sistema Nervoso Central.
Neurocientistas do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) acabam de participar de um estudo perspectivo, que alerta para as possíveis alterações que a COVID-19 pode causar no Sistema Nervoso Central (SNC) de pacientes. A pesquisa, realizada em conjunto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Queen’s University, no Canadá, foi publicada hoje, 21 de abril, na revista científica Trends in Neurosciences.
A publicação se baseia na revisão de estudos anteriores sobre o SARS-CoV-2, assim como na análise de dados sobre outros coronavírus e sobre outras famílias virais. Suas descobertas descrevem que, para um subconjunto de pacientes, podem surgir alterações neurológicas em decorrência da COVID-19.
“Os resultados emergentes indicam que, além do sistema respiratório, outros sistemas, incluindo o SNC, podem ser afetados em pacientes com COVID-19”, afirma Jorge Moll Neto, presidente do Conselho do IDOR e um dos autores do estudo. A presidente do IDOR e também pesquisadora na publicação, Fernanda Tovar-Moll, detalha que alterações de imagem neurológicas e cerebrais, incluindo encefalite, foram encontradas em pacientes com COVID-19.
Sergio Ferreira, autor vinculado à UFRJ, explica que estudos sobre outras invasões virais no SNC podem fornecer orientações para a investigação do SARS-CoV-2, como as infecções que ocasionam a herpes, a zika e a febre do Nilo Ocidental. No Canadá, o pesquisador da Queen’s University, Douglas Mugnoz, afirma que “Dada a dimensão global da pandemia atual, destaca-se a necessidade de considerar ainda mais os possíveis impactos a longo prazo da COVID-19 no cérebro”.
A autora correspondente do estudo e pesquisadora na UFRJ e Queen’s University, Fernanda De Felice, ressalta a importância dos pacientes com COVID-19 obterem acompanhamento nos próximos anos. “A infecção por SARS-CoV-2 pode favorecer ou aumentar a suscetibilidade ao desenvolvimento da doença de Alzheimer, entre outros distúrbios neurodegenerativos ou neurológicos”, conclui.
Escrito por Maria Eduarda Ledo de Abreu.