Grande parte da população da cidade pode ter sido exposta ao vírus, o que contribuiu para a imunidade de grupo.
A imunidade de grupo ou efeito rebanho pode trazer benefícios via vacinas, pois o processo envolve o contato do receptor de uma vacina com um vírus invasor. No caso desta pandemia, quando a vacina sair, o invasor será o novo coronavírus (Sars-CoV-2), e assim o efeito rebanho poderia reduzir o número de doentes na comunidade. Outra possibilidade de se alcançar a imunidade de grupo é via contaminação de no mínimo 60% da população de determinado lugar.
Em Manaus, capital do Amazonas, calcula-se que a contaminação por Sars-CoV-2 já chegou a dois terços da população que soma mais de dois milhões de habitantes. Isso pode ser uma das razões pelas quais tenha sido controlada a propagação do vírus nos últimos meses, depois de muitas infecções e desenvolvimentos de Covid-19. Foi o que a pesquisadora Ester Sabino da Universidade de São Paulo (USP), junto a colaboradores, descobriu.
A equipe estudou anticorpos contra o Sars-CoV-2 em mais de 6.000 amostras de sangue, colhidas de doadores da capital amazonense e coletadas entre fevereiro e agosto deste ano. Os resultados da pesquisa foram publicados na Revista de pré-prints sobre ciências da saúde, MedRxiv. Esses exames revelaram que há alta proporção de doadores com anticorpos para o vírus, o que sugere que Manaus poderia ter atingido a imunidade de grupo, e por isso a contaminação pode ter sido controlada.
O trabalho estima que um mês após o pico epidêmico de maio, 52% da população possuía anticorpos. Até o início de agosto, a parcela da população que já havia se contaminado era de 66%. A taxa de infecção excepcionalmente alta sugere que a imunidade de grupo desempenhou um forte papel no controle da epidemia, que juntamente com as intervenções não farmacêuticas e a mudança no comportamento da população pode ter ajudado a diminuir a transmissão do vírus na cidade. Mesmo se considerando a possibilidade de resultados de falsos positivos – quando o exame aponta erroneamente que há anticorpos para o vírus – e falsos negativos – o exame aponta que não há anticorpos, mas há. Por fim, o estudo traz informações importantes sobre o comportamento da epidemia no contexto ainda sem vacina.
Por Luiza Mugnol Ugarte
Quer receber as notícias do IDOR pelo WhatsApp? Clique aqui, salve o nosso número e mande uma mensagem com seu nome completo. Para cancelar, basta pedir!
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |