No Brasil e no mundo a corrida contra o tempo segue em busca do melhor tratamento para a COVID-19.
Desde o início da pandemia, cientistas de diversas partes do mundo têm estudado possíveis tratamentos para a COVID-19. Dentre eles estão vacinas, antirretrovirais e até procedimentos que utilizam células de cordão umbilical. No Brasil, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) testa dois medicamentos que parecem promissores no tratamento da doença, mas os especialistas ainda não estão divulgando os nomes das substâncias, para evitar automedicação por parte da população.
A pesquisadora Daniela Trivella, do CNPEM, diz que estes medicamentos têm preços acessíveis e são bem tolerados em geral. Em duas semanas, o grupo terá resultados para prever testes clínicos em pessoas infectadas com o vírus, uma pesquisa realizada com iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Além destes dois medicamentos, analgésicos, anti-hipertensivos, antibióticos, diuréticos e outros também estão sendo avaliados no Brasil.
Medicamentos já conhecidos também estão sendo estudados no combate ao novo coronavírus. A cloroquina e a hidroxicloroquina estão entre as substâncias estudadas mais populares. As pesquisas em andamento têm focado em pacientes com casos menos graves, pois se acredita que são nesses pacientes que o medicamento surte mais efeito. Apesar de ainda não ter eficácia científica comprovada, o tratamento com cloroquina resultou em melhora para alguns pacientes, quando combinado com o antibiótico azitromicina.
Também estão sendo avaliados diversos antivirais, como os usados contra HIV, esclerose múltipla e ebola. Entre eles, listam-se lopinavir, ritonavir, Interferon Beta-1-b, remdesivir e atazanavir. Segundo pesquisas realizadas pela Fiocruz, este último mostrou no tratamento in vitro resultados superiores aos da cloroquina e é um medicamento fabricado em larga escala no Brasil. Outra alternativa estudada é injetar o plasma sanguíneo de pessoas já curadas em pacientes na fase aguda da doença. Países como França, China, EUA, Bélgica e Brasil têm estudado meios de tratamento utilizando esse procedimento.
Outro caminho na França está sendo estudar células do cordão umbilical. A ideia é injetá-las em pacientes que necessitam de respiradores para tentar controlar a inflamação dos tecidos pulmonares. O sangue do verme marinho Arenicola também está sendo estudado na França, pois a hemoglobina do verme é capaz de transportar 40 vezes mais oxigênio que a humana e pode ser eficiente em tratamentos pulmonares.
Todos os estudos estão em andamento no mundo, inclusive o desenvolvimento e testagem de vacinas contra o coronavírus. Porém, nenhum medicamento teve até então uma eficácia comprovada sem que houvesse risco mínimo à saúde dos pacientes. Por isso, é de extrema importância ter responsabilidade e não autoadministrar remédios que ainda estão em fase de teste.
Escrito por Luiza Mugnol Ugarte.